Carregado pelo professor

125 11 6
                                    

   Fiquei andando até chegar na sala onde o diretor escreveu no papel pra eu seguir. Eu andei ainda com aqueles pensamentos na cabeça PARA DE ME FAZER PENSAR ESSAS COISAS, CORPO MALDITO!!! Bom, enfim, eu cheguei lá e bati na porta, agora eu entendi o porque ele saiu da minha porta dizendo que eu iria o ver de novo. Bati uma vez só e já recebi uma resposta.
          -Pode entrar!
Disse a voz de Gojo animada. Eu abri a porta, ele estava sentado apoiando suas pernas na mesa, quando me viu, Gojo deu um largo sorriso.
          -Oi! - Disse ele parecendo uma criancinha.
          -Ehh... Oi...
          -Ah, pode sentar aqui!
Ele apontou pra uma cadeira que estava do seu lado, olhei ela com um certo e sem motivo nojo e logo fiz o que me pediu. Me sentei e então Gojo se virou pra mim tirando suas pernas da mesa.
Novamente ele se aproximou de mim meio que demais, fiquei vermelho e, como estava de braços cruzados, apertei mais o braço em que eu mão estava.
          -Bom, o diretor me disse que aprontou alguma coisa, não foi?
Parei de me mexer, ficando completamente imóvel, isso fez ele rir.
          -Acho que já sei a resposta... - Ele tirou seus óculos de olhos fechados e então abriu eles. De todas as vezes que vi ele, nuca tinha visto seus olhos. Eram azuis, parecendo cristalinos, sabe? Então eu senti o meu rosto ficar mais quente, ele sorriu.
          -Ok, então. Vamos pra sua detenção!
Ele sorriu, fazendo aqueles pensamentos indecentes voltarem a tona. Quando viu isso, novamente ele riu e assim se levantou indo até o armário que estava do lado da lousa. Ele foi até lá e abriu, assim, tirando um caderno de dentro do armário e o fechando. Gojo voltou e se sentou, quando fez isso, ele pegou uma caneta que estava no copo encima da mesa. Ele me deu o caderno azul e a caneta. Não entendi e olhei pra ele esperando uma resposta.
          -O que? Pra que isso?
          -Ah, o diretor Yaga me falou o que você tinha feito pra mim, não achei tão absurdo e então ele me encarregou de te dar a detenção. Bom, vai ter que escrever, resumindo o seu "castigo". - Ele fez aspas com as mãos e riu, olhei de volta pro caderno.
          -Escrever o que?
          -Deixa eu pensar... Hum... - Ele colocou o dedo no queixo. -Bom, eu acho que pode escrever um coisa bobinha como "Não vou mais aprontar", pode ser pra você?
          -Uhum.
          -Ok, então escreva 4
50 vezes!
Disse ele sorridente, eu quase cair ao ouvir a parte de "50 vezes", por um acaso ele queria que eu perdesse os dedos?! Enfim, ele riu novamente e eu resmunguei, então abri o caderno, assim, comecei a escrever.

   Eu já tinha escrito umas 35 vezes a mesma frase que Gojo havia me mandado escrever no caderno, eu nem sentia mais os meus dedos! Bom, eu estava escrevendo a trigésima sexta vez a frase "Não vou mais aprontar" no caderno já na segunda ou terceira página. Gojo brincava com seus óculos, então me olhou com a cara neutra, assim, ele suspirou.
          -Já escreveu quantas vezes?
          -36... - Disse eu cansado com sono, sério! Já estava de noite!
          -Então vão faltar... - Gojo pôs o óculos na boca pensando. -13 não é?
          -É... - Suspirei cansado.
Novamente ele suspirou rindo, então Gojo tirou o caderno de minha posse. Olhei pra ele sem entender, então Gojo pegou uma outra caneta e voltou a olhar pra mim.
          -Que? Porque tirou o caderno de mim?
          -Eu escrevo o resto. - Gojo sorriu e olhou pra mim animado, pareceu que aquele ato dele me relaxou. -Tá com sono né?
Eu fiquei com o meu rosto quente de novo, sorri de leve  e isso alargou o sorriso do outro.
          -Pode continuar aí se quiser.
          -Tá...
Eu me apoiei na palma da minha mão, aos poucos sem eu querer, fui apagando.

     --P.O.V  GOJO--

  Oi! Agora eu que vou "narrar" essa parte da história! Bom, vamos até onde Sukuna parou! Bom, eu olhei pra ele escrevendo, percebi que estava já cansado de escrever, isso mesmo eu estando brincando com meus óculos como um crianção.
          -Já escreveu quantas vezes?
          -36... - Sukuna suspirou, então eu comecei a pensar na quantia que faltava pra ele. Dei um sorriso.
          -Então vão faltar... - Coloquei meus óculos na boca. -13 não é?
          -É...
Sukuna deu um suspiro igual ao anterior, fiz a mesma coisa só que rindo. Quando ele colocaria a caneta na folha de novo, tirei o caderno de suas mãos. Ele me olhou sem entender meu ato repentino.
          -Que? Porque tirou o caderno de mim?
          -Eu escrevo o resto. - Eu sorri pra ele de forma animada. -Tá com sono né?
Ele ficou meio vermelho, mas bem pouquinho, em seguida deu um sorriso leve e eu alarguei o meu.
          -Pode continuar aí se quiser.
          -Tá...
Respondeu ele. Eu não olhei mais pra ele e nem mais nada, então comecei a escrever a frase. Achei estranho porque a letra dele era quase idêntica a minha, bom, melhor caso o diretor peça uma prova de que ele realizou a detenção.

   Passou uns 20 a 30 minutos, eu completei as frases pra ele e então eu sorri. Olhei pra janela, estava escuro, mas não tanto, nossa! Quanto tempo ficamos aqui? Ri pra mim mesmo e me virei pra Sukuna.
          -Já anoiteceu! Pode ir pro seu...
Me calei quando me dei realmente ao trabalho de o olhar. Ele estava dormindo apoiado na mesa, pelo jeito, tava mesmo cansado. Quando vi isso, ri como um forma de disfarçar um suposta timidez pela cena... Enfim, eu cutuquei ele pra tentar o acordar.
          -Ei, Sukuna! Acorda! Vai dormir na sua cama!
Disse eu sussurrando, ele resmungou e gemeu em seguida, isso foi o suficiente pra eu entender que ele não acordaria tão cedo com apenas um sussurro e um cutuque e gritar não era opção porque alguns alunos provavelmente estavam dormindo. Resmunguei e então tentei achar uma solução e... É, eu achei uma... Minha cabeça dizia pra eu não fazer e fazer ao mesmo tempo, acabou que a escolha de fazer ganhou. Eu olhei pra Sukuna adormecido e ri. Me levantei indo ao encontro dele, peguei ele pelas costas e dobras das pernas, Sukuna se encolheu quando fiz isso, novamente ri dele dormindo.
          -Fofo...
Disse eu ainda rindo daquilo. Bom, eu segui assim com ele até chegar em seu dormitório.

   Pelo caminho, alguns alunos estavam acordados e com a porta de seus dormitórios abertas, esses alunos viram eu carregando Sukuna e começaram a se atropelarem pra ver. Ri disso. Finalmente cheguei, abri a porta de seu dormitório num empurrãozinho na porta que estava encostada. Entrei e coloquei ele na cama, quando eu fiz isso, olhei pra ele rindo e me agachando até sua cama bater em meu peitoral.
          -Boa noite...
Falei carinhoso e passei a mão pelos cabelos dele rindo, me levantei olhando o mesmo e saindo com um sorriso no rosto...

Between Student and TeacherOnde histórias criam vida. Descubra agora