Degustação 🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈

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CAPÍTULO I

GUEIBRIEL PITAK

Todas as pessoas tem sonhos grandes e batalham por eles, eu não sou diferente. Vim de uma família boa, minha mãe é muito carinhosa e atenciosa, meu pai, apesar de calado, é um grande pai, sempre esteve lá quando precisei.

Quando eu tinha 14 anos me sentei na mesa de jantar e disse aos meus pais que era gay. Minha mãe foi compreensiva como sempre, meu pai saiu de casa sem dizer uma palavra, mas quando acordei de madrugada ele estava na sala lendo um livro.

Vi ele jogar o livro sobre a mesinha de centro da sala.

— Isso é uma besteira gigante! – Ele exclamou se levantando.

Quando me viu parou por um tempo, depois abriu os braços. Corri e o abracei, quando olhei sobre seu ombro, na capa do livro descartado dizia: " Como apoiar seu filho gay".

Eu comecei a rir feito louco, era para estarmos chorando e curtindo o momento de pai e filho, mas a leitura de meu pai me fez rir.

— Pai! – falei ainda rindo.

—  Não diga nada fedelho, eu ainda posso tirar seu vídeo game.

Então, como eu disse, sou um cara normal, tendo sonhos normais até minha vida cruzar com a dele.

Apesar de ter bons pais, não somos de uma família rica, então tenho que me virar para pagar minha faculdade e meus estudos. Tenho um emprego de meio expediente durante a semana e mais dois no fim de semana. É uma loucura sim, mas eu posso dar conta, bom eu podia até a minha vida sofrer um giro de 360 graus.

Bem, eu tô falando e falando e não dizendo nada realmente, então vou começar de novo.

Sou Gueibriel Pitak, tenho 20 anos, estou na universidade de ciências contábeis e dou conta disso e mais três empregos. Meu pai é mecânico e minha mãe enfermeira aposentada, e babá nas horas vagas.

Saí da casa dos meus pais para frequentar a faculdade, e apesar de ter uma bolsa completa ainda tenho que pagar aluguel, comida e gastos com água etc. Então os três empregos que me deram um pouco mais que um salário me ajudam nisso. Porém minhas notas começaram a cair e com ajuda do meu orientador resolvi procurar um emprego que me mantivesse sem precisar me desgastar tanto, foi aí que a loucura aconteceu.

Ainda me lembro como se fosse hoje, fui até a sede principal de uma das maiores empresas de contabilidade do país, teria uma entrevista para trabalhar como office boy. Cheguei na hora marcada, porém um pequeno tornado me atropelou assim que passei pelas portas duplas.  Minha bolsa caiu no chão e meu celular se espatifou por todos os lados, mas fiquei muito mais preocupado com o pequeno, que também estava no chão, me olhando assustado. Fui até ele para ver se estava tudo bem, mas uma outra voz infantil chamou minha atenção.

— Ohhhh, Blue o papai vai te matar.

Me virei e vi uma linda menina, olhando o pequeno com desaprovação. Virei-me de volta para o menino e ele estava a ponto de chorar, fui até ele e notei um pequeno ralado em seu joelho.

— Ei! Tá tudo bem! Olha, não foi nada! Vou te mostrar um truque ok? – O menino me olhou com lágrimas nos olhos e concordou.

Peguei minha bolsa e tirei de lá uma caixa de curativos do homem de ferro, coloquei um delicadamente sobre o machucado dele. Sorri bagunçando seus cabelos e o ajudei a ficar de pé.

— Pronto não vai mais doer, e o pai de vocês não vai brigar, eu prometo! – levantei meu dedinho no ar e as duas crianças riram.

— Ele vai ver esse curativo aí, e o P acha mesmo que ele não vai brigar? – A menina disse, e me olhou de uma forma debochada.

The Boss And The BitchWhere stories live. Discover now