Seus problemas não fazem dos meus invisíveis.

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Estava lá,bem plena assistindo.A campainha tocou,levantei com dificuldade (por conta do pé),abri a porta e era o Gael.

-Ah…oi.-Foi a única coisa que consegui falar.

-Vem comigo.-Ele falou muito sério,não estava brincando,será que aconteceu alguma coisa??

-Aconteceu alguma coisa com a minha família??-Fiquei preocupada,ele estava estranho.

-Não,só vem comigo.-Ele estendeu a mão para mim,não sei porque,mas aceitei.Fomos para a casa dele,os pais deles tinham saído com os meus,ele estava muito estranho…será que está planejando meu assassinato??Claro que não.Paramos em uma porta trancada.

-Chegamos…-Falou bem baixinho,ele estava me assustando,não vou negar…

-O que tem aí??

-Quadros…

-Quadros??-Agora estou realmente cogitando assassinato,sera que…ele fazia quadros das vítimas…como eu vou correr…droga de pé!!

-Sim…-Ele abriu a porta,e…eram quadros lindos, divinos!!

-É…é lindo….

-Obrigado,eu sei que sou lindo…-Ele sorriu e me ajudou a chegar em uma cadeira.

-Não falei de você seu ridículo.-Sorri fraco,ele me ignorou por completo.

-Eram da minha avó,ela pintava,antes de partir ela deixou para mim…é o que tenho de mais íntimo e quero guardar…-Olhava orgulhoso para as obras.

-É lindo…-Fiquei com os olhos cheios d' água,eu pintava,minha mãe me ensinou,sempre foi o meu sonho fazer faculdade de Artes,mas depois que ela se foi…bem,eu não consigo me imaginar fazendo algo que ela me ensinou.-É…Gael, porque está me mostrando tudo isso??

-Sua mãe pintava certo??-Ele lembra disso??

-Sim,ela pintava.-Sorri ao lembrar das "aulas".

-Eu também lembro que você pintava,ainda pinta??

-É…não,não gosto mais.

-Que pena,você tinha talento.-Ele veio andando até meu encontro.-É…no dia que eu fiquei sabendo que a sua mãe...bem,no dia que fiquei sabendo,foi o dia que meus pais me contaram que minha avó tinha uma doença terminal…eu não soube lidar.

-Eu não sabia…-Eu realmente não sabia,mas ainda assim,porque ele falou mal de mim para todos,a avó dele estava doente e ele decidiu falar mal de mim para todo mundo?? isso no minuto,é cruel.

-Eu não quis contar,você tinha acabado de perder sua mãe…-Ele abaixou a cabeça e…espera aí,ele falou mal de mim(coisas horríveis),me fez sentir totalmente sozinha,e a desculpa dele é porque eu estava sofrendo??Se não queria ajudar, também não precisava atrapalhar.

-Isso não é uma desculpa boa o suficiente!!-Cuspir.

-Não é uma desculpa…

-Não??porque para mim parece uma total desculpa.

-Droga!!-Ele começou a andar de costa para mim com a mão na cintura,e do nada,virou para mim.-Porque sempre tem algum motivo para brigar comigo??qual o seu problema??Eu te chamei aqui,te contei uma coisa que eu passei,porque pensei que você teria sensibilidade suficiente para entender,mas não teve,você está tão magoada com o seu passado que…-Interrompo ele.

-Não fale sobre o que eu senti ou sinto,você não sabe!!!.-Levantei mesmo sentido dó no pé.

-Senta Louis,não quero que você se machuque e depois venha colocar a culpa em mim.-Falou de maneira calma,bem diferente do jeito que estava falando antes,antes tinha raiva,decepção,mas agora parecia tão calmo…

-Eu quero ir para casa,me ajuda!!-Ele não falou,apenas obedeceu.Deixou-me em casa,e depois saiu,fiquei no sofá pensando na conversa,ele estava literalmente querendo se fazer de vítima,sei que tudo que ele passou deve ter sido difícil,mas também foi difícil para uma garota de doze anos ouvir "especulações" dos coleguinhas,e ainda falando que quem tinha dito aquelas "especulações" era o Gael,eu posso te sido muito insensível com ele,mas eu não consigo não odiar-ló…parece besta e irracional,mas talvez eu não passe disso.

Como Eu Te Conheci...Enemies to loversWhere stories live. Discover now