eighth

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Lee Minho POV

Ele fez pão pra mim. E trouxe leite de banana (que é meu favorito). Ou talvez o leite estava prestes a vencer e o pão era o resto também, eu não sei. Tava muito gostoso, mas foi uma surpresa e tanto ver ele num domingo de manhã, se nem tínhamos combinado.

Desculpa, Jisung, às vezes minha cabeça não funciona (principalmente em fins de semana antes das 11h da manhã), eu não quis ser mal educado com ele, porém nem agradeci direito, espero não ter o chateado.

Eu só queria falar tudo de uma vez. Falar tudo que eu sinto por ele e tudo que eu sonho em receber também. Poder esclarecer que pra mim não somos só amigos, mas que se ele não concordar, eu não iria querer perder a amizade dele por nada.

Hannie é muito precioso, e isso chega a machucar. Não quero também que ele se sinta mal por não me amar de volta, afinal não é culpa de ninguém além de mim mesmo, que criei toda essa paranóia e ilusão onde potencialmente ele me ama também.

Eu sei que preciso dizer logo. Temos um ano, ou menos, pra sermos sinceros, e é tão difícil. Chan me pediu pra falar com ele assim que eu puder, disse que eu não tenho nada a perder, e que o Ji jamais me julgaria e deixaria de ser meu amigo independente das circunstâncias.

O problema é que essas são as piores circunstâncias que ele pode imaginar. Se eu matasse alguém, talvez fosse menos pior do que isso. Gay? Logo eu? Não que eu aparente muito hétero também, contudo eu sou um homem filho único na Coreia, eu não deveria ser esse desprezo pra minha família. Meus pais querem netos, nora, uma casa pra visitar, e querem ter orgulho do homem que eu posso me tornar.

Enquanto isso, eu quero Han Jisung. Eu quero uma vida sossegada cheia de gatinhos. Eu quero um apartamento pequeno e fofo, ou uma casa de cômodos grandes e poucos cômodos, cheia de decorações fofinhas que só eu e ele poderíamos escolher. Eu não sei se quero filhos, mas se ele quisesse, adoraríamos.

Não é isso que a sociedade quer, e agora não sei quem devo agradar. Não sei se devo confiar que possa ser amado logo por ele. É muita areia pra minha carreta (caminhão seria exagero). Talvez eu deva o sequestrar e me esconder no interior, não sei como criar gatos em uma fazenda sem que eles fujam, todavia a gente tentaria.

Não sei mais o que estou escrevendo também. Eu só quero ser amado. Amado por Han Jisung. Pelo inteiro de Han Jisung. Seu coração, seu lado racional, e o resto não quero dizer... Seria estranho pensar assim.

Eu quero Han Jisung.

- Lee Minho, simplesmente indeciso

Termino de escrever no meu caderninho e o guardo na mochila, percebo que me atrasei um pouco nisso e agora vou ter que correr pra escola, antes que perca aula também.

Com um pouco de esforço, cheguei literalmente 15 segundos antes do sinal bater, sentei na minha cadeira e comecei a respirar ofegante, eu queria me recuperar.

- Hyung? O que foi? - Jisung arregalou os olhos preocupado, encarando meu rostinho vermelho e minha testa suando um pouco, já que eu vesti um moletom e tava cerca de 15°C.

- Calma... - eu fiz um sinal de "espera" na direção dele com minha mão, e em seguida tirei o moletom quente, percebendo que minha camisa por baixo estava toda amassada, não importa, não tenho boas impressões nesse lugar mesmo - Eu atrasei... Aí corri pra não levar falta. - contei simples antes de começar a pegar meu material, vendo o professor entrar na sala, malditas segundas-feiras.

- Entendi... Changbin ainda não veio, vai chegar tarde, anão irresponsável. - ele riu e fez eu rir também, era muito fofo seu sorrisinho, ainda mais naquele tom e àquela hora da manhã, me salvou um pouco.

- Pelo menos somos bons exemplos... - eu brinquei também, mas ninguém reparava em nós dois, então foi mais motivo de risada mesmo.

Virei pra frente porquê a aula ia começar, ele se aproximou do meu ouvido e cochichou algo que eu não entendi, então ri e ele bagunçou meu cabelo. Que droga, ele é um bebezinho.

Infelizmente tínhamos muitas coisas a fazer, então mal conversamos durante a manhã, só saímos da sala na hora do intervalo do almoço, fui com ele pro refeitório e não via ninguém ainda, provavelmente grande parte dos nossos amigos estavam presos na sala ainda, alguns professores fazem isso de sacanagem.

- Pega mais ovo pra mim... A tia não vai deixar! - Jisung pediu enquanto íamos enchendo as bandejas, e claramente eu pegaria pra ele, por isso coloquei em um bowl separado a fim de facilitar pro meu esquilinho - Valeu, hyung... - ele sussurrou pra mulher não ouvir a gente combinando as coisas, fofinho.

Nos sentamos e vimos Jeongin entrando na fila com o Seungmin, ao menos teríamos companhia, e eu nem sei se é isso que realmente desejo, pois ficar sozinho com Han às vezes pode ser mais confortável.

- Toma, Ji... - deixei o ovo sobre a bandeja dele e recebi um sorrisinho lindo, droga, até com fome esse homem faz charme?

- Obrigado, Min... Depois pego um docinho pra você. - ele quis dizer algum bolinho da máquina, eu amo esse garoto e ele nem faz ideia - Só não conta pra ninguém senão eu fico devendo meio mundo...

- Jamais, Jisung-ah! - eu disse falsamente bravo, como se ele estivesse duvidando da minha lealdade, e assim recebi um tapinha leve nas costas, e depois a bochechinha dele já repleta de comida se esfregando no meu ombro, me obrigando a fazer carinho em seu cabelo.

Meu gatinho manhoso. Só parei quando Jeongin apareceu e assim Jisung também voltou a agir normalmente, o Yang gostava de ficar nos chamando de gays, jamais pra ofender, porém eu não assumo e o Han não quer me deixar chateado com isso de novo.

- Oi, hyungs! - o mais novo sentou a sua frente, e consequentemente Seungmin ficou na frente do Han - Passa esse ovo aí... - ele levou a mão imensa na direção do bowl que dei a Jisung, e imediatamente reagimos.

- Não! - nós dois batemos na mão dele ao mesmo tempo e negamos, acabando por rir depois, e então eu continuei - Deixa ele... - apontei meus olhos e depois os dele, mostrando que estava o vigiando.

- Sem graça vocês dois... - o mais novo reclamou virando os olhos, e assim pegou o do Kim, que estava pouco se importando.

Eu e Han terminamos de comer mais rápido, porque queríamos ir caminhar na área externa da escola, isso nos ajudava a distrair um pouco enquanto assistíamos a natureza.

- O pão estava bom...? - ele questionou parecendo pronto para ouvir um "não", fofo, porém preocupante.

- Claro que sim, obrigado, eu trouxe seu potinho... Depois você pega. - sorri pequeno assistindo ele, eu aproveitava que o garotinho estava distraído e ficava admirando suas bochechas e seus detalhes.

- Tá bom... Desculpa ter ido cedo e sem avisar. - Jisung me encarou de volta, que dor, suas orbes sempre brilhantes.

- Não tem problema, pequeno... - citei o apelido em um volume muito mais baixo que o resto, sentindo o garoto apertar minha mão e depois a soltar.

Apenas Han Jisung.

Apenas Han Jisung

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secret secret - minsungHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin