𝟎𝟏𝟏. Pedra Do Dragão.

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VOLTAR A PEDRA DO DRAGÃO por ora, não estava em mente. Gostava da vida que levava em Dorne, bem, eu acho.

No começo de meus anos no castelo Martell se assemelhava a um regime ditatorial onde minha avó era a regente e eu uma prisioneira. Mas de um jeito ou de outro consegui me safar e fazer a abordagem ser diferente.

Claro que ela teve que aprender da maneira difícil, algo como: suas flores favoritas cortadas, vasos misteriosamente quebrados, rasgos em cortinas, animais peçonhentos no escritório em que passava a maior parte do tempo e mais coisas simples assim.

Meu tio era o único que demonstrava afeição por mim. Sempre me libertando dos castigos, me ensinando a arte de lutar com lanças e me levando a torneios e como eu amava passar esse tempo com ele.

Infelizmente, Oberyn passava mais tempo o mais longe possível do castelo do que comigo, mas isso se dava por conta de Nahara que só sabia querer cortar as asas de seu próprio filho e isso o incomodava e o repelia.

Nos últimos tempos pretendentes orgulhosos, boçais e soberbos se ofereceram ou ofereceram seus filhos a mim para nos unir em matrimônio. Me surpreende alguém tão lúcida quanto minha avó não cogitar a maneira que eu reagiria ao conhecer cada um dos lordes.

Os que se esforçavam para serem gentis eu não os feria, nem com ações e muito menos palavras os afugentava de uma maneira mais calma. Os soberbos eu os apresentava para Cannibal e minha avó tinha que se esforçar para encobrir meus atos no dia seguinte.

Os jovens bastava apenas uma pressão psicológica. Para os velhos eu apresentava o terror. E assim foi indo até que minha avó se cansou por um tempo e me deixou livre novamente.

E agora terei que casar com Jace? Ela sabia que eu não podia matá-lo, afugentá-lo ou manipulá-lo. Era o que ela pensava pelo menos.

Eu e Jacaerys nunca nos demos bem de fato. Ele era de Baela até anos atrás e eu espero que o sentimento compartilhado por eles ainda seja o mesmo ou mais forte e sinceramente não acho que esteja minimamente interessado nesse matrimônio.

Assim, um acordo seria mais fácil.

━━━ Podemos conversar?

Minha madrasta e prima estava ao pé da janela quando chamei sua atenção. Suas mãos acariciando o pequeno monte em sua barriga.

Anunciando que eu iria ganhar uma nova irmã. Ou irmão.

━━━ Mas é claro que sim, sente-se.

Pediu, fechei as portas e sentei no sofá de seu quarto enquanto a seguia com o olhar imitar a ação mas em uma poltrona a minha frente.

━━━ Já imagino sobre o que veio debater.

Assenti deixando um riso nasal sair.

━━━ Eu não posso me casar com o seu filho.

Fui direta e a mais velha me olhou com compaixão.

━━━ Por que, querida?

Suspirei, brincando com os aneis em meus dedos.

━━━ Não tenho a mínima intenção de dar herdeiros para a coroa.

Rhaenyra parecia surpresa, sabia que podia ser sincera com ela. Mas tinha dúvidas se consideraria romper uma possível aliança por uma mísera petição.

Minha avó sabia ser estupidamente persuasiva.

━━━ Não se preocupe com isso agora.

Ela negou com a cabeça.

━━━ Você não está entendendo, Nyra. Baela é uma ótima opção, eles se gostam tenho certeza que dará uma ótima rainha consorte.

A Targaryen parecia pensativa, mordeu levemente o lábio inferior e eu repeti sua ação involuntariamente.

𝐖𝐈𝐍𝐆𝐒 | Lucerys VelaryonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora