Nane, uma refugiada da Ucrânia, e sua filha Aurora escaparam da guerra, mas um engano fez com que Nane fosse para o Brasil, em vez dos Estados Unidos, onde Kaly sua amiga havia trocado os destinos. Ao chegar, Nane é acolhida por Dona Lupita, que par...
Logo após o Natal, senti-me feliz Pois ele me aproximou mais de Mey, fortalecendo nossa relação. Morando sozinha com minha filha, precisava encontrar uma forma de sustento para nós duas e para o bebê que estava a caminho, inclusive sem nem um inchoval ainda.
Naquele mesmo dia, recebi uma ligação do consulado informando que meus documentos estavam irregulares e que seria necessário uma quantia significativa para liberá-los. Caso contrário, eu seria deportada para o meu país de origem. Foi um choque, especialmente porque me encontrava em uma situação crítica, desempregada, com uma bebê pequena e outra a caminho, sem contar as numerosas contas a pagar, fundamentais para nossa subsistência.
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- Como assim? - questionei, atônita. - Não tenho condições financeiras para arcar com essa quantia.
A pessoa do consulado explicou a gravidade da situação, acrescentando que a regularização era imprescindível. Diante disso, expus a minha difícil condição.
- Não há outra opção? - indaguei, tentando manter a calma.
- Infelizmente não. - respondeu o representante consular. - Se não regularizar a situação, a deportação será inevitável.
Olha vou dá um prazo pra você consegui esta quantia passar bem.
Percebi a urgência da situação e comecei a buscar soluções imediatas, ciente dos desafios que enfrentaria.
Em meio à angústia, avaliei as possibilidades e decidi pedir auxílio a amigos, na esperança de encontrar uma saída para esse impasse inesperado.
Antes de buscar auxílio dos amigos que fiz no Brasil, resolvi tomar uma medida, ainda que desesperada, para tentar arrecadar a quantia necessária sem precisar pedir. Pensei até em vender algo no semáforo, visando permanecer no Brasil, mas, infelizmente, não deu muito certo. Na tentativa de angariar fundos, vendendo doces no sinal de trânsito, me deparei com mey me vendo grávida e acompanhada da minha filha vendendo coisas no sinal. Em uma manhã ao sair para trabalhar como motorista do Uber, Mey parou em um sinal movimentado por vendedores ambulantes e, inesperadamente, me viu ali no meio dos carros, com um barrigão tentando vender alguma coisa no sinal. - O que está acontecendo aqui? - indagou Mey, desaprovando a situação.Diante do inesperado encontro, busquei explicar minha situação. No entanto, as palavras pareciam insuficientes para acalmar a expressão preocupada de Mey. A venda de balas no sinal, grávida e com minha filha ao lado, tornara-se um retrato desconcertante da minha busca desesperada por soluções.
- Desculpe-me, Mey, mas essa é a única maneira que encontrei para garantir o sustento da minha família - expliquei, buscando compreensão.
A expressão séria de Mey revelava seu desagrado ao ver Aurora e eu nos arriscando na frente de vários carros para ganhar alguns trocados.
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- Mal sabia Mey que não era exatamente para se manter, mas era para algo muito mais importante que colocava em risco nossa regulamentação no Brasil, como nossa cidadania.
- Mey diz, Nane, por que disso? Me explica.
- Mey, eu não preciso ficar te dando satisfação da minha vida. Me deixa.
- Não, eu não vou deixar você ficar se arriscando na frente destes carros com este bebê aí prestes a nascer e a minha bebê Aurora. Vem comigo, entra no carro.
- Como assim entrar no carro?
- É isso que você escutou. Eu vou levar vocês duas de volta pra minha casa.
- O quê? Você não está falando sério, né?
- Eu nunca falei tão sério em toda minha vida. -Eu não vou, Mey, a lugar nenhum com você.
-Você não manda em mim, e eu não quero correr o risco de ser expulsa de novo com meus bebês. Então, por favor, me deixa trabalhar.
- Nane, me diz quanto você quer pra sair deste perigo de trânsito. Vai me fala. Eu tenho dinheiro, Nane, e se eu não tiver o suficiente, eu dou um jeito, mas aqui eu não vou admitir te ver com a Aurora.
- Eu não preciso do seu dinheiro, Mey. Cai fora.
- Nane, é sério. Não faz isso, não me irrita. -Você me colocou nesta situação, agora aceita que dói menos. Dá licença que abriu o sinal.
- Quando abriu o sinal, a Mey não pensou duas vezes e foi em direção à Aurora, pegou ela no colo e levou ela pro carro.
- Eu vendo aquilo, me desesperei. Que tá fazendo? Devolve a minha filha. Para, Mey, me devolve a Aurora.
-Não. entra no carro agora.
-Sai, para. No desespero de ver aquela cena da Mey colocando minha filha no carro, eu deixei cair minhas mercadorias, me desesperei e comecei a chorar, tentando recolher minhas coisas e, ao mesmo tempo, pegar minha filha de volta.
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-As pessoas até chegaram a ver aquela cena sem entender. "O que você está fazendo, sua drogada? -Vem, deixa eu te ajudar. -Tá vendo só o que você tá fazendo? Tá assustando ela, tá chamando a atenção das pessoas."
- Eu falando com a Mey, recolhendo as minhas coisas que caíram no chão. "Olha pra mim, Nane. Eu te amo."
-"Para de falar isso, para de repetir essas palavras, Mey."
-"Nane, olha pra mim."
- Quando eu olho pra ela desesperada, ela me dá um beijo do nada.
- "Mey, o que você tá fazendo?"
-"O que eu deveria ter feito há muito tempo."
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Continua.....
História pausada para esperar alguém interagir com a história, só assim vou saber se estou indo no caminho certo pra dar continuidade a este romance.
