17 - Acredito Em Você

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Giovanni resolveu deixar Tina sozinha no quarto com a Bagi, já que a morena não estava dando a mínima importância pra presença do pai ali, apenas ficava olhando e admirando a vizinha que segurava sua mão. As duas trocavam olhares como se nada mais existisse no mundo e Giovanni estava praticamente segurando uma vela ali.

- Agora pode me contar o que aconteceu. - Bagi falou baixinho, sem desviar seus olhares. - Porque fez isso?

- Bagi isso não é o que vocês estão pensamento. Eu não quis tirar minha vida, não dessa vez.

Bagi acreditou de primeira na morena, sabia que ela não mentiria olhando em seus olhos.

- Porque tomou os remédios? Você quase matou a gente de preocupação. Não acordava, e não se mexia. Tina, não faça mais isso, eu te imploro.

- Eu tomei os remédios pra dormir mas passei da conta, eles não faziam efeito nunca. - A morena sussurrou durante o abraço. - Acredita em mim, Bagi.

- Eu acredito em você, Tina. - Deu um beijo delicado na testa da morena, que resmungou porque a de cabelos brancos saiu do abraço. - Minhas costas estavam doendo, desculpa.

- Deita aqui comigo.

- Mas você está fraquinha. - Sorriu de lado fazendo carinho na mão da morena.

- Mas eu quero que deite comigo. - Cruzou os braços irritada. Bagi riu pela fofura e se deu por vencida, ela queria deitar ao lado da morena .

Bagi deitou ao lado dela na maca, Tina sorriu e abraçou a cintura da maior enquanto escondia o rosto em seu pescoço. Bagi aconchegou melhor a pequena morena em seus braços e ficou feliz por ter ela assim abraçada em seu corpo, mesmo estando em uma cama de hospital.

- Bagi...- Falou baixinho contra o pescoço dela, que murmurou um "hm?". - Como foi seu encontro com a Melissa?

Automaticamente a de cabelos brancos lembrou que pensou estar beijando Tina ao invés da colega, mas a morena nunca iria saber disso.

- Legal...- Falou indiferente. - Não quer dormir um pouco?

- Você leu meu pensamento. - Tina falou sonolenta grudando mais na maior, que sorriu e a abraçou um pouco mais apertado.

- Pode dormir, eu vou ficar aqui com você. - Deu um beijo no topo da cabeça da morena. - Você gosta de cafuné?

- Hmmm eu amo. - Sorriu contra o pescoço da Bagi, que iniciou um cafuné delicado em meio ao seu cabelo moreno macio. - Seu cheiro é gostoso. - Falou derretendo com o carinho, e em menos de 1 segundo pegou no sono.

Bagi não respondeu porque soube que a morena havia dormido em seus braços, mas isso não a impediu de sorrir feito boba. Enquanto fazia carinho na Tina, ficou se perguntando o que aquela morena tinha feito com ela desde o primeiro dia em que a viu. Bagi só queria ficar perto dela, e só pensava nela. É impossível uma pessoa se apaixonar em tão pouco tempo, mas naquela cama de hospital, Bagi percebeu que o que sentia pela Tina estava longe de ser um sentimento de amizade.

[...]

- Acho que devo chamar a Bagi pra ir pra casa. - Gisele falou ainda na sala de espera com Giovanni e Angelina.

- Se quiser levamos ela depois. - Angelina falou simpática, ela realmente havia gostado da família Cattuzzo.

- Toni é uma garota incrível. - Gisele sorriu orgulhosa da filha.

- Ela gostou muito da Tina, parecem amigas a anos.

- Sinto que ela ainda vai fazer muito bem pra minha Tina. - Giovanni falou sorrindo.

Gisele foi até o quarto da Tina e se deparou com a cena das duas abraçadas enquanto dormiam. Ali ela teve certeza que sua filha estava realmente gostando da vizinha, achou tão fofo que ficou com pena de acordar Bagi.

- Bagriela...- Sussurrou pra não acordar Tina. - Bagi. - A de cabelos brancos abriu os olhos e fitou sua mãe a olhando. - Vamos embora?

- Mas já?

- Faz um tempão que estou esperando você, filha.

- Tudo bem...- Suspirou triste, não queria deixar Tina sozinha naquele hospital, mas também não queria acordar a morena.

Com todo o cuidado do mundo Bagi tirou o braço da morena em torno de sua cintura e deslizou aos poucos até sair da cama, pra não fazer a cabeça dela cair rápido no travesseiro. Tina ficou de lado na cama, e a de cabelos brancos deu um sorriso por ver que ela era tão fofa até dormindo. Cobriu a morena com o lençol branco do hospital e deixou um pequeno beijo em sua bochecha.

Gisele nunca viu Bagi tão carinhosa desse jeito, ficou sem palavras por ver que ela realmente se importava com a Tina.

- Vamos? - Falou baixinho, e sua filha assentiu.

Bagi saiu do quarto com o coração na mão, mas precisava ir pra casa e sabia que amanhã Tina já ia ter alta. Se despediu de Giovanni e Angelina, assim como Gisele.

- Bagi, você e a Tina tem alguma coisa? - Perguntou concentrada no trânsito, fazendo a filha desviar a atenção da janela e a olhar. - Você fica diferente quando está com ela.

- Mãe, Tina e eu somos só amigas. - Sorriu e sua mãe a olhou desconfiada. -Ah, tá bom. - Suspirou. - Eu acho que gosto dela.

- Ah, você acha? - Perguntou rindo. - Pois eu tenho certeza.

- É estranho, ela mexe comigo. - Voltou a olhar pra janela. - As vezes sinto que ela pensa o mesmo que eu, mas ela tem tantos problemas. Tina é uma garota complicada e ao mesmo tempo é tão doce. Eu não sei se ela tem namorado, não sei se tem amigos...Eu não sei nada, mas eu não consigo parar de pensar nela.

- Você fala dela desde aquele dia da cesta, quando saiu ontem pensei que fosse com ela.

- Quem me dera. - Riu de leve. - Quando a Melissa me beijou, eu só consegui pensar na Tina, por um momento jurava que ela estava me beijando. Mãe... - A olhou. - Eu acho que estou ficando louca.

Como Gisele conversou com Angelina mais cedo, ela contou que a filha estava lutando contra a depressão. Aquilo deixou Gisele chocada mas não iria contar pra Bagi porque sabia que um dia ou outro Tina ia se abrir com ela.

TRUST ME ( TEADUO ) - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora