04 - sanduíches curam ressacas

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POV Laura

Acordo com uma dor de cabeça insuportável, o resultado da balada da noite anterior. Definitivamente, não estou acostumada com toda essa loucura de balada e noitada. A sensação é como se uma banda de rock estivesse tocando dentro da minha cabeça.

Tento abrir os olhos, mas a claridade que invade o quarto faz minha cabeça doer ainda mais. A luz do sol parece especialmente cruel, transformando o mundo em um flash constante de branco intenso. Decido ficar ali deitada, tentando ignorar a dor e a náusea que me consomem.

O quarto de hóspedes está em silêncio, exceto pelo som distante da cidade que começa a acordar. As cortinas balançam levemente com a brisa matinal, mas a tranquilidade não alivia meu desconforto. Fecho os olhos novamente, esperando que a dor diminua.

— Ainda não levantou? — A voz de Mauro invade o quarto de hóspedes, trazendo consigo um tom de preocupação misturado com diversão. Ele entra, parecendo pronto para o dia. — Ih... tá de ressaca? Você mal bebeu.

Resmungo em resposta, pegando o travesseiro e colocando-o sobre o rosto, tentando bloquear a luz e a voz de Mauro.

— Me deixa.

Sinto a cama afundar levemente quando Mauro se senta na beirada, claramente se divertindo com minha situação.

— Vou pegar remédio e deixar aqui na bancada. — Ele se levanta, e ouço seus passos se afastarem. — Tô saindo com os meninos, vamos filmar na casa do Chris hoje. — Uma notificação chega no meu celular, o som um pequeno martelo em minha cabeça latejante. — Se precisar, mandei o endereço no seu WhatsApp.

Ouço a porta se fechar suavemente, deixando-me sozinha no quarto, apenas com minha dor de cabeça infinita como companhia. Respiro fundo, tentando reunir forças para me levantar e pegar o remédio. A brisa continua a entrar pela janela aberta, trazendo um leve alívio, mas não o suficiente para dissipar a ressaca.

Me viro lentamente na cama, espiando por baixo do travesseiro. O frasco de remédio está na bancada ao lado da cama, um pequeno gesto de cuidado de Mauro. Agradeço mentalmente e estico o braço, pegando o remédio e uma garrafa de água. Tomo um comprimido, esperando que a dor comece a diminuir em breve.

Fecho os olhos novamente, tentando relaxar. Apesar da dor de cabeça, uma pequena parte de mim sorri ao lembrar dos momentos de descontração. Talvez, só talvez, as coisas possam melhorar daqui para frente.

(...)

Depois de horas que tomei o remédio, a dor de cabeça finalmente passou. No entanto, ao me olhar no espelho, vejo um rosto pálido com olheiras profundas e maquiagem borrada. Pareço um panda que teve uma noite difícil. Suspiro, refletindo sobre como talvez tenha exagerado na festa de ontem.

Levanto-me lentamente, sentindo o corpo ainda um pouco pesado, e decido que um bom banho é exatamente o que preciso para revigorar minhas energias. A água quente é um alívio imediato, lavando não apenas a sujeira e a maquiagem, mas também parte da exaustão acumulada.

Ao sair do banho, pego um par de óculos de sol para esconder as olheiras e disfarçar a maquiagem que claramente não resistiu à noite agitada. Sinto-me um pouco mais humana, mas a fome começa a fazer meu estômago protestar ruidosamente.

Pego meu celular e reviso a mensagem de Mauro com o endereço da casa de Chris. Estou curiosa para saber como será o dia lá, mas principalmente espero que esses queridos tenham comida. Minha capacidade de enfrentar o dia depende diretamente de uma boa refeição.

Chego ao endereço que Mauro me enviou e sou recebida por uma animada reunião entre os meninos. A decoração moderna e o clima descontraído do lugar contrastam com meu estado atual, mas tento manter um sorriso e entrar no espírito da coisa.

Secret Love - Lucas Oliotti [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora