4. Passagem de ida e volta

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Ele a levou discretamente para um elevador, onde entraram e pararam em uma garagem subterrânea. Aurora agora sentia o pé com mais intensidade e o aperto do homem pareceu machucar ainda mais as suas costelas.

Logo chegaram a uma vã preta onde Aurora foi impelida a entrar. O homem acendeu a luz e observou o pé dela.

- Acho que precisará imobilizar isso aí. - ele falou, mas Aurora não estava preocupada com isso no momento.

- Quem é você? - perguntou com frieza. - Por que me trouxe aqui?

- Apenas pensei que estava em apuros. É impressão minha ou tinha pelo menos cinco homens enormes correndo atrás de você?

- Não é da sua conta. - Aurora resmungou. - Quem garante que você não é um deles?

- Eu não sou. - O homem falou com firmeza, como se ela o estivesse acusando de algo hediondo. - Vou te levar a um hospital. É melhor cuidar desse tornozelo.

- Obrigada. - Aurora falou e se arrumou no banco como podia.

O homem saiu da van, a fechou e entrou novamente pela porta do motorista. Aurora não viu quando ele mandou uma mensagem no celular e somente depois ligou o carro e saiu.

Aurora teve alguns minutos de descanso. Foi somente quando viu para qual hospital estava sendo levada, que ela se pronunciou:

- Não, esse hospital é muito caro, eu... - Aurora sentiu o coração bater mais rápido, a dor em suas costelas aumentaram, mas ainda assim ela disse, em tom mais desesperador do que pretendia:

- Está devendo despesas médicas? - O homem perguntou, curioso.

Aurora quase se sentiu ofendida, mas assentiu.

- É... Minha mãe precisou de uma cirurgia. Ela morreu e eu tive que optar em pagar o hospital ou a funerária. Só me leva para outro hospital, ok? - Mentiu.

- Não se preocupe, falarei com um amigo que é médico e ele te atenderá pessoalmente, só para dar uma olhada. Não vamos nem entrar, ok?

Aurora não teve outra opção a não ser concordar. Ela até cogitou a possibilidade de fugir, mas seu pé estava muito inchado e não iria muito longe de qualquer maneira. A única coisa que restou foi rezar para que o conhecido de seu salvador não fosse ninguém relacionado a Hunter.

A boa notícia era que não, não era ninguém relacionando a ele, a má notícia era que infelizmente o próprio Hunter era o médico conhecido do seu salvador.

- Ah, droga! - Aurora resmungou e tentou se levantar. - Ai!

- Aurora! - Hunter abriu a porta da van e notou o seu estado deplorável. - O que aconteceu com você, foi atropelada por um caminhão ou algo

- Havia um grupo de gangsters atrás dela. Foi pura sorte eu a ter encontrado.

Hunter franziu a testa para o homem. Aurora revirou os olhos.

- Onde ela estava? - O médico perguntou, sua voz ficando mais séria e grave.

- No aeroporto. Por falar nisso, onde está sua bagagem? - O homem perguntou para Aurora, interessado.

Hunter a observou com olhos frios esperando pela resposta.

- Era uma viagem rápida, eu não tinha bagagem. - Aurora respondeu. - Ai! - Resmungou quando Hunter pegou em seu pé.

- Teremos que engessar. Dói em mais algum lugar?

- Não. - Aurora mentiu, mas quando o noivo a puxou, lágrimas desceram em seu rosto devido à fratura em sua costela.

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