Cap.1 - Crack Baby

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-Interrogatório

- Se você confessar sua pena pode ser diminuída, você sabe disso? - disse o policial, encarava o jovem com um certo desconforto. Era estranho, o garoto que interrogava, jamais acreditaria que um jovem de apenas 21 anos seria capaz de fazer tais crimes. Engoliu a saliva na tentativa de tirar o nó da garganta, sem sucesso, esfregou a unha na sua mão na tentativa de conter sua ansiedade, estar na frente de um vilão tão horrível o deixava com a ansiedade há flor da pele, suspirou tentando se acalmar e começou a falar novamente - sabe que temos permissão para te torturar, não? Seja inteligente, facilite nosso trabalho, desembucha logo. - tentava esconder seu desconforto mesmo sentido que não fazia diferença, mesmo o garoto parecendo indefeso, com a cabeça baixa e seus olhos olhando fixamente para um canto, o policial não se sentia seguro. Não tinha como não se sentir oprimido pela presença do garoto, mesmo ele estando quieto, sentia que isso o perturbava mais do que ele falando sobre as brutalidades que ele cometeu.
- Por onde eu começo? - O policial não pode deixar de sentir um arrepio ao ser encarado pelo garoto, seus olhos estavam opacos, porém mostravam uma indiferença? Não, não era isso, era um olhar de desinteresse, fora a primeira vez que o policial se sentiu tão pequeno perante um criminoso, sempre resolvia as coisas de forma fácil, sua aparência assustadora fazia os presos pensarem quatro vezes antes de mentir pra ele, porém com esse garoto foi diferente, se sentiu ameaçado por alguém três vezes menor que seu tamanho. Seu ego estava ferido, encarou o garoto de forma cautelosa, não queria demonstrar que estava nervoso, mesmo que o garoto parecia saber como ele se sentia, ele não podia deixar de tentar a enganar a si mesmo, "pirralho arrogante, está tentando me botar medo?" Pensou consigo mesmo, estava tão preocupado de que sua fantasia de "o mais forte" acabasse. - Bom... talvez eu deva começar do começo? - o garoto deu um grunhido, o policial se endireitou na cadeira, prestando atenção a cada palavra do garoto algemado.

1/02/2015 - primeiro dia de aula

*trim...trim*

- porra... - bati no despertador - anh... porra, parece que eu levei uma surra... - sentei na cama, tentando raciocinar um pouco, eu tava com uma puta ressaca... - eu não quero ir pra escola hoje... hoje? Eu nunca quero, quantas faltas eu tô mesmo? - fiquei um tempo penando, sinceramente quem inventou essa se falta ? Porra se as minhas notas estão boas por que caralhos tenho que ir pra essa merda ? - ... oquê? Puta que pariu... - levantei correndo da cama, cambaleando um pouco por conta da ressaca, coloquei meu uniforme todo amassado, peguei minhas coisas e sai do meu quarto. Suspirei, será que ela tá acordada..? Desci as escadas lentamente, esticando minha cabeça pra ver se tem alguém na cozinha, ela não estava lá - ... antes sozinho do que com ela - fui pra escola, no caminho me sentia cada vez mais ansioso, " e se me baterem hoje? Já faz um
Tempo desde a última surra." Suspirei pesado,- eu realmente preciso de um trago... - sentei no meio fio de um cantinho meio escondido, tirei meu pod 5 mil
Puff da bolsa e fiquei sentindo minha ansiedade ir embora, dei mais umas tragadas e voltei pro meu caminho, sem muito a ver, não estava nem um pouco afim atrasar, não hoje - *PLAFT* - Me virei assustado para o beco que estava um pouco atrás de mim - ...- era só uma lata de lixo... Se bem que, me sinto observado....

Cheguei na escola, enquanto caminhava pelo corredor via como os ouros me olhavam, minha aparência não é das melhores... Meus cabelos são esverdeados e bagunçado, minha pele é tão branca que tá para ver minhas veias dos olhos, sem contar nas minhas olheiras grandes, demonstrando minhas longas noites de insônia. Sei que minha aparência não agrada, eu a vejo todo dia, sei muito bem disso. Ao chegar na sala ouvi algumas risadinhas quando olharam para mim, - já entendi... - sussurro para mim mesmo, engulho seco, oque será que é agora? Sem querer pensar muito nisso vou até meu lugar, na última carteira do lado da janela, encaro o céu enquanto caminho até lá, sentia como se tivesse caminhando direito para uma armadilha, o inferno - Como eu queria... - sempre que encaro o céu me perco nos meus pensamentos, digo coisas sem sentido, me veem um estranho sentimento de dor, acho que é meu medo de morrer? Não... não sei do que chamar isso. Olhei para minha carteira, havia muita cola na minha cadeira , olhei para os meus colegas de turma, todo mundo estava quieto me encarando. Só isso? Eu estava esperando coisa pior... sem pensar muito, não tentei tirar a cola recente da minha cadeira, iria ser pior se eu tirasse - !!! - Tinham tarraxinhas no meio da cola, enquanto eu segurava o choro ouvi algumas risadas na sala
"E eu achando que a expressão dele não podia piorar" ouvi isso vindo da frente da sala, encarei a vagabunda que falou de mim, logo que ela percebeu meu olhar ficou quieta e virou pra frente - eu vou matar todos vocês... eu juro que vou matá-los - repetia pra mim mesmo essa frase, queria acreditar que iria me vingar desses caras, eu queria muito acreditar que eu conseguia, que eu era capaz. Todos estavam me encarando, rindo de mim, encarei cada um deles e me arrumei na cadeira, mesmo sentindo as tarraxinhas entrando ainda mais na minha pele, eu fiz de tudo para continuar com a minha cara tranquila, essa era minha forma de demonstrar poder, esses merdas não iam passar por cima de mim.
Todo mundo me encarava chocado, não acreditavam que não estava doendo, dei um sorriso zombeiro, essa é minha forma de mostrar poder. "ele deve tar acostumado a enfiar essas coisas no cu, né Deku?" Enquanto a sala inteira ria eu me virei para ver, Bakugou você voltou... e veio ainda pior.

Continua...

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Tenho tanta dificuldade de escrever ! Não sei por que ínsito nisso! Deus por quê?

Que shipps vocês querem aqui??

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⏰ Last updated: Dec 21, 2023 ⏰

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Eu quero ser heróiWhere stories live. Discover now