capítulo 9

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     "O erro é daqueles que querem brincar com o demônio."

Ela tinha subido para dormi me deixando na sala. Minha insônia sempre me acompanhando, acostumado a ficar de olhos abertos, sentidos alertas para estar sempre a um passe em frente do inimigo.

Aquele cara...

Fecho meus olhos com força imaginando ele tocando Mel. Verme! Eu deveria ter matado ele ali mesmo, mas Mel me impediu. Vou encontra-lo nem que tenha que ir para o inferno.
O visor do meu celular acende mostrando o rosto de Igor, reviro os olhos atendendo a chamada.

- Nikolinhas! - ele grita do outro lado me fazendo afastar um pouco o celular.

- Pare de gritar um pouco. -

- Sempre feliz, por isso amo seu bom humor. - ele ri alto me fazendo grunir com seus escândalos. - Tá muito ocupado grandão? - Nego com a cabeça e ele abre um sorriso de canto me fazendo ter um pé atrás com a sua pergunta. - Ótimo! Seguinte achamos um rato, bem provável que ele trabalhe para o chefe que estamos na caça. -

- Tenho hora para voltar. -

- Você!? Nikolas vou ser padrinho? - Ele pergunta no tom brincalhão me fazendo suspirar.

- Como você... Parem de fofocar sobre minha vida! - Sua risada alta soa mais uma vez. Maldito loiro, ele e Sebastian são dois fofoqueiros que não cuidam da própria vida. - Me fale onde você está que já chego aí. - Desligo antes de ouvir suas piadinhas dando tempo para ele enviar a localização, encosto no sofá encarando o teto da casa. Queria tanto subir e me deitar ao seu lado, suspiro mais uma vez e me levanto indo em direção a porta. Olho para a escada e sorrio indo em direção a ela.

- É rapidinho. - subo rápido e vasculho a parte de cima até chegar em seu quarto. Estava ali, em um sono gostoso. - Linda. - murmuro aproximando meu rosto do seu pescoço inspirando seu cheiro. Seu sono era pesado, poderia deitar do seu lado que não acordava. Sorrio com a ideia pena que não tenho tempo, me despeço com um beijo em sua testa e saio de sua casa rumo ao casarão de Sebastian, uma casa velha longe da entrada da cidade perto dos esgotos o odor repugnante e a casa velha caindo aos pedaços não era suspeito, afinal, era só uma casa abandonada com vários ratos ao redor. Entro no casarão avistando Igor no sofá velho.

– Demorou, quase morri de ansiedade. – Reviro os olhos descendo para o porão, Sebastian estava sentado cara a cara com nosso convidado e pela sua silhueta não estava indo muito bem.

– Nikolas onde estava e, porque está cheirando a baunilha? – Pergunta tirando seu canivete do bolso.

– Perfume novo. – Minhas costas pesam já sabendo quem estava se pendurando.

– Esse perfume tem nome, sobrenome, caixa postal, e-mail, número de telefone e tem o Nikolas como o comprador viciado. – Igor sorri travesso. – Vou ficar com ciúme grandalhão. – Sussura me dando calafrios.

– Sai de cima. – Vocifero puto, Igor em segundos sai de perto de mim. – Ainda não abriu a boca? – Sebastian nega se levantando.

– Maldito rato imundo, já perdi minha paciência. – Em passos pesados ele sai do porão. – Cuide dele Nikolas! – Grita por fim fechando a porta, encaro Igor sentado no fundo comendo pipoca.

– Você não vai sair? –

– Gosto do jeito que você tortura. – Mastiga mais pipoca dando para ouvir os ruídos. Suspiro indo para a mesa onde se encontrava os equipamentos de tortura de Sebastian, pego o martelo com os pregos.

– Vou ser bondoso, mas você recusa colaborar. – Encaro seu rosto machucado, provavelmente Sebastian descontou no pobre coitado. – Para quem você trabalha? – Pergunto retirando minha camisa branca, ouço um assovio vindo trás de mim.

– Vai se fude! –

– Resposta errada. – posiciono o prego no meio de sua unha e sem delongas bato com o martelo de uma vez, sua unha ficou para cima dando para vê a carne vermelha de seu dedo. Seus gritos eram desafinados ao ponto de causar dor de cabeça em qualquer um. – Temos nove dedos e muito tempo pela frente, agora a minha pergunta. – Aponto outro prego em seu dedo olhando fixamente seu corpo reagir a tensão. – Para quem você trabalha? –

– Por favor...Me deixe ir. – Martelo mais uma vez vendo o maldito prego entrar fundo em seu dedo. – Ahhhhh! –

– Pare de gritar, onde está sua educação? – Pego o alicate retirando a unha do seu indicador, percebo seu corpo ter princípios de desmaios. – Você não vai apagar, não comigo aqui. – Sussuro batendo com o alicate em seu rosto.

– Maldito...Vou te matar seu filho da puta! – Mais um prego é enfiado em seu dedo o fazendo urrar de dor, sua boca cuspia sangue a cada palavra dita, o odor de ferro já estava ficando intenso isso me deixava excitado me lembrava da minha maldita infância.

– Nome? – Inspiro o ar forte pronto para enfiar mais um prego.

– Não...Por favor não! – Perco a paciência martelando cinco vezes estraçalhando seu dedo. – Eu falo! Por favor... – Soluça.

– Sou todo ouvidos. – Volto a mesa pegando a serra.

– Valentino... – Espio de relance seu rosto o vendotremer.

– Valentino? –

– Ele não tem sobrenome, é um homem que só veste terno branco. – Encaro Igor que estava com o mesmo semblante que o meu, sério e passivo. – Eu não sei o que ele planeja só disse que queria as armas, disse que me pagaria uma grande quantia. –

– E conseguiu sua "grande quantia"? – Dessa vez Igor se pronúncia deixando sua pipoca de lado, o silêncio se fez presente dando sua resposta. – Aonde você o viu pela última vez? – Mais uma vez silêncio. – Nikolas! – Deixo a serra de lado pegando o arame farpado indo em sua direção.

– Não! Eu falo só tire ele de perto de mim. – Súplica me fazendo afastar.

– Fale. – Mando.

– Perto da canoa quebrada, estava recebendo a mercadoria a noite. – Suas lágrimas brilhavam em seu rosto ensanguentado, dava até pena. – Eu já contei tudo que sabia. Por favor me deixem ir, juro que não faço queixa de vocês por favor...–

– Mas isso é certeza que você não vai. Vou contar para o Sebastian, Nikolas limpe suas mãos antes de sair. – Se levanta e antes de subir as escadas ele pega minha camisa branca. – O cheiro daquela mulher é muito bom, será que ela apoia dois homens? – E sai me deixando com raiva.

– Maldito loiro...– Aperto o arame sentindo suas farpas entrando na palma da minha mão. – Você gosta de abrir a boca né? – Jogo o arame no chão pegando a serra indo em sua direção em passos largos.

– Não! Por favor... – Seguro seu coro cabeludo puxando para trás fazendo seu corpo inclinar. – Socorro... SOCORRO! – Posiciono a serra no meio da sua boca.

– Fique quieto. – Movimento a serra de um lado para o outro vendo as lâminas serrando sua boca, seus gritos aumentam e seu sangue transborda ainda mais aumento a velocidade chegando em sua bochecha tendo visão de sua úvula, não paro e continuo os movimentos de vai e vem parando bruscamente. – Maldito nervo. – Pego o martelo e sem pensar duas vezes martelo a serra entrando mais em seu corpo. – Será que você consegue falar ainda? – Gargalho tirando a serra devagar. – babou ela toda, eca! – Jogo na mesa meus utensílios e lavo minhas mãos. Me pergunto se meu bolinho acordou, deveria passar em alguma padaria e em uma floricultura comprarei todas as flores se ela tiver alergia a alguma atirarem fogo na loja.

Pego meu celular verificando as horas, manhã de quinta-feira. Ouço um barulho e encaro o corpo já sem vida, sua cabeça cai sendo segurada pelo resto de pele deixando o chão mais sujo e o aroma de ferro mais forte. Lembro do verme que tentou assediar minha amada, o maldito está a solta preciso alerta Sebastian e Igor.

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⏰ Last updated: Jan 19 ⏰

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