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Arrasto o corpo frio pelos corredores do castelo, para a sala de cremação. A caçada havia sido bem sucedida.

Jogo o corpo no forno crematório e o observo queimar lentamente.

Albert Ramone, assassinou e abusou de 14 mulheres entre 18 à 25 anos. Ele não teve muita sorte com minha mãe. A polícia o procura por sete meses e acho que continuará a procurar por muito tempo.

— Este gritou muito.— a voz de meu pai soava com divertimento.— Este tipo sempre grita.—  me entrega um pano.

— Isto é um tanto irônico. —  Sorrio enquanto limpo os sangue de minhas mãos e rosto.

Deixo o corpo queimar e sigo com meu pai para superfície da casa.

— Está pensativo Velkan.— meu pai não olha para mim.

—  Nada importante.—  dou os ombros.

As chamas consomem o corpo lentamente numa dança hipnótica. Olhá-las me faz lembrar de coisas do passado que gostaria de esquecer.

— Recomponha-se! —  a voz de meu pai me desperta.— Relembrar demais o passado só o faz ficar parado no tempo, nada irá evoluir enquanto estiver presos no que passou.

—  Nós estamos preso no passado!—  estendo levemente os braços.

Somos feito do passado. Não envelhecemos, pelo menos não como deveríamos, não esquecemos, tudo está bem vivo. Somo imunes a evolução.

Dou às costas a meu pai. Ele me segue em silêncio.

Abrimos a porta do porão e seguimos para cozinha.

— Espero que tenham limpado toda a bagunça desta vez. —  minha mãe colocava a mesa.

Uma garrafa de sangue e duas taças de cristais e um típico cálice que meu pai usava desde os tempos antigos na Transilvânia, e um prato de ravioli com cenouras glaceadas.

Além de comer comida humana eu me alimentava de sangue também.

—  Temos um bom estoque para a semana.— minha mãe se serve com sangue enquanto se senta.

— Antes era possível passar o mês. Precisamos ensinar este garoto a caçar.— meu pai se serve.— Não é mais uma criança. Ele tem que aprender!

Razvan Ardelean sempre foi um pouco mais frio. Ele é o tipo de homem que consegue facilmente atrair olhares sem se esforçar muito, ele exale poder naturalmente o que o torna as vezes um tanto assustador.

—  Não quero Velkan se envolvendo em caças. Isso é perigos para ele! Não importa quanto tempo passe, ele não está seguro.

Sorin Ardelean é o tipo de mulher que sempre está elegante, seja qual for a ocasião. Minha mãe é o tipo de mulher invejável e de opiniões fortes. Não preciso dizer o quanto sua beleza cativa.

—  Ele é um Ardelean, precisa saber como sobreviver e sobreviver! — meu pai insiste.

Minha mãe encara meu pai com uma expressão fechada e ele não diz mais nada, apenas fecha sua expressão também e se foca em sua bebida.

Penso que até mesmo alguém como Razvan teme algo, e este algo é Sorin. Ele nunca a contradiz quando se trata de mim apesar de nunca concordar como minha me cria. E eu não sei bem o que dizer, eu entendo os dois lados mas, não quero viver assim, não mais.

—  Não vai dizer nada?—  meu pai me encara.

—  Dizer o que?—  dou uma bela garfada no ravioli fingindo indiferença.

𝕮𝖔𝖇𝖎ç𝖆 𝖉𝖊 𝖚𝖒 𝖛𝖆𝖒𝖕𝖎𝖗𝖔Where stories live. Discover now