Reencontro

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Tudo começou quando meu pai morreu, há duas semanas atrás

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Tudo começou quando meu pai morreu, há duas semanas atrás...

Foi uma manhã de segunda-feira normal, levantei cedo para levar a minha mãe para fazer compras e como era o meu dia de folga demorei na rua antes de voltar para casa.

Assim que cheguei estranhei pois vi a roupa do meu velho no cabide do banheiro, é muito difícil mas imaginei que ele tivesse perdido o horário. Senti uma sensação estranha e fui até o quarto, quando cheguei ele parecia estar dormindo. O toquei e senti a sua pele fria, aquela sensação ruim que senti era um aviso do que eu estava prestes a descobrir.

Não consegui dar espaço para os meus sentimentos, verifiquei seu pulso e já não havia mais sinais vitais. Apenas cobri seu rosto com os lençóis e me despedi naquela manhã.

O resto eu acho que já dá pra imaginar... de repente eu virei o provedor da família e o único homem da casa. Agora somos minha mãe e eu já que a minha irmã decidiu ir para a cidade grande para reconstruir sua vida.

Meu pai trabalhava para os Meirelles em uma das propriedades deles, no Rancho Estrela, que fica em uma cidadezinha no interior do Rio de Janeiro. Nós moramos há 20 minutos de lá, e no dia do falecimento do meu pai eles estavam na cidade quando fui pessoalmente dar a notícia.

Nossas famílias têm uma ligação de muitos anos, meu pai foi o caseiro deles durante quase toda a sua vida, sempre foi o braço direito do doutor Emanuel. Eles ficaram devastados com a notícia, a senhora Regiane até chorou quando me abraçou.

Eles são ótimas pessoas, sempre nos trataram muito bem e sempre foram muito gentis. Eles têm uma filha que agora estuda na Europa, lembro muito pouco da Amanda, tenho algumas lembranças da gente brincar algumas vezes na infância quando meu pai me trazia pra ir aprendendo as funções. Não nos despedimos quando ela foi embora, apenas vi o carro dos seus pais passando pela estrada principal que vai para a cidade grande.

Avó dela senhora Lúcia naquela época morava aqui com eles e não gostava da nossa aproximação, então passamos a nos ver muito pouco até que ela foi para um colégio interno e a família começou a passar menos tempo aqui.

Ouvi algumas vezes a avó dela conversando na cozinha com algumas amigas e ela dizia que éramos uns pobres famintos e que Amanda poderia pegar piolhos de mim. Contei para minha mãe e ela me proibiu de frequentar a casa. Há três anos dona Lúcia faleceu e fui convidado para o enterro, mas acabei recusando.

Aquela senhora nunca me tratou bem e nem foi uma boa pessoa, nunca desejei mal para ela mas prometi pra mim mesmo que seria uma pessoa de honra e um homem de valor.

Trabalhei algumas vezes no rancho e na fazenda com meu pai por meio período, já que ele insistiu para que eu fizesse faculdade para ser alguém na vida, comecei a cursar medicina veterinária. Sempre amei animais, mas sempre amei o campo também, não me imagino longe daqui hoje em dia. Apesar da faculdade, ainda pretendo trabalhar nas fazendas.

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