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Domingo, 16 de Setembro - 2:36 PM

WILLIAM

Hoje é o grande dia do campeonato esportivo de Lacrosse. Todo o esforço e treino árduo do time visam conquistar o primeiro lugar e, com isso, a oportunidade de participar de competições mais importantes. No ano passado, ficamos em terceiro lugar, mas este ano promete ser diferente.

O vestiário está impregnado com a ansiedade pré-jogo. Todos estão lá, inclusive Chad, e a relação comigo parece tensa desde a nossa briga. Ontem, o evento foi tumultuado com o problema envolvendo Juniper, e hoje, espero ter a oportunidade de esclarecer as coisas com ela.

Ainda faltando cerca de quinze minutos para o início do campeonato, decido sair do vestiário em busca de Juniper. A arquibancada está lotada com alunos de outros internatos e colégios da região. Cumprimentos de boa sorte ecoam pelas escadas enquanto eu me apresso, reconhecendo alguns rostos de temporadas passadas.

— Boa sorte, Will! — Uma garota me deseja, e embora tenha a impressão de já termos ficado, a pressa me impede de recordar o nome dela.

— Obrigado! — Respondo rapidamente, seguindo meu caminho pela multidão.

A busca por Juniper me leva até Violet, a amiga dela. Violet está sentada em uma área mais afastada, observando a movimentação.

— Ei, Vi. Você viu a Juniper por aí? Preciso falar com ela antes do jogo. — Pergunto, tentando parecer descontraído, apesar da ansiedade bem aparente.

Violet olha para mim com uma expressão séria.

— Will, ela está refazendo o quadro no estúdio. Disse que quer ficar sozinha nisso. Mas realmente, ela parecia muito ansiosa e nervosa. — Ela responde, e a seriedade em seu olhar sugere que o assunto é delicado.

Ao ouvir que Juniper está ocupada com a pintura, volto apressado ao vestiário me despedindo de Vi. A tensão entre os jogadores é palpável, e eu preciso garantir que todos estejam focados para o jogo que se aproxima.

Chad, sempre um pouco mais distante, parece ainda mais isolado. Evito cruzar olhares com ele, pelo menos por enquanto. Meu foco está em motivar a equipe, mas a ausência de Juniper deixa um vazio desconfortável. Caralho, ela prometeu que viria.

O treinador, um sujeito robusto com um boné virado para trás, reúne o time para dar as últimas instruções. Minha mente, no entanto, ainda está dividida entre o campo e a cena de ontem à noite. Parece que ele está realmente falando grego.

O apito soa, indicando que é hora de entrarmos em campo. Os ânimos estão exaltados, mas percebo alguns olhares questionadores em minha direção, daquelas mesmas pessoas que passei mais cedo. O jogo começa, e estou determinado a liderar o time mesmo sem a presença de Juniper nas arquibancadas. Escuto gritos e exaltações clamando meu nome e minha equipe.

Por uma falta de atenção minha, sofremos um gol. Todos do time me encaram, principalmente Chad, e eu imagino o que ele pensa. A multidão, que gritava meu nome, agora estava em silêncio, enquanto a torcida rival invadia com gritos e comemoração. A partida está empatada.

O intervalo chega, e os jogadores se dirigem para o vestiário. Nossos corpos tensos e cansados é evidente, especialmente quando Chad, com uma expressão de triunfo, invade minha confusão mental. Um questionamento vindo dele pergunta o motivo do meu nervosismo, e eu digo.

— Só não dormi muito bem. — Minha voz denuncia o nervosismo, e percebo que nem todos estão convencidos.

Chad, com um sorriso cínico, questiona minha lealdade.

Tons de Silêncio, Juniper [HISTÓRIA ORIGINAL]Onde histórias criam vida. Descubra agora