Capítulo 25

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  Depois de toda aquela situação na hora do almoço, deixei a chave do carro com caveira e decidi voltar a pé para espairecer um pouco. Acendo um cigarro que roubei da mesa de Cole quando levei papeis para ele hoje a tarde. Trago e a fumaça preenche meus pulmões que imediatamente a reconhece e a solta pelo nariz.

 Eu parei de fumar já faz uns bons anos , mas as vezes a vontade fala mais alto e acendo apenas um. Só que desde que conheci esses três e essa empresa, esse já é o vigésimo em menos de um mês.

 O que Aaron disse mais cedo retornou a minha mente milhares de vezes ao longo do dia 'Você devia se preocupar com os outros dois'. O que caralhos ele quis dizer com aquilo?

 Analisando bem aqueles três ,Alex é digamos assim... o alfa. Ele comanda e só ele toma a maioria das decisões e se ele não dar a ordem seus parceiros não agem. Cole e Aaron são mais calmos , mas toda vez que estou perto deles um arrepio se instala em minha coluna , eu diria que os silenciosos são os mais perigosos.

   Balanço a cabeça e jogo o cigarro fora, virando na esquina da rua da boate. Eu preciso beber e se eu não beber irei trabalhar .Caminho até lá e vou atravessar a rua, mas um carro preta fecha minha passagem e a porta se abre imediatamente. Desgraçado abusado. Reparo que é exatamente o carro que parou ao meu lado no sinal quando Adam e eu fizemos compras a uns meses atrás. Coloco as mãos nos bolsos e me inclino para frente vendo exatamente as pessoas que eu estava pensando.

- Entra ai- Cole diz e sorrio

- Você acha mesmo que manda em mim?- digo e me viro continuando meu caminho- Acredite nisso e talvez você descubra a verdad...- Tento terminar de falar , mas um pano cobre minha boca

Olho para cima começando a ficar desesperada e vejo Aaron me arrastando para o carro

- Continue lutando e isso só vai ser melhor para nós-

Ele diz e tento o morder, mas meu corpo está fraco e meus olhos anceiam para se fecharem. Mando os três se fuderem em minha mente e a escuridão me leva.

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  "Você sabe que eu vou sempre voltar para ver a minha princesa"

 Olho para a voz atrás de mim e vejo ele parado lá sua boca sorrindo asquerosamente para mim . Ele caminha até estar em minha frente e se abaixa na minha altura . Sua mão direita coloca uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha e ele chega mais perto para sussurrar em meu ouvido.

" Pode ficar tranquila, o papai está aqui"

Ele diz e se afasta de mim e vejo imediatamente um buraco em sua testa sangrando lentamente enquanto ele gargalha....

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  Abro meus olhos no susto e engulo a saliva que estava presa em minha garganta. Era só um pesadelo , digo a mim mesma. Passa as mãos por meus cabelos agora soltos e percebo que ainda estou dentro do carro daqueles Babacas,  mas os babacas não estão aqui.

  Olho pela janela e vejo a escuridão que rodeia o veículo e então vejo um grande pinheiro a minha esquerda iluminado pela lua. Puta merda estamos muito longe da cidade. Bufo com ódio e olho para frente vendo a imagem embaçada de uma construção pelo vidro. Passo meu corpo para a frente e esfrego minhas mãos no vidro tendo a imagem de uma igreja. Provavelmente alguma construção gótica,  já que as pontas das Torres parecem tocar o céu.

  Penso mais uma vez porque eles me trouxeram aqui e me deixaram sozinha. Nhé, eu vou é embora.

  Testo a porta que se abre imediatamente e sorrio. Saio para o ar gelado da noite e bato a porta virando apenas para ver a enorme construção meio encoberta pela escuridão e vejo sua grande beleza. Deve ter sido bela em seus dias de glória,mas agora não passa de um lugar abandonado e sujo vandalisado por um monte de pessoas.

Dou de ombros.

- Dane- se eu vou embora isso sim- digo isso e giro sobre os calcanhares seguindo a estrada abaixo

Mas por algum motivo eu paro e me viro para olhar novamente a construção e percebo que o barulho do que pode ser música vem até meus ouvidos e percebo então que há uma luz fraca saindo pelas vidraças. O que está acontecendo lá?

Minhas pernas automaticamente começam a andar até lá,  mas eu as freio. A curiosidade não vai me vencer,  não adianta tentar, pernas. Sigo meu rumo para ir embora e paro novamente

- Não deve ser nada de importante. Eles me trouxeram para o meio do nada para uma igreja a onde possivelmente pode estar tendo uma festa, mas creio por mim que isso é uma punição para mim ter que voltar a pé,  até porque a chave não está na ignição. Nhé,  não vale a pena o risco. É talvez a minha curiosidade não me mate hoje- digo isso e começo a descer a estrada.

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- Droga de curiosidade- digo subindo os poucos degrais da igreja.

Observo de perto a enorme construção que provavelmente do século XVIII ou XVII e observo a enorme porta que está entreaberta. Chega a ser tentadora demais para meu gosto, mas passo meu corpo facilmente pela abertura.

  Meus olhos se ajustam a escuridão e percebo o altar e a grande vidraça redonda acima dele, o salão desprovido de qualquer banco ou confessionário nas laterais. Ando pelo amplo salão e procuro meu celular pela primeira vez , mas não o encontro e entendo que eles o esconderam de mim. A luz que era visível lá fora na verdade era da chama de uma lanterna a gás na parede que fica perto de uma escadaria que leva para algum andar lá encima, como se fosse uma pista implorando para que eu seguisse sua luz

- Saibam que isso não tem a mínima graça- grito e só o silêncio me responde

  Olho em volto e avalio a situação. A pé vou demorar muito para chegar em casa e posso ser sequestrada , se eu ficar no carro alguém pode atear fogo nele, e se eu ficar aqui... tenho a sensação de que isso não vai ser agradável.

Quer saber foda- se!! Eu vou ir atrás daqueles desgraçados ,pegar meu celular , a chave do carro e ir embora dessa porcaria de lugar. Pego a lanterna a gás e olho para cima vendo a quantidade de degrais que me esperam a frente...

Para a minha sorte eu fasso cardio todos os dias.

Após subir sei lá quantos degrais chego ao segundo andar suando e arfando que nem um cachorro. Me encosto na parede um pouco e recupero o ar que me falta decidindo continuar o caminho.

No fim do corredor vejo um raio de luz saindo de uma porta aberta e caminho até lá lentamente aguçando meus sentidos. A porta de madeira branca gasta pelo tempo range quando seguro e a abro mais entrando no cômodo.

Meus olhos se ajustam então a luminosidade das várias velas espalhadas pelo cômodo e percebo então a cama grande o suficiente para uma família dormir nela no meio do que parece ser um quarto. Meus olhos escorregam para uma mesa e vejo diversos óleos,  um terço, água em uma jarra e uma cruz de madeira.

- Que porra é essa?!- me afasto para trás um pouco e meu corpo bate em algo

- Isso é a onde você irá confessar seus pecados , pequena- uma voz diz atrás de mim e me viro lentamente

  Viro meu pescoço apenas o suficiente para ver um Alex a com uma expressão obscura e um pouco perturbada além fo normal e pela primeira vez em muito tempo penso em correr.

Eu devia ter ido embora, curiosidade Filha da puta. Penso e um sorriso repuxa seus lábios.

Eita que agora começa a putaria !!!

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Meu doce pecadoWhere stories live. Discover now