The incredible good friend

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Ainda naquela madrugada, depois de perder suas forças após uma sessão de lágrimas, tentou dormir para esquecer o sonho e seu diálogo com Billie.

Virava de um lado para o outro, em busca de sono e a procura de acalmar seus pensamentos. Respirava fundo pela pressão que sua mente fazia e pelo cansaço físico.

Quando menos esperou, apesar de ser quase três da manhã, ouviu sua campainha tocar. Estranhou, obviamente não estava esperando por ninguém. Sentiu um frio na barriga quando pensou que poderia ser Billie.

Se levantou e saiu de seu quarto, sentindo arrepio a cada vez que pisava em seu chão frio.

A chuva havia diminuído, mas o frio ainda estava intenso, era necessário algumas camadas de roupas para que se esquentasse.

Quando abriu a porta, ficou surpresa. Era Lina. A mesma apenas sorriu para Izzie, que lhe devolveu o sorriso (fechado).

- Eu não esperava por você nessa hora - Começou Izzie - Vem, entra - Lina deu um riso e fez isso.

- Me desculpe pelo horário, mas eu estava preocupada com você.

Izzie fechou a porta e se virou, a encarando.

- Preocupada? - Lina assentiu.

- Não teve nenhum pedido de macarrão com queijo, fritas e suco de melão hoje - Murmurou, Izzie sorriu um pouco - Queria saber se está bem.

- Estou - Disse simplista.

- Izzie, - Se aproximou - você tá com o rostinho inchado. Estava chorando, né?

A garota nada falou, abaixou a cabeça e saiu da frente de Lina. Ela foi para o sofá e se sentou lá, admirando outro ponto da sua casa que parecia ser mais interessante do que olhar para Lina naquele momento.

- Não sei o que fazer para ajudar você - Se sentou ao lado de Izzie - Porque você tem que me dizer o que está acontecendo.

- Tá fazendo frio, quer café? - Levantou e foi até sua cozinha, ignorando totalmente a fala de Lina, que suspirou fundo - Acho que vai chover hoje ainda.

Em um certo momento houve um silêncio desconfortável. Lina não falava para não deixar Izzie constrangida, e Izzie não falava nada para não entrar novamente naquele assunto.

Quando colocou café nas duas xícaras, voltou para o sofá e entrou uma a Lina, que pegou e levou a caneca até sua boca.

As duas beberam o líquido cafeinado em total silêncio. Izzie pensava em Billie, em como queria tê-la ao seu lado. Mas também pensava em como, provavelmente, era chata. Talvez Billie enjoasse dela em algum momento.

Apesar de nunca ter tido ninguém em sua vida, lia livros de romance e via filmes com histórias que nunca aconteceriam em sua vida. Mas, de qualquer forma, aprendia com algumas coisas.

Sabia que sua vida era entediante, e por mais que Billie dissesse que não, ela sabia que era insuportável na maioria das vezes. Isso a deixava insegura. Ao pensar que Billie tinha outras amizades e tinha sua vida pessoal, lembrava que ela não era única em sua vida, assim como ela era na dela.

Pensar em Billie conversando com outras pessoas da mesma forma que conversava com ela, lhe trazia uma espécie de dor no estômago. Sua barriga revirava e tentava impedir sua vontade de vomitar.

- Meus pais estão mortos - Disse de uma vez, atraindo o olhar assustado de Lina - Eu os matei.

- Como?

- Matei meus pais - Sussurrou.

- Izzie, o que está falando?

- Meu pai morreu por minha culpa - Sentiu seus olhos arderem - Eu não cuidei dele direito quando ele estava doente. Matei minha mãe quando abandonei ela, ela precisava de mim.

- Izzie, como eles morreram? Pode me falar?

- Meu pai tinha câncer. Ele morreu, minha mãe começou a beber e se drogar - Sentiu suas conhecidas lágrimas rolando por suas bochechas - Era pra eu ajudar ela, como eu não pude ajudar ele. Mas eu não aguentei - Soluçou - Eu deixei ela.

- Izzie, está se ouvindo? - Segurou suas mãos, tentando acalma-la - Seu pai faleceu por uma doença e sua mãe não se cuidava. Acha que é sua culpa mesmo assim? - A garota assentiu, tentando conter seu choro - Izzie, não faz isso com você mesma - Segurou seu rosto, fazendo um carinho leve em sua bochecha - Nada disso foi sua culpa, Izzie. Sei que é difícil, mas eu estou com você. Não está sozinha agora, Izzie, por mais que não queira, você tem a mim.

- Eu quero ter você - Disse em um fio de voz.

- E então pronto, Izzie. Me deixe ajudar você.

- Eu tenho medo dela me deixar - Soluçou - Não quero perde-la assim como perdi meus pais. Eu não quero.

- Conte isso pra ela, Izzie. Conte sobre seus pais, ela não vai ficar chateada por isso.

- E se ela achar que eu sou só uma órfã sozinha?

- Você não está sozinha.

Com seus olhos embaçados por lágrimas, observou Lina levar sua mão até a boca dela e beijar suavemente.

- Tem a mim agora, se ela fizer algo, eu me resolvo com ela.

Apesar de Lina não ser Billie, Izzie percebeu que ela era uma incrível boa amiga, quando chorou em seus braços e se sentiu acolhida por ela.

Seus beijinhos na cabeça faziam Izzie se sentir mais calma. Talvez Izzie gostasse tanto de Lina, que permitiu que ela dormisse em sua cama. A cama que ela dormiu com Billie.

Quando se virou para dormir, se sentiu estranha, porque não era o braço de Billie que havia rodeado sua cintura. Era o de Lina.

Seu toque era diferente.

Era quente e macio também. Mas era diferente.

Não era o qual ela realmente estava precisando.

FELIZ ANO NOVOOOO

se caso tiverem tido um 2023 complicado, espero que esse ano seja maravilhoso e gratificante pra vcs. de vdd, vocês são muito especiais pra mim e eu agradeço muito por estarem me acompanhando.

espero que esse ano sirva para novas ideias, criatividades e fanfics que viram. tenham um bom 2024!!

Stars In Your Eyes - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora