(3) perdi meu filho

90 11 1
                                    

Degustação
Capítulo 3

Alana:

Quando eu abri meus olhos,estava sozinha na sala de um hospital.
Soro na veia,e cabeça doendo.

Uma enfermeira entrou, colocou uns papéis na maca, próximo ao meu pé.

Enfermeira - Boa noite!

Noite? Que?

Alana- Boa noite,pode me informar se tem alguém me acompanhado?

Queria saber se ele estava aqui, óbvio que não tava sentindo falta dele,mas queria saber se ele quem me trouxe.

Enfermeira - Bom, Alana! Seu marido, acredito que seja.
Carlos, estava até duas horas atrás, médico conversou com ele,e ele saiu meio conturbado,com a notícia!

Alana - Que notícia? Eu vou morrer?

Ele ficou seria,e me examinou.

Enfermeira - Olha,a senhora estava grávida de uma semana e meia.
Perdeu o bebê,por conta de uma hemorragia.

Travei, comecei a escutar tudo zuado,a voz dela parecia distante.

Ele matou meu filho...nosso filho,ele tirou o irmãozinho que Alice, tanto sonhava...
Estado de choque, chorando baixinho, abraçada ao meu corpo.

Alana- Ele sabe?

Ela me olha,e confirma.

Enfermeira - Ficou estranho,acho que balançado com a notícia.

Enfermeira - Pediu,para a senhora voltar de táxi.
Me desculpa, não tenho como saber a dor que está sentindo,mas acredito...que pra tudo nessa vida,tem um explicação,e lá na frente você entenderá o motivo.
Eu sou mulher,e sei que seu marido, não é alguém que mereça um filho seu,te deixou na mão,no seu pior momento.

Ah,se ela soubesse...iria me achar uma burra, idiota,e dizer que eu merecia pior.

Me calo, tenho em consciência que só vou ser liberado amanhã.

Alana -Pode...me deixar sozinha por favor?

Ela se retira,ainda me olhando com um olhar piedoso.
Me deitei,e fique quietinha, lembrando das palavras da minha filha.
Thaisa, cuida bem dela,sei que estará em boas mãos.
Confio de olhos fechados.

Ainda com as lágrimas molhando o lençol,abaixo de mim,volto a pegar. O sono.

(...)

Manhã seguinte.

Acordei com a cabeça,ainda doendo.
O médico veio conversar comigo,e fez todos os procedimentos,enfim as 10 da manhã,eu recebi alta.

Acabada emocionante, fisicamente, mentalmente,eu pego o primeiro táxi que aparece.
Vou pra casa,em meio as lágrimas, alisando minha barriga,sem acreditar que Carlos,fez isso comigo.

Minha bolsa estava comigo,ele deixou lá.
Pegou o controle do portão,e abro entrando direto.

A casa estava em total silêncio, muito mesmo.
A tv da sala tava no chão,minha filha tava aqui,com o rosto inchado,e os bracinhos roxo,meu mundo caiu.
Não tava aguentando ver ela,assim,como Thaísa deixou ela aqui?

Analiso ela,olho as perninhas,a roupa...
Me culpo,por acreditar as ele possa ter abusado dela,como fez comigo.
Mas sinceramente? Eu não conheço mais o homem,que dizia me amar.

Analisei o vestido dela,a calcinha...
Meu Deus,a que ponto cheguei...
Limpo as lágrimas novamente,vou até o quarto,e lá está ele, cheirando...sim, cheirando as fileiras de pó,que está sobre a Tela do celular.

DIÁRIO DE UM INDOMÁVEL  Donde viven las historias. Descúbrelo ahora