2.

82 18 5
                                    

Eu ainda estava irritada, e já era noite.
Chega a ser estranho, nunca me importei com más respostas ou falta de educação, mas por algum motivo havia criado algum tipo de expectativa dela.

Balancei minha cabeça e me levantei do sofá, suspirando e torcendo para que a imagem dela saísse da minha mente, e decidi tomar um banho.

Tomei um banho quente, para relaxar, e coloquei um short jeans e uma camiseta larga que roubei de uma amiga minha. Depois segui para a cozinha, fazer algo para comer.
Não costumava jantar, então apenas fiz um misto quente e cortei dois morangos para comer.

Me sentei, e peguei um pedaço do morango. A campainha tocou.
Ergo uma sobrancelha. Nunca fui muito de visitas, ainda mais a noite.

E então, meu celular vibra por cima do balcão, e vejo o nome de Selina na tela. Atendo a ligação.

- Abre a porta.

- O quê? – digo confusa, pegando mais um pedaço de morango. – Eu não te convidei.

- Não preciso de convite pra visitar minha maninha, não é? – Ela com certeza está sorrindo do outro lado.

Eu reviro os olhos e desligo a chamada, largo o celular no balcão novamente e me levanto. Caminho até a entrada da minha casa e abro a porta. Selina estava com um sorriso duvidoso nos lábios.

- Por que está sorrindo? – pergunto, minha cara séria.

Selina revira os olhos e já vai entrando, deixando os saltos de baixo da mesinha que tem na entrada.

- Credo, Pamela. Só estou feliz em te ver. – ela diz com tédio, e vai para a cozinha. – Hm, morangos!

Eu observo ela pegar um pedaço dos meus morangos, e cruzo os braços. Ela dá uma risada.

- Você ainda tá irritada por aquilo? – Selina pergunta com um olhar curioso, caminhando para a sala. Eu apenas pego meu prato com minha janta improvisada e a sigo.

- Ela poderia ter sido mais educada. – eu murmuro, fazendo um bico com os lábios.

- Quer que eu tire satisfação? – Selina pergunta com uma preocupação genuína. – Eu posso ir até a casa dela e...

- Por favor, não. – eu a interrompo, ajeitando meu cabelo. – Eu tô bem, está bem? Não estou irritada.

Selina ergue uma sobrancelha, e eu reviro os olhos, mordendo um pedaço do meu misto. Ela não perguntou mais sobre isso.

Eu logo troquei de assunto, e a conversa começou a fluir. Comi todo meu lanche, começamos a assistir algo na TV e mal reparei o horário. Enquanto assistíamos um desenho qualquer, percebi o quanto Selina estava entretida com a programação e dei uma risadinha, aproveitando a brecha para olhar para a janela. As luzes da casa de Harley ainda estavam acesas, e a porta se abriu.

Não demorou muito para alguém sair de lá de dentro. Alguém que não era a Harley, nem aparentava ser uma das pessoas que frequentavam ali. Era uma adolescente, com traços asiáticos e cabelo médio. Ela estava puxando alguém, e ria enquanto fazia.

Demorou para eu ver a figura conhecida e recente em meus pensamentos. Harley parecia irritada, ela parou na frente da garota e se virou com os braços cruzados, começando a andar na...

Direção da minha casa.

A garota olhou para a janela da minha sala, e eu rapidamente desviei o olhar para Selina. A cutuquei, fazendo ela tirar sua atenção da TV.

- Selina! – eu grito, minha expressão um pouco desesperada. A outra se assustou, disfarçando o pulo que deu no sofá.

- Caralho, Pamela! Pra que gritar desse jeito? – ela diz irritada, revirando os olhos.

Gardening Guide (Harlivy)Onde histórias criam vida. Descubra agora