Calmaria em seus toques, amor em seus beijos.

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@romantiqz obrigado por ser o melhor amigo do mundo e me apoiar em qual caminho deveria seguir para a história, também agradeço por ter betado o texto por mim, você é incrível.

Boa leitura !!!

***

Quando entrei pela primeira vez em meu apartamento depois de meses, pensei que ficaria contente por estar finalmente em casa, mas não foi como imaginei. Sentia-me fora de mim, como em um abismo, onde existia apenas eu e o sentimento de angústia

Jaiden estava ao meu lado, com uma careta feliz. Sentia-me culpado por não estar bem agora, ela sofreu muito para me tirar da prisão.

Foi doloroso observá-la me arrastando para o banho.

Precisei fingir felicidade, porém todo esse fingimento se desfez quando Jaiden estava organizando o jantar. Chorei em seus braços, com medo de perder Cellbit, com medo de voltar a rotina sem tê-lo ao meu lado.

Na hora de dormir, foi a pior coisa de todas. Jaiden estava grudada em mim como consolo, mas nem mesmo isso me deixou menos angustiado. Estava acostumado a dormir abraçado com Cellbit, não tê-lo junto a mim apenas me deixou choroso novamente.

Precisei aguentar isso por semanas, até conseguir alguma resposta do advogado que contratei.

Aparentemente, o caso de Cellbit precisava ser estudado e analisado por um bom tempo, então, infelizmente, fiquei dias vagando pelo meu apartamento sozinho, enquanto Jaiden trabalhava como garçonete em uma loja de comida.

Jaiden morava no México, assim como eu, mas veio para Nova York por minha causa. Fixamente trabalhava em uma empresa enorme como advogada, mas aqui, em outro país, precisou de diversas funções para manter as contas do aluguel, já que os seus documentos estavam na prefeitura durante meses, invalidados, impossibilitando-a de trabalhar como advogada.

Sair da prisão sem Cellbit me tornou paralisado no tempo, processando tudo o que aconteceu entre nós lá, naquele lugar imundo.

Passando horas e horas caminhando em círculos pela moradia em busca de algo para entretenimento, cheguei a conclusão que, mesmo que esteja em casa agora, não me sentia realmente em casa como deveria.

Depois de passar um bom tempo fitando o teto do quarto, enquanto tinha uma pequena crise existencial, pude concluir que Cellbit virou minha casa e por conta disso, me sentia tão longe de mim em meu próprio apartamento.

Minha casa estava longe de mim.

Com problemas para adormecer, não pude cessar meus pensamentos nem quando a noite chegava. Projetei em minha mente seu rosto como lembrava, seu quadril estreito, suas mãos delicadas, as cicatrizes e seus beijos… aquelas lembranças me fazem lembrar de como não deveria desistir. Então, toda noite, virou um ritual lembrar de tudo sobre Cellbit antes de poder — caso conseguisse — dormir, para não esquecê-lo.

Como havia planejado, fui atrás do melhor advogado da cidade, mas o mundo realmente parecia contra mim. O rapaz que foi designado para cuidar do caso de Cellbit simplesmente desistiu, deixando tudo em minhas mãos, desesperado com as coisas que ouviu.

Com as palavras queimando na garganta, me sacudi e gritei com o advogado, que falou sobre não poder defender um assassino — algo que Cellbit não era, eu sabia disso mais do que ninguém. Porque ninguém parecia entender?

Amor em tempos de prisãoWhere stories live. Discover now