Capítulo 19

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Vocês devem estar se perguntando se depois daquele belíssimo espetáculo libidinoso na pista, eu e os três rapazes transamos para acabar com a nossa excitação pós dança sensual.

A resposta é: Talvez.

Depois que Wheeler saiu com aquela garota para provavelmente ter relações carnais, eu saí frustrado da pista de dança e decidi beber pelo resto da noite. Steve me seguiu e me acompanhou
na longa série de copos cheios de bebida alcoólica.

Após uma quantidade considerável de doses tomadas, eu não estava conseguindo raciocinar perfeitamente. Eu já estava bêbado, caindo aos
pedaços, enxergando mal, tonto e meio sem noção. Acredito que Steve estava no mesmo estado, porque quando eu tombei a cabeça para perguntar sobre o casal sensação, ele me beijou.

Depois disso, quando me dei conta, estávamos cambaleando pelos corredores da sua casa até chegar ao seu quarto. Meu corpo estava agindo de
forma independente, sem seguir os comandos do meu cérebro. Acho que nem meu cérebro estava funcionando direito naquele momento. Mas, sei lá,
foda-se, estávamos bêbados e eu estava frustrado sexualmente, nem estava me importando com quem ia transar.

Não foi um sexo ruim, mas foi estranho por eu ter dado conta em um momento que estava transando com meu melhor amigo. E algo surreal, nunca havia passado na minha mente a
possibilidade de ter uma relação íntima assim com ele. Porém, quando ele estava dentro de mim, fodendo-me de um jeito meio desleixado por causa da bebida bagunçado seus movimentos, a
única coisa que eu conseguia pensar era porra: Porra, eu tô muito excitado.

Eu achei que ficaria um clima extremamente constrangedor entre nós dois depois que eu deixei Steve me foder. Achei que nunca mais iríamos
conversar com vergonha de nos encararmos e lembrarmos que estivemos em sua casa praticando atos discutidos em um papo civilizado.

Mas no dia seguinte, quando ele veio correndo na minha direção, gritando algo como "Will, você não vai acreditar no que eu acabei de ouvir!", eu percebi que nada poderia estragar nossa amizade.

Ele me contou que Wheeler estava fugindo de mim desde o início da manhã por medo de eu seguir seu pesadelo e decapitar seu membro reprodutor com
minha adaga. Isso me deu uma idéia muito perversa.

Então no dia subsequente eu quem iniciei a conversa com meu melhor amigo, contando sobre minha brincadeira genial, como Mike estava apavorado e saiu correndo do banheiro nu e todo ensaboado.

Estava tudo normal entre nós, e eu não precisei me matar para acabar a atmosfera ruim de arrependimento pós ato feito sem consciência.

Steve até fez uma piada dizendo que era para fortalecer a amizade, então eu soube que nem ele estava constrangido.

Tudo bem, alguns melhores amigos transam e isso não é um problema.

Ainda bem que eu sei que essa amizade colorida não vai dar em nada a mais, porque tenho certeza que o destino não está planejando isso para minha
vida.

Tenho certeza que há planos muito malignos guardados para mim e tenho medo de descobrir quais são.

[...]

Há professores normais, há professores legais, há professores rígidos e há professores filhos da puta que passam atividades infernais e obrigam os
alunos a permanecer na sala até todas as questões estarem respondidas. Eu odeio todos, mas, principalmente, o último.

Sinceramente, estou pensando em cometer um crime nesse exato momento. Será que eu serei preso aos dezessete anos por jogar raios em um
professor?

Eu tenho uma lista imensa de coisas mais importantes a fazer sem ser estar com a bunda colada na cadeira fazendo uma atividade escolar.

Dormir é muito mais relevante.

O professor ainda ficou o resto do horário comigo, esperando eu terminar essas malditas questões, olhando para mim com esse olhar debochado. Eu
odeio professores com toda minha força de semideus. E isso é muito.

Assim que finalmente terminei, quase soquei as folhas na boca daquele adulto imundo e arrumei meus materiais escolares antes de ir embora dessa
réplica de submundo.

Eu acreditava que forças maiores estavam me protegendo de monstros que poderiam farejar meu cheiro de meio-sangue e vir ao meu encontro
para me destruir. Somente não imaginava que essa aura protetora acabaria tão cedo.

Quando estou perto de atravessar os portões da saída, dou de cara com um escorpião das profundezas. É uma criatura horrenda, escura, do tamanho da palma da minha mão e com um ferrão enorme e amedrontador. Além de ter consciência de que esse ferrão é capaz de perfurar roupas, uma coisa eu sei: Para um monstro desse aparecer em um colégio, ou o cheiro de poder vindo de semideuses está forte demais a ponto de atrair até criaturas das profundezas, ou... Alguém invocou o
escorpião com o propósito de me machucar.

Eu não tive tempo para analisar as alternativas e pensar em alguém que pode ter a intenção de me destruir, porque os olhos do escorpião estão
brilhando e eu tenho certeza que ele está se preparando para me atacar.

Em um movimento rápido e quase calculado, tiro a adaga do bolso. No mesmo momento, o escorpião salta em minha direção. Consigo cortar o bicho ao meio com a lâmina de bronze celestial e transformá-lo em pó.

Quando penso em me parabenizar pela velocidade do ataque, vejo um vergão avermelhado em meu pulso, expelindo uma secreção parecida com pus, porém mais amarelado e fumegante. Um grito
seco e doloroso escapa da minha garganta. Aquela coisa me pegou.

Sinto meus sentidos bagunçados, um zumbido em meus tímpanos, minha visão começando a ficar embaçada. Com a respiração ofegante, tento caminhar para fora do colégio, na intenção de me arrastar atrás dos raios solares para me tentar curar.

Por favor Apolo, ajude-me, sou jovem demais para morrer.

Eu sabia que possuía apenas sessenta segundos antes do veneno chegar ao meu coração e não tinha mais esperanças. O veneno é muito forte e
nem os raios solares estavam recuperando minha força vital.

Tentei continuar andando e lutando contra a dor que alastra pelo meu corpo, mas já estava fraco e vulnerável demais e minha visão estava escurecendo rapidamente. Antes de cair no chão em frente aos portões do colégio, tenho uma vaga lembrança de ter escutado uma voz distante berrando para que eu
permanecesse vivo, braços fortes me segurando e uma leve pressão em meus lábios.

Então tudo escurece.

Sexual Appetite - BylerWhere stories live. Discover now