01. Azar fodido

133 23 8
                                    

Capítulo um

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Capítulo um.

Se perguntassem para Teresa Wilford alguns dias atrás sobre o amor, ela com certeza daria o melhor discurso sobre como ele podia ser a melhor coisa que existia. Se fossem mais além, podiam descobrir que ela era a primeira a oferecê-lo sem hesitação. O tinha de sobra, para dar e vender, e não se envergonhava nem um pouco de ser uma "boba apaixonada" – como seus irmãos costumavam zombar.

A jovem não pôde deixar de rir de si mesma com o pensamento. Se alguém da sua família a visse ali sentada em uma cadeira de bar, diria que ela enlouqueceu de vez, estava "fora da casinha". Porque Tessa era a última pessoa que podiam imaginar ver se embebedar, muito menos se o motivo fosse um cara, pior ainda se esse cara fosse um cuzão de marca maior. O pensamento fez suas bochechas corarem e ela levou outra taça de martini aos lábios, sentindo a garganta queimar pelo que pareceu a milésima vez – ela já havia perdido a conta.

As coisas não haviam sido fáceis nos últimos dias. Descobrir que o cara por quem estava começando a se apaixonar também estava se "apaixonando" por outras garotas ao mesmo tempo em que estava com ela era, no mínimo, embaraçoso; principalmente quando ela já o havia apresentado a sua família. Isso só comprovava o fato de que a Wilford, apesar de ter sorte na vida, tinha um azar fodido no amor. E esse era apenas o começo do assunto, a ponta do iceberg de uma vida amorosa que estava mais para "pavorosa".

Não foi a primeira vez que algo assim aconteceu, para não dizer que foram inúmeras as vezes em que se viu vítima de uma desilusão como esta. Tess sabia que, se não fosse tão intensa, poderia ter evitado muitas desgraças e corações partidos, mas não podia evitar ser assim. Gostava de sentir as borboletas no estômago, a euforia dos primeiros contatos, o calor na pele, o olho-no-olho. A Wilford gostava de amar e se sentir amada. Quem é que podia dizer o contrário? O problema é que, na maioria das vezes, ela era a única a amar demais.

Seus pensamentos foram interrompidos por uma voz grave e amarga ao seu lado, um garoto alto, musculoso e muito bonito, havia sentado-se ao seu lado em uma das banquetas. Apesar de estar sentado, ele ainda parecia uma montanha perto dela, o que a fez pensar que ele poderia facilmente ser algum tipo de deus – não seria a primeira vez que ela lidava com um deles. Suas feições estavam contorcidas quando chamou o bartender, fazendo Tess se perguntar o que de tão ruim o pobre atendente havia feito para merecer aquela cara azeda.

— Me dê algo forte — ele falou entredentes. Estava mesmo muito aborrecido. — O mais forte que você tiver.

Teresa não era do tipo fofoqueira, mas reconheceria um pedido de socorro como aqueles em qualquer lugar do mundo. Outro coração partido, constatou para si mesma.

— Me pergunto se você quer uma bebida, ou um soco no estômago — brincou, oferecendo um sorriso caloroso.

Só então o garoto pareceu notar sua presença, ali ao seu lado, virando o rosto com certa resistência para encará-la. Tessa aproveitou para analisá-lo melhor, ele era realmente muito bonito, tinha traços indígenas e parecia um verdadeiro nativo-americano, o que era estranho, considerando que estavam em um território bem distinto no Canadá. Mas não foi o que mais lhe chamou atenção, percebendo como ele se portava e até mesmo o modo como havia falado com o bartender. E só então pode entender que não estava falando com um deus, mas também não estava tão longe de ser mágico.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 18 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

KISS ME AMNESIA, jacob blackOnde histórias criam vida. Descubra agora