𝙰̷𝚒̷𝚗̷𝚍̷𝚊̷ 𝚑̷á 𝚃̷𝚎̷𝚖̷𝚙̷𝚘̷

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Isso não é poesia, não é poema, não é um conto. Apenas uma carta, de alguém para alguém. Para você, que precisa ler isso, para quem está imerso em um mundo de leituras e fantasias e precisa se desprender da irrealidade e viver. Para você. Para mim.

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Pare.

Temos tempo.

Temos juventude.

Temos ajuda, mesmo com as responsabilidades.

Você não está lá - nos sonhos - nas fantasias - nos delírios. Quando você sorri lá, não tem o mesmo efeito aqui, você está em um quarto fechado, ninguém pode ver. Sua risada lá é falsa, não existe, você que criou o motivo.

Você que criou.

Aqueles olhos não existem. Aquele beijo não é real. As vozes são as suas.

É você e você. Sempre foi. Você só se fragmentou, criou novos rostos para a sua própria voz. Belas companhias. Corpos vazios, existências inexistentes, mentes ocas, rostos inexatos.

São você. Todos são. Você apenas criou manequins para te fazer companhia, corpos que você pode comandar. Nada acontece sem o seu querer.

Pare. Ainda dá tempo.

Veja seu corpo apodrecendo. Pele desbotada, olhos cansados, olheiras escuras, cabelo seco, corpo fraco, estômago gritando. E os remédios...

Você está se abandonando, se prendendo em sua própria mente, se alimentando do resto de energia do seu coração, enquanto se engana em fantasias.

Uma joaninha em uma teia de aranha. A morte é certa, mas a aranha acalenta a joaninha com sua toxina de sonhos enquanto se alimenta de suas entranhas.

Acorde. Não morra. Ainda há tempo.

𓂀 𝔻𝕖𝕝í𝕣𝕚𝕠𝕤 - ℙ𝕠𝕖𝕞𝕒𝕤 & ℂ𝕒𝕣𝕥𝕒𝕤 & ℂ𝕠𝕟𝕥𝕠𝕤 & ℙ𝕠𝕖𝕤𝕚𝕒𝕤 𓂀Donde viven las historias. Descúbrelo ahora