Capítulo 59

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Lara

Quando acordei Pedro não estava mais na cama. Confesso que não dormi muito bem, a todo momento me vinha na cabeça a possibilidade de conhecer meu pai, eu queria, mas tinha medo, Pedro não ia gostar disso. Então resolvi deixar pra lá.
Olhei no relógio e vi que era quase meia noite e Pedro não tinha chegado, eu já começara a me preocupar, liguei pra ele e ele não atendia, só dava caixa postal.
Me sentei no sofá e esperei fiquei esperando ele chegar, já estava cochilando quando escutei um barulho.
Era ele tropeçando nas coisas, estava bêbado, mas não estava sozinho, chegou acompanhado.
Ele estava com um de seus braços ao redor do pescoço da mulher, estava se segurando.
Quando a mulher me viu me olhou com a cara mais feia do mundo.
???- quem é você?
Ela perguntou com raiva.
Fiquei calada.
???- anda menina, perdeu a língua foi?
Continuei calada.
Pedro- ela é uma amiga, não tinha casa, e acabei abrigando ela aqui.
Pedro disse e eu paralisei, como ele podia falar isso? Ele que me chamou pra morar aqui porque não queria me deixar só e porque ele disse que eu era sua "sanidade mental ", achei que ele podia sentir algo por mim.
Lara- mentira Pedro. Você sabe. Você me chamou pra morar aqui.
Pedro- é sim lara. Tudo verdade o que eu falei, só te abriguei aqui por pena, você tinha acabado de virar órfã, tive que fazer uma boa ação. Desde o começo, só te usei, queria prender seu namorado, e precisava de uma idiota, uma idiota que eu acabei comendo. Mandei bem. Fiz dois trabalhos bem feitos.
Ele disse com a fala toda enrolada e riu.
A mulher que estava com ele soltou uma risada.
Corei, aquilo era muito humilhante pra mim, meus olhos se encheram de lágrimas então sai dali correndo e desci pelas escadas.
Eu não sabia pra onde ir, eu não tinha mais nada, ninguém. Não queria ver o Pedro nunca mais.
Desci as escadas do prédio e me sentei na calçada, não contive as lágrimas, eu me sentia um lixo, me sentia a pessoa mais digna de pena do mundo, como eu pudi ser tão idiota? Achar que ele poderia gostar de mim,Porque era verdade, eu não tinha nada, nada. Só tinha a esperança de que algum dia ele poderia sentir a mesma coisa que sinto por ele. Mas isso não vai acontecer nunca.
Pensei em ligar pra bianca, mas ela tem contato com o Pedro, não quero isso.
Então me veio a cabeça uma idéia louca.
Disquei o número e a pessoa atendeu no segundo toque.
Lara- eu quero te conhecer.
Não contive as lágrimas.
Olavo- calma minha filha. Onde você está? Tudo bem?
Lara- não. Não está nada bem. Eu não tenho mais ninguém.
Olavo- você tem a mim. Me diga Onde você está, irei te pegar.
Disse Onde estava e ele desligou o telefone.
Demorou alguns minutos e uma BMW preta parou ao meu lado.
Olavo- minha filha?
Ele desceu do carro e pudi ver seus cabelos grisalhos e algumas tatuagens que se mostravam pouco por conta da camisa de manga que ele usava, pudi ver que apesar de seus cabelos ele parecia ser uma pessoa nova.
Me levantei e ele veio até mim me abraçando.
Não consegui o abraçar logo de cara, era tudo novo.
Olavo- você é a cara da sua mãe, eu sabia que era você. Quando eu te vi sentada aqui. Vamos, entre.
Ele me levou até o carro e eu me acomodei.
Olavo- o que aconteceu?
Lara- eu não queria falar disso agora. Por favor.
Olavo- certo, como você quiser.
Ele sorriu e dirigiu sua atenção para a estrada.
Olavo- vamos para a minha casa.
Assenti, eu poderia estar com medo, mas não estava. A tristeza era maior que tudo. Meu coração estava em pedaços.
Lara- você mora aqui?
Eu perguntei quando vi a placa de entrada, "morro do alemão"
Olavo- não só moro como sou o "dono",vamos dizer assim. Aqui ninguém me conhece como olavo, sou conhecido aqui por Coringa.

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