Diário de um Submisso

A última Festa

Começou mais uma semana e sem qualquer chance de conseguir resolver alguns dos meus problemas...

Mas prefiro não pensar nisso.

Por conta desses gastos desnecessários tenho que refazer o meu planejamento financeiro, não estava considerando esses valores e agora posso ficar devendo, ainda mais agora nesse final de ano.

Presente dos meus pais, irmão e Felipe.

Diante da situação, optei por não pegar mais Uber, não dá para pagar R$20,00 de Uber toda vez que for sair.

Fora que os presentes seriam mais simples esse ano, esse Michael é um filho da puta, se não fosse por ele...

Bom, já disse que não posso quero ficar pensando nisso...

Voltando...

A semana começou como qualquer outras, eu ainda não conseguia ver solução para o problema, mas precisa pensar em algo urgente.

Dessa vez optei por não me aproximar tanto do Michael, ele poderia querer alguma coisa, melhor evitar até contato com essa praga.

Mesmo evitando, sentia seu olhar durante o dia, como se estivesse me observando, o que me deixava com mais raiva ainda.

E foi a semana toda assim, uma semana arrastada, cheio de trabalho, entregas de documentos, planilhas, orçamentos. Como estamos no final do ano, algumas empresas já começaram o trabalho de reunir a documentação necessária para o pagamento dos impostos do novo ano. Recebemos alguns convites para participação de festas de alguns clientes, o que para mim não faz sentido, eles pagarem mais só para a "contabilidade" participar.

Acho que tem algo aí, mas não vou investigar nem nada do tipo, já tenho problemas de mais...

Mas o pior ainda estava por vir, o final de semana, a festa da minha mãe.

E tudo começou na sexta mesmo, Murilo tentou chamar o pessoal para mais um bar, mas como todo mundo tinha compromisso, ele acabou indo sozinho ou algo do tipo.

Até encarei o Michael, quando recebi o convite do bar, mas ele acabou nem dando tanta importância, acho que esse final de semana ele não quer sugar meu dinheiro, graças...

Peguei as minhas coisas e saí, descendo e encontrando o Felipe me esperando, pelo menos hoje teria carona.

- E aí, tudo bem?

- Tudo, sim, Lipe e com você?

- Certo...

- Aconteceu alguma coisa?

- Não nada, e com você? Alguma novidade?

- Não, não, tudo certo.

- Ok, sobe aí, vamos para a sua casa.

- Tudo bem, mas já aviso, minha mãe quer ajuda para arrumar as coisas da festa.

- Ah, sim, a festa, tinha esquecido dela.

- Você vem?

- Vou sim.

- Tudo bem, então.

Subi em sua moto e fomos para casa, mas alguma coisa estava acontecendo.

Apesar dele ter me dito que estava tudo bem, sentia um clima estranho entre a gente, fiquei pensando no que poderia ser.

Chegamos em casa.

- Quer entrar? Dar um Oi para a minha mãe?

- Não, preciso fazer uns negócios, depois a gente se fala.