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Aemond ficou boquiaberto, não acreditando no que ouvira. - como... é possível?

- seria de grande satisfação responder suas perguntas, meu jovem. Mas por agora, devo focar em sua chegada até aqui: o sangue continua mesmo após a morte, a dança dos dragões e a linhagem terminará em chamas.

-eu não entendo... não faz sentido, por que eu? - a fome de perguntas ficaram presas na garganta e Balerion sorriu.

- creio... que o melhor seria lhe mostrar - e, com uma mão, Balerion fez as cercanias de Aemond tremerem. Os ares balançam sem um ritmo, fazendo o lugar amalgamar com outro totalmente diferente do qual estava. Ele abriu os olhos, ainda sentindo seus pés tremerem, a ventania suave e passos apertados atraíam sua atenção, ele olhou, encontrando sua versão mais velha andando lado a lado com sua irmã, Helaena. Conversando, mais tarde ele entendeu sobre o que se tratava.

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Era um entardecer calmo aos olhos da futura rainha de Westero, tão belo como qualquer outro, mas seu brilho aumentava deslumbrantemente a cada dia, e isso encantava a rainha. Ela amava vê-los todos os dias, mas, seus deveres como futura rainha interromperam esse pequeno prazer.

- venha meu irmão, caminhe ao meu lado. - ela o chamou, com a mesma voz doce que usava sempre que iria pedir por algo difícil a Aemond.

- não enrole, Helaena. Qualquer coisa que me pedir, eu farei, não precisava me chamar para uma caminhada... - ele tentou manter sua voz o menos agressivo possível para não assustá-la, Helaena por outro lado, sorriu com alegria ao ver o esforço inútil do irmão. - Eu estou tentando, não me julgue.

-não seja bobo, Aemond. A propósito, está com sua espada na bainha?

-Sim, estou. Por que a pergunta?

Helaena não respondeu, continuando a caminhar em passos calmos e postura relaxante, a aura suave que sempre estava sobre ela emanava bondade. Entretanto, Aemond conseguiu ver através dessa fachada podendo perceber sua aflição, seus membros parecem relaxados, mas quando a futura rainha colocava seus braços para trás do corpo, só poderia significar que algo a preocupava o bastante para tê-lo chamado para uma caminhada, longe o suficiente dos ratos de duas pernas que habitavam no castelo.

Depois de um tempo, ela parou, voltando sua atenção para o irmão que ainda esperava uma resposta.

-preciso que faça um juramento. - pediu determinada.

-por qual motivo eu deveria fazê-lo?

-por que sou sua rainha - ele quase acreditou com tamanha vontade que ela havia pronunciado, mas Aemond sabia melhor que qualquer um que ela nunca quis ser rainha, que ela não queria essa guerra. - Vamos irmão, não há mais ninguém para quem eu possa confiar, só você. Faça um juramento!

Mesmo relutante, ele se ajoelhou perante a ela, pegou sua espada a pondo em ambas mãos e estendendo para a rainha, que a pegou em suas mãos o puro aço valiriano levantando-a até a cabeça de seu irmão e dizendo em seguida. - Aemond Targaryen, da casa Targaryen, filho legítimo de Viserys Targaryen. jure por seu sangue, jure por sua lealdade e honra. Jure perante os deuses antigos e aos novos que de agora em diante lutará para que a guerra entre nossas famílias chegue ao fim, evitando a destruição e a dança dos dragões.

- Helaena-

-JURE - ela deixou a arma bater contra a cabeça do irmão.

Ele resmungou com a dor que ficou após ela levantar a espada, foi inesperado, mas ele fez o que ela disse, mesmo sem ter certeza se conseguirá cumprir. - eu, Aemond Targaryen, juro pelo meu sangue, juro por minha lealdade e honra. Juro pelos deuses antigos e aos novos que de agora em diante, lutarei para dar um fim na guerra entre nossas famílias e pararei a dança dos dragões com minha vida.

- vejo que o caminho será difícil, mas valerá a pena no final, são mudanças pequenas que farão os dragões parar de dançar e a paz azul reinar em nossa casa novamente...- murmurou inconsciente. Ela devolveu a espada para Aemond sem dizer mais nenhuma palavra.

-o que disse irmã?

-obrigada, meu irmão querido..."

Então Aemond abriu os olhos vendo o antigo deus valiriano o esperando, ele permanecia o mesmo, um sorriso em seus lábios e postura descontraída.

-consegue ver o motivo de está aqui, criança? - Balerion perguntou, se aproximou do menino e tocou em seus ombros com firmeza - a nossa querida Helaena... fez seu próprio jogo na guerra do trono, usando seu tão leal irmão como a peça principal para obter a tão prestigiada paz que todos dos sete reinos querem. A que os deuses querem. Você fez o juramento perante todos nós e queremos que o cumpra, porém o único que poderá decidir será somente você, meu pequeno dragão, por isso está aqui. - Balerion segurou o rosto pálido entre as mãos. - Queremos que essa decisão seja feita pelo seu julgamento, sem cobras traiçoeiras e sem a influência dos lordes.

Aemond ponderou, sem saber o que dizer em resposta.

Helaena saberia o que fazer, seu contato com os deuses era de dar inveja para os septões do alto pardal, sua mãe com certeza diria para servir seja lá o que os deuses querem que ele faça, Aegon por outro lado, com um barril de vinho de essos prometido, ele iria cavalgar no seu dragão até à morte se fosse preciso. Mas o que ele faria?

A guerra seria inevitável, devemos concordar. Mas Aemond lançou a espada no filhote de um dragão, ele fez acontecer antes do previsto, ele foi o culpado por Jaehaerys morrer, seu tão precioso e inocente sobrinho. Morreu injustamente em uma guerra onde não havia escapatória para os inocentes.

Esse pensamento corrói, ele não queria que seu sangue fosse posto em perigo de novo, ele iria honrar seu juramento a sua rainha, Helaena, com sangue e fogo. Aemond voltou sua atenção ao velho com o fogo brilhando em suas íris. - exatamente o que esperávamos de um Targaryen, sangue e fogo. - o sorriso na boca do velho intensifica.

Balerion o pôs ao seu lado, segurando seu ombro. - Antes de partirmos, quero ter certeza de que não irá se arrepender, o caminhão não será fácil... estou falando de séculos, será cansativo e frustrante. E uma vez dentro do jogo do trono, não poderá sair... tem certeza de que é isso que almeja para você?

-sim.

-Então, não demoraremos mais. -e sorriu para o menino, Aemond questionou mentalmente, se por acaso o velho teria alguma doença que o fizesse rir. O velho riu mais alto como se tivesse adivinhado seus pensamentos. - com toda certeza, amarei cada momento juntos.
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SANGUE E FOGOWhere stories live. Discover now