21_ Eu me apaixonei, Claire

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ㅡ Oh, meu Deus... ㅡ Meu coração se partiu. ㅡ Eu sinto muito, Carson. ㅡ Toquei o seu ombro. Carson permaneceu olhando para o chão, como se estivesse processando a notícia. ㅡ Precisa de alguma coisa? Precisa que eu faça algo?

ㅡ Pode ir ao funeral comigo? ㅡ Ele perguntou, me pegando desprevenida. Nunca tinha ido a um funeral na vida, não sei o que dizer para pessoas que estão de luto e é a minha cara falar ou fazer algo que não devo.

ㅡ Eu? ㅡ Olhei para ele. Seus olhos estavam tristes e eu não tive como negar. ㅡ Tudo bem, claro.

Carson se afastou de mim. Ele apagou a luz do salão e andou devagar na direção da porta da cozinha. Eu o segui e o vi terminar de arrumar a cozinha para fecha-la também. Parecia mais que ele estava querendo se ocupar.

ㅡ Como você está? ㅡ Mordi a bochecha. Pareceu uma pergunta idiota. O que eu disse? Eu não sei o que dizer para quem está de luto.

ㅡ Melhor do que você está pensando. ㅡ Ele apoiou as mãos na ilha da cozinha. ㅡ Eu não tinha muita intimidade com o meu avô. Ele era uma ótima pessoa, mas sempre morou muito longe, na Itália, e eu quase nunca o visitei. Não tenho tantas memórias com ele para sentir tanto pesar. Mas... Sinto pela minha mãe. Era pai dela. E ela sempre foi muito apegada a ele. Deve estar sofrendo muito.

ㅡ Não consigo nem imaginar como ela está se sentindo. ㅡ Não consigo porque não sou apegada ao meu pai.

ㅡ Ela vai ficar bem. Só precisa da família. ㅡ Ele se virou para mim. ㅡ E você faz parte, agora. ㅡ Um arrepio percorreu a minha pele. ㅡ Bem... É melhor descansar. O funeral deve ser depois de amanhã... ㅡ Ele pareceu calcular em sua cabeça. ㅡ Umas onze horas de vôo sem escala. Se sairmos daqui umas cinco da manhã, chegamos lá antes das cinco da tarde.

ㅡ Espera... Onde vai ser o funeral? ㅡ Dei uns passos a frente.

ㅡ Na Itália. ㅡ Ele disse como se fosse ali na esquina. ㅡ Meu avó viveu sua vida toda lá, com certeza seu funeral será lá.

ㅡ Você está dizendo que quer que eu vá com você a um funeral na Itália? Amanhã? ㅡ Ele concordou com a cabeça e eu encarei o chão. ㅡ Meu Deus...

ㅡ Algum problema? Você não pode? Ou não quer? Você não precisa, é só que... Queria que estivesse comigo. ㅡ Olhei para ele e ele pareceu perceber o que tinha falado. ㅡ Digo... ㅡ Ele ficou nervoso. ㅡ Minha mãe vai gostar de ter você lá. Você tem sido a boa notícia da família e isso pode deixar ela um pouco melhor. ㅡ Ele tentou disfarçar, mas sorri. Ele queria que eu fosse com ele, e isso não era só pela sua mãe.

ㅡ Eu até posso ir com você, mas você sabe que não tenho dinheiro nem pra ir do outro lado da cidade. Se não fosse por você, eu estaria pedindo esmola no sinal. ㅡ Ele riu balançando a cabeça. Me senti bem por estar conseguindo fazê-lo rir numa circunstância daquelas.

ㅡ Não se preocupe com isso. ㅡ Carson apagou a luz da cozinha e caminhou na direção da porta. Ele esperou que eu saísse para tranca-la e logo depois subimos juntos a escada.

ㅡ Me sinto culpada por estar empolgada de ir para a Itália. ㅡ Comentei enquanto ele abria a porta de sua casa.

ㅡ Por que?

ㅡ Porque estamos indo para o enterro do seu avô. Eu não devia estar empolgada. Pareço uma pessoa horrível. ㅡ Ele balançou a cabeça. Me escorei na parede virada para ele e ele se virou para mim.

ㅡ Você não é uma pessoa horrível. Não precisa se sentir mal, você não conhecia ele. ㅡ Cruzou os braços. ㅡ Agora vai dormir porque amanhã precisamos levantar cedo.

Um raio de Sol em minha vidaWhere stories live. Discover now