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Eu e Maya estávamos deitadas no gramado do parque há alguns minutos em silêncio, aproveitando a tranquilidade do momento. Um vento suave balançava as folhas das árvores, e uma sensação de paz nos envolvia. Era um daqueles raros instantes em que me sentia em casa desde que deixei a Itália.

— Ah, olha ali! Parece um elefante! — Maya apontou para uma nuvem.

— Hmm, não sei não. Parece mais um hipopótamo fazendo yoga — provoquei, arrancando uma risada dela.

— Yoga? Carina, você está viajando! É claramente um elefante meditando. Olha as orelhas relaxadas! — ela rebateu, entre risos.

— Está bem, talvez seja um elefante zen. Mas e aquela ali? Parece um submarino afundando!

Maya franziu a testa e observou a nuvem por um momento.

— Submarino? Eu vejo mais um pato nadando com um snorkel. — ela disse, e nós duas caímos na gargalhada.

— Aquela nuvem ali parece uma pizza gigante! — exclamei, apontando para o céu.

Maya fez uma careta, discordando.

— Não vejo pizza, vejo mais um mapa do tesouro meio bagunçado. Com um "X" marcando o lugar errado!

Rimos até as lágrimas, criando histórias malucas sobre nuvens que pareciam objetos completamente diferentes para cada uma de nós. O céu se tornou uma tela em branco para nossas interpretações excêntricas.

— Você é a única pessoa com quem eu faria competição de nuvens, Carina — Maya disse, ainda rindo.

— É um talento único, sem dúvida! Nuvens nunca foram tão divertidas. — respondi, piscando para ela.

— Mas temos que combinar que as minhas interpretações fazem muito mais sentido — ela provocou, e eu revirei os olhos.

Nossas risadas reverberavam pelo gramado, criando um eco de alegria que preenchia o ar sereno do parque, o sorriso de Maya, iluminado pela luz suave do entardecer, era como um quadro perfeito no cenário calmo da natureza.

— Minha barriga tá doendo de tanto rir — falei, permitindo que a euforia acalmasse gradualmente enquanto me sentava no gramado — Fazia tempo que eu não ria assim.

— Nem eu — Maya disse, seus olhos refletindo a felicidade do momento — O dia está sendo incrível.

Olhei ao redor, absorvendo a beleza do parque, e um sentimento de gratidão me envolveu. No entanto, a consciência de que o tempo passava como uma brisa suave trouxe um toque sutil de melancolia.

— Não dá nem vontade que acabe, mas acho que o parque já vai fechar — falei, consultando o horário no celular.

Maya, com uma expressão brincalhona, quebrou a possível tristeza do momento.

— Se quiser, podemos ir para outro lugar? Acho que posso te surpreender de novo.

— Será? Eu já conheço muitos lugares aqui, viu — comentei, deixando um traço de desafio no ar.

— Mas você conhece os lugares que suas amigas patricinhas frequentam — ela provocou, balançando a cabeça e se levantando — Precisa conhecer a verdadeira Seattle, vamos?

Me levantei, aceitando sua mão estendida como ajuda m, e por um breve instante, o mundo se reduziu a nós duas.

— Vou te dar um voto de confiança porque você me conquistou com esse parque.

— Pontos pra mim — ela comemorou, e aquele momento se tornou um marco em nossa crescente conexão.

— E o que vai fazer com esses pontos? — perguntei curiosa.

Enemies to Love - Marina Where stories live. Discover now