Capítulo 1.

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Minah

Uma batida em minha porta me fez levantar do meu posso de raiva, dor e alto piedade e caminhar até a porta, minha mãe estava do outro lado com uma expressão nada agradável, ela estava brava e eu poderia ver isso em cada centímetro do seu rosto, eu estou muito ferrada, maldita seja Misook por ter aberto a boca para a nossa mãe sobre o que aconteceu ontem, mas eu já sabia que ela faria isso, ela não consegue esconder nada da mamãe.

- Quando você planejava me contar a merda que você fez? – Ela perguntou assim que entrou. – Se não fosse sua irmã eu não saberia.

- Me desculpe mãe. – Baixei a cabeça. – Não queria preocupar a senhora.

- Não queria me preocupar? – Se aproximou. – E pensou nisso antes de agir como uma louca? – Me deu um tapa no braço.

- Mãe, ele é horrível, vive me xingando e roubou o meu trabalho, era a minha chance de promoção. – Tentei argumentar.

- Agora é a sua chance de ser demitida e presa. – Ela batia no meu braço que já estava dolorido. – Menina tola, parece que eu não ensinei nada a você.

- Mãe. – Me afastei com a mão no braço dolorido pelos tapas.

- Você ao menos entende o que fez de errado? – Eu confirmei com a cabeça.

- Eu estava fora de mim, pela dor, pela raiva, pela injustiça.

- É isso que você vai alegar no tribunal? – Me olhou severa e deu outro tapa antes que eu pudesse desviar.

- Tribunal? – Olhei surpresa. – Eu tenho provas de que ele roubou de mim.

- Querida eu já lhe disse várias vezes que você tem que ter mais cuidado que todo mundo, nós somos estrangeiras nesse país, eles podem nos expulsar a qualquer momento, você entende isso? – Respirou fundo. – Se você tinha provas deveria ter ido até o responsável e ter apresentado essas provas, não atacar o homem branco e nativo.

- Eu sei. – Lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. – Me desculpe eu sou uma inútil.

- Você não é querida. – Me abraçou e repousei a cabeça em seu ombro. – Mas, não pode voltar a ser imprudente assim, se você conseguir escapar dessa.

- Eu prometo. – Olhei em seus olhos.

- Minah querida, as coisas serão sempre mais complicadas para nós, eu já lhe disse isso.

- Eu sei disso, nunca acreditam em mim e eu tenho sempre que trabalhar o dobro.

- Eu lhe falei para tentar começar por um escritório mais acessível.

- Eu sei. – Respirei fundo. – Vou levar em consideração na próxima.

- Ótimo. – Foi em direção a minha cozinha. – Aposto que não tem comida.

- Não fiz nada ainda. – Admiti.

- Sabia. – Começou a mexer nos meus armários. – Vou fazer algo para você comer.

- Agradeço.

- Quero que você fique em casa até receber notícias da empresa. – Ela me falou. – Entendeu? Saia o mínimo possível, fique reclusa.

- Sim senhora.

- Agora venha me ajudar com isso.

Lavei as mãos e comecei a ajudar ela a fazer uma refeição quente e gostosa para mim. Embora minha mãe tenha sido um tanto dura ela tem razão, eu não deveria ter perdido a cabeça daquele jeito, isso não vai ser bom pra mim, não quando eu sou a estrangeira esquisita, não recebi ajuda quando eu era uma criança na escola, e quando eu revidei fui punida por isso, sendo que os garotos nunca receberam punição. Quando eu estava na faculdade e fui perseguida a reitoria apenas fingiu escutar. Por que seria diferente agora? Não seria e não vai ser, a vida não é justa, eu já deveria ter aprendido isso, mas aparentemente eu tenho dificuldade para aprender esse tipo de coisa. Agora só me resta esperar e orar para que eu consiga sair dessa.

Estou trancada dentro de casa há semanas e nem uma resposta da empresa, eu começo a perder as esperanças de que um dia eles me retornem com alguma notícia favorável, provavelmente em pouco tempo eu vou receber uma ligação do Rh anunciando o meu de...

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Estou trancada dentro de casa há semanas e nem uma resposta da empresa, eu começo a perder as esperanças de que um dia eles me retornem com alguma notícia favorável, provavelmente em pouco tempo eu vou receber uma ligação do Rh anunciando o meu desligamento, e  se eu não receber um processo por agressão ainda estarei no lucro como minha mãe disse ao saber do ocorrido. Só me resta vagar por essa casa e esperar, esperar é a minha nova profissão,  esperar e espionar.

Em casa a tanto tempo eu criei o mal hábito de olhar pelas janelas para os vizinhos, a vizinha da frente está traindo o marido, ela é médica em um grande hospital e sempre que está de folga, na hora do almoço ela recebe um homem ou dois e eles ficam aos beijos pela casa, até subirem as escadas em direção aos quartos, o senhor Lary tem uma mania de aparar a grama todos os dias e passar horas fazendo isso depois deita na grama, outra vizinha anda pelada pela casa, outro vizinho passeia com o cachorro sem camisa toda noite e esse é o melhor momento do meu dia, o homem é um monumento que merece ser apreciado. 

Mas, o que mais me intriga é o vizinho da outra esquina, ele é do tipo que grita coisa ilícita, a movimentação em sua casa é muito estranha, homens que claramente poderiam ser capangas de algum traficante de filme entram e saem de sua casa quase todos os dias, dois seguranças estão constantemente em sua casa, caixas grande são tiradas e colocadas na casa e uma dessas caixas, uma maior que as demais foi colocada para dentro e nunca saiu. Ele me olha estranho sempre que me vê e já insinuou querer me chamar para sair, acho que ele tem algum tipo de tara em asiáticas, já me chamou de exótica mais de uma vez eu sinto um arrepio na espinha sempre que ele olha demais pra mim.

Hoje a adúltera está de folga e daqui a pouco o amante chega para o almoço , deixando meu frango em ponto de fritar sobre a bancada da cozinha, lavo as mãos, pego meus binóculos e vou para a janela, poucos minutos depois um carro diferente do habitual parou em frente a casa, um homem muito jovem saiu do carro, ele não deve ter mais de 20 anos, moreno e atlético, bem diferente do outro. Assim que ela abre a porta o garoto a beija e eles entram na casa, se agarram pela sala como se fossem fazer sexo ali mesmo, pela janela eu vejo quando ele a coloca de 4 no sofá e baixa as calças, antes que o ato comece eu me afasto nada a fim de assistir o pornô ao vivo. As vezes eu penso em fazer uma ligação anônima para o marido, apenas para me divertir mais um pouco com a briga, talvez eu chegue a isso em algum momento.

Volto para a cozinha e para a preparação do meu almoço, coloco o frango para fritar e observo o arroz que está quase no ponto, retiro o molho do frango e o kimchi da geladeira e o levo para a mesa, quando o frango fica pronto eu coloco o molho e levo para a mesa junto do arroz e do kimchi, pego meu prato, talheres e um copo de suco e vou para a mesa apreciar a minha refeição. 

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O que vocês acham que mais ela vai encontrar com suas observações?

Até sábado. 😘🥰

Vote e comente. ❤😍

Jericho - Uma história Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora