O Confronto

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Mal/Malévola/Hades

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Mal, exausta depois de um dia de caos e travessuras pela Ilha dos Perdidos, finalmente retornou ao Castelo da Barganha, onde sua mãe, Malévola, a esperava. A noite envolvia o castelo com uma aura sombria, mas Mal estava mais preocupada com o tumulto interno do que com as sombras ao seu redor.

Ao entrar no castelo, Mal sentiu o olhar penetrante de Malévola sobre ela. A Fada Má, além de notar a mudança de humor de Mal nos últimos dias, também estava ciente de que algo estava incomodando sua filha. Malévola decidiu confrontar a questão, e a atmosfera se tornou tensa assim que mãe e filha se encontraram.

Malévola: (com uma expressão séria) Mal, precisamos conversar.

Mal, que só desejava descansar, suspirou profundamente antes de responder.

Mal: Não agora, mãe. Estou exausta.

Malévola: Não fuja, Mal. Tenho percebido um comportamento estranho em você nos últimos dias. O que está acontecendo?

Mal: (suspirando) Nada, mãe. É só cansaço.

Malévola: (cruzando os braços) Não me engane, abóbora. Algo está acontecendo, e quero saber o que é.

Mal hesitou por um momento, mas a pressão de Malévola a forçou a responder.

Mal: (murmurando) Eu... descobri algo nos últimos dias.

Malévola: (curiosa) O que descobriu?

Mal respirou fundo antes de revelar a verdade.

Mal: Descobri que Hades é meu pai.

A expressão de Malévola mudou instantaneamente de curiosidade para surpresa, e então para raiva.

Malévola: (com frieza) Como você descobriu?

Mal: Não importa como. O que importa é que você nunca me contou. Por que você nunca me contou sobre ele? Por que manteve isso em segredo?

Malévola: (com raiva) Porque Hades não é nada além de um homem fraco, Mal. Ele não é digno de fazer parte da sua vida! 

Mal: (furiosa) Mas ele é meu pai! Eu tinha o direito de saber!

Malévola: O suficiente! Vá para o seu quarto, mocinha. E nunca mais toque nesse assunto.

Mal, frustrada e magoada, obedeceu, deixando a sala em silêncio, mas levando consigo o peso da verdade revelada e da relação agora ainda mais complicada entre ela, Malévola e Hades.

Malévola, ainda furiosa, saiu do Castelo da Barganha, determinada a confrontar Hades em sua caverna. Seu manto negro esvoaçava no vento noturno enquanto ela marchava pelas vielas decadentes da Ilha dos Perdidos.

O caminho até a caverna do Deus do Submundo era iluminado apenas por uma lua tênue, lançando sombras sinistras em seu rosto. Malévola, com passos decididos, não tinha intenção de esconder sua ira. A atmosfera ao redor parecia carregada de eletricidade, indicando o confronto iminente.

Ao chegar à entrada da caverna, Malévola não hesitou em entrar, encontrando Hades em meio às sombras. Seus olhares colidiram, faíscas de tensão preenchendo o espaço. 

Hades: Malévola, o que traz você até aqui?

Malévola: (com raiva contida) Você contou a ela, não foi?

Hades: Ela me seguiu há alguns dias. Achei que podia evitar o confronto, mas ela é mais astuta do que pensei.

Malévola: (cruzando os braços) E o que você disse a ela?

Hades: A verdade. Que tivemos um relacionamento no passado, um romance complicado que resultou na existência dela.

Malévola apertou os punhos, controlando a raiva que fervilhava dentro dela.

Malévola: Você não tinha esse direito!

Hades: Eu entendo que você esteja zangada. Mas Mal merecia saber a verdade sobre quem ela é.

Malévola: (com amargura) A verdade? A verdade é que você é um homem fraco, Hades.

Hades: (com amargura) Quer saber? É culpa sua eu ter ido embora. Você é simplesmente insuportável!

Malévola: (com sarcasmo) Oh, desculpe por ser tão difícil de se conviver, Hades. (com desprezo) Eu deveria ter escolhido Chernabog em vez de você, pelo menos ele não era fraco!

Hades: (com desprezo) Chernabog? Um monstro sem cérebro? Você realmente acha que seria melhor com ele?

Malévola: (rindo amargamente) Talvez teria sido! Pelo menos ele não fugiria quando as coisas ficassem difíceis.

Hades, ofendido pela provocação, respondeu com igual intensidade.

Hades: (cruzando os braços) E eu deveria ter escolhido Éris em vez de você. Talvez ela fosse mais suportável.

Malévola: (com raiva) Poderia ter escolhido quem quisesse! Não me importo. Você não é nada, apenas um Deus fraco e patético.

A troca de palavras continuou, uma série de acusações e mágoas ressurgindo. No calor do momento, algo mudou. Uma tensão elétrica encheu o ar, e, de repente, os lábios de Hades encontraram os de Malévola em um beijo ardente.

O beijo pegou ambos de surpresa. Por um instante, o mundo ao redor pareceu desaparecer, substituído pela intensidade do momento compartilhado entre a Fada Má e o Deus do Submundo. O beijo trouxe à tona memórias do passado, uma mistura de paixão e frustração.

Então, abruptamente, eles se afastaram, atordoados pela recaída em um momento de vulnerabilidade. O olhar trocado entre os dois era carregado de emoções complicadas, e o impulso do momento não se dissipou completamente. O silêncio que se seguiu foi quebrado quando, quase inevitavelmente, o beijo recomeçou, mais intenso do que nunca.

As emoções do momento levaram Malévola e Hades a uma noite de paixão, onde as barreiras entre eles desmoronaram em meio a desejos e anseios reprimidos. No entanto, quando o dia amanheceu, a realidade fria começou a se infiltrar.

Malévola, olhando para o teto, sentiu uma mistura de emoções conflitantes. Uma fúria consigo mesma por ceder a um momento de fraqueza, mas também uma sensação de satisfação que não podia negar.

Ao se levantar apressadamente e começar a se vestir, Malévola quebrou o silêncio tenso.

Malévola: (com frieza) Isso não deveria ter acontecido.

Hades, ainda deitado na cama, olhou para ela com uma expressão indecifrável.

Hades: Malévola, eu...

Malévola interrompeu-o, sua expressão dura e determinada.

Malévola: Foi um erro. Não vai acontecer de novo.

Ela terminou de se vestir, lançando um olhar rápido para Hades antes de sair pela porta, deixando-o para trás, em meio ao silêncio pesado.

Antes de partir, porém, Malévola dirigiu-se a Hades com uma última advertência:

Malévola: Mantenha distância de Mal. Eu não quero você perto dela.

Com essas palavras, Malévola deixou a caverna, deixando Hades sozinho com seus pensamentos tumultuados. O que começou como um confronto se transformou em uma noite de impulsividade, e agora ambos enfrentavam as consequências desse encontro inesperado. O destino deles, assim como o de Mal, tornou-se ainda mais complexo naquele novo amanhecer.

Fim.

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