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Depois de todas as horas que passamos no salão e afins, de lingerie na frente do espelho no meu quarto, eu olhava para mim com certo orgulho, eu estava linda, meus cachos estavam mais definidos, o dourado de meu cabelo já não me incomodava como antigamente, e pelo menos hoje, eu não estava me sentindo mal com meu próprio corpo. Soltei um suspiro e peguei meu vestido para colocar, logo o som da campainha soou, passei o vestido por minhas pernas e soou novamente a campainha, a música alta de Ariana Grande, não abafou o terceiro soar da campainha, e mesmo sem fechar meus vestido, usei meus braços para o prender atrás e corri para abrir a porta.

– quanta demora_ Matt reclama.

– quanta impaciência_ retruco me virando para ir pegar meus sapatos, mas dou meia volta_ fecha_ fico de costas para que ele possa fechar meu vestido.

– não aprendeu a pedir?_ pergunta afastando meu cabelo.

– faz logo_ o apresso.

– tão educada_ debocha.

– sempre_ saio correndo assim que ele termina e vou calçar meus sapatos.

Pego minha bolsa, me olho uma última vez no espelho e então volto para sala, onde o homem está observando as fotografias que estavam ali dispostas.

– vamos?_ chamo sua atenção e ele pousa a fotografia que segurava.

– vamos_ ele assentiu e saímos.

•••

Depois do BRAM, Tina me arrastou para ir comer, no meio da madrugada em uma barraca perto da costa, não que fosse uma má ideia, mas o facto de seu irmão e seu namorado estarem presentes, apagava a beleza de nossos outros 4 amigos estarem conosco. Enquanto Maria brigava com Cooper por conta de umas fatias de pizza, Matt estava cantarolando a música "o amor é o segredo" de Vítor Kley, que tocava baixinho no local, Tina, Jéssica, Fernando e Lucas falavam das competições de patinação de Jessy, e até eu estava envolvida na conversa, mas sei lá, eu me perdi e observando todos os meus amigos, eram todos um casal, Lucas e Tina, Jessy e Nando, Maria e Coop, todos demonstravam amor de seu jeito uns pelos outros, eles eram companheiros e sempre nos demos bem desde criança, as vezes eu até invejava a dimensão do relacionamento de cada um deles, e como era fácil para eles serem tão perfeitos, Matt era quem não tinha um relacionamento, mas ele era assim porque não tinha vontade alguma de conciliar sua carreira de ator, com a vida de outra mulher qualquer..

Quanto a mim, eu não consigo compreender a complexidade desse sentimento, não que eu não quisesse me apaixonar, não que eu não tivesse tentado me apaixonar, mas simplesmente era difícil para mim, era difícil pois eu tinha tantas expectativas que normalmente eu deixava de lado ao entrar num relacionamento, só para não me sentir frustrada quando tais expectativas não eram alcançadas, eu sempre me esforcei para ser uma boa namorada, mas eu nunca fui o suficiente, alguns deles não eram carinhosos e se eu o fosse, diziam que não combina com a minha pessoa, nunca ninguém se doou na mesma intensidade que eu e depois eu me transformava na vilã da história. Talvez o problema seja que eu não costume a ser firme sobre as minhas decisões em certos momentos, ou talvez porque eu sempre me sinta insuficiente face as "amigas" deles, eu não sei o motivo, mas eu nunca senti dois braços me acolhendo de modo protetor e que inconscientemente gritassem para eu me jogar de cabeça, bem, nunca não, na verdade eu tinha sim um abraço acolhedor, para o qual eu corria toda a vez que me sentia insegura: o abraço do meu irmão mais velho, o Adam, mas sei que isso não é o mesmo, que seu irmão pode te amar incondicionalmente, mas não é igualmente bom que uma pessoa totalmente aleatória se preocupe muito e te ame de um modo igualmente intenso? Eu acredito que sim, mas talvez eu não o seja merecedora.

– agora eu quero saber, o que foi que aconteceu para o Matt e a Val virem juntos?_ Nando perguntou curioso e todo mundo olhou para mim e depois para Matt que os olhou confuso, fazendo nesse instante eu focar a atenção novamente na conversa.

Destinados A AmarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora