Capítulo 17

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Um motorista entregou uma caixa para minha mãe enquanto eu dava uma volta na praia. Quando voltei para casa, fui avisada que uma caixa havia sido entregue e estava na minha cama. Valerie e eu corremos até meu quarto e ficamos olhando para a caixa por alguns segundos.

— O que será tem dentro? — Perguntou ela, olhando para mim.

— De quem era o motorista?

— Só pode ser da família do Dick, não é? — Respondeu, mas sem firmeza na voz.

Desatei o laço e Valerie puxou a fita, enquanto eu retirava a tampa. Um vestido delicado num tom claro de azul turquesa surgiu.

— Isso é um vestido? — Valerie não conseguia tirar os olhos do vestido, de boca aberta.

— É... tão lindo...

— Tem um bilhete. — Apontou para um pequeno envelope ao lado do vestido.

Apanhei o envelope e o abri, retirando o bilhete com o mesmo cuidado que abri a caixa.

"Querida, Amy,

Espero que o presente traga um sorriso ao seu rosto.

Ansioso pela sua companhia.

Richard Dorrance."

Valerie pegou o bilhete da minha mão, enquanto eu tentava digerir a surpresa, e a emoção estranha.

— Ele é da família Dorrance? — Questionou, relendo o bilhete.

— O que quer dizer?

— Nunca ouviu falar da Família Dorrance?

— Não.

— Você realmente precisa sair mais comigo enquanto estivermos aqui.

— O que tem de tão especial em ser um "Dorrance"?

— Tomas Dorrance, que seria, sei lá, o tataravô de Dick, inventou um processo de condensação de uma sopa lá pro final do século dezenove. A empresa possui hoje, mais do que a sopa. As marcas V8, Pepperidge, Farm e outros, geram em torno de oito bilhões em receita anual. Apenas onze membros possuem cinquenta por cento da Doruel's soup, e Dick é um deles.

— Está me dizendo, que Dick é herdeiro da Doruel's soup?

— Isso aí.

— Isso é tão...

— Assustador, eu sei. Eu sabia que a família dele era rica, mas não fazia ideia de que ele era um Dorrance. Isso faz toda a diferença.

Minha mãe estava atrás de nós, observando tudo, perplexa.

— Você ganhou um vestido? — Perguntou ela, olhando para a caixa.

— Sim. — Respondi, sem saber exatamente se essa deveria ser a resposta para a pergunta dela, pois ela parecia confusa demais.

— É muito bonito. Dick parece ter bom gosto, Amy.

— Mãe, somos apenas amigos. Não confunda as coisas, por favor...

— Está bem, está bem. Mas, me ajudem com o Ronan, eu preciso terminar algo na cozinha e o pai de vocês está ocupado.

Valerie e eu nos olhamos, depois fechamos a caixa e descemos com a minha mãe. Mas, meus pensamentos estavam em Dick. Eu me sentia entranha com aquilo tudo, desconfortável e insegura, já não tinha mais certeza de que ir à festa era a coisa certa a fazer.

Passei o resto do dia decidindo o que faria, e Valerie me convenceu de que eu precisava de ao menos uma noite para conhecer Dick de verdade. Segundo ela, era uma oportunidade única de estar em um ambiente diferente da qual eu estava acostumada, e ao lado de um dos caras mais cobiçados de Cape Charles. Nas palavras dela, Dick era o sonho de toda as garotas e eu estava vivendo praticamente um conto de fadas. Eu não me sentia assim, mas vê-la falar, parecia real.

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