13- fucked my way up to the top.

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GENTE VCS VIRAM O SURTO DO RAMOS? KKKKKKK Respeta la gente que tamos hablando.


FLASHBACK.

Madrid, Outono de 2006.

O confete reluzente flutuava pelo ar. A vitória alegrava as arquibancadas do Santiago Bernabéu, e todo o elenco em campo pulava e dançava numa euforia sem igual. A semifinal da Supercopa era nossa e a primeira loucura do término dos minutos finais já havia passado, estávamos todas conversando na beira do campo, rindo, contando piadinhas.

Meus olhos perpassam pelos arredores e eu volto a encarar o enorme buraco nas arquibancadas do estádio. Um mar de bancos vazios na ala das organizadas que me incomodou desde o primeiro minuto em que saí do túnel e saudei a torcida. Uma ânsia raivosa germina em meu peito, algo reativo.

E pela mera iluminação divina, meus olhos acham a figura para quem eu iria direcionar minha insatisfação berrante. Meus olhos verdes recaem sobre ela como uma sentença.

Uma repórter loura, parada a alguns metros de nós, fazendo uma passagem introdutória de reportagem. Um enorme holofote posicionado em direção à ela, junto com a câmera profissional. Eu a observo com cautela enquanto termina de gravar e então se põe a observar os arredores. Seus olhos vem de encontro aos meus como num passe de mágica, eu agradeço ao destino por isso. Ela sorri gentil, e acena para mim, mas não me convida para uma entrevista.

Aquilo me deixa um pouco mais revoltada. Alterno os olhos espertos entre a repórter e as arquibancadas meio vazias, e um estalo maluco me vêm de súbito. Eu uno o útil ao agradável, me afasto das meninas de fininho saindo de perto do alambrado, e caminho em direção à jornalista com passos largos e uma determinação que vibrava em meu peito. Ela me vê, e seu sorriso sincero agora se desmancha para um sorriso amarelo. O câmera se apressa em ligar o equipamento de novo e começa a filmar mais uma vez.

A pobre repórter até fez menção de dizer algo, mas se assustou ao ter o microfone repentinamente arrancado de suas mãos, eu o tomo sem pedir licença, e sem rodeios encaro a câmera. Semblante fechado, como se estivesse olhando diretamente nos olhos de cada um dos telespectadores. Quero que eles sintam isso. O enorme flash se acende e a luz branca é tudo o que eu visualizo.

- Boa noite e me desculpe, mas hoje quem vai fazer as perguntas sou eu. Primeiro: Quero saber porque diabos o setor sul está tão vazio?! Onde estão as bandeiras enormes e os brasões? - eu aponto para a ala sul e obrigo o camera man a focar por um momento nas arquibancadas, tinham pouquíssimos torcedores no setor das organizadas, aquilo é extremamente incomum para o Bernabéu. O que me leva a crer que essa displicência é exclusiva para com o time feminino. Volto a puxar a câmera na minha direçã - Onde está a torcida madridista tão famosa por apoiar o clube? Vocês não são os famigerados Ultras de Madrid?! Pois a equipe feminina é tão digna de ser prestigiada quanto o time masculino, nós somos parte disso! -

Eu praticamente grito no microfone e todos nos arredores pararam para me assistir, ninguém esboça reação. Minhas companheiras de time que ainda comemoravam aos poucos se aproximam, Allice vem até mim e toca meu ombro tentando me conter. Mas ninguém podia me impedir de falar o que estava preso em minha garganta, e que na verdade, estava entalado na garganta de todas nós. Eu bato no peito e mostro o escudo em minha camisa com orgulho.

- Nós fazemos parte disso, es la misma pasión! Então se vocês amam essa camisa, apoiem TODOS que vestem e honram esse escudo! - vocifero, me desvencilhando as mãos de Allice, que resmunga e tenta me aconselhar. Finalizo do melhor jeito possível - Encham essas arquibancadas e mostrem porque somos madridistas, y por qué todos deberían temer a las mujeres de blanco, carajo! -

Camas, Sevilla - a Sergio Ramos story.Onde histórias criam vida. Descubra agora