a lira dos 18 anos

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Nas cordas da lira, um eco juvenil, 
Ressoa os 18 anos, em doce desatino. 
Álvares de Azevedo, em seu brilho sutil, 
Inspira este canto, neste destino.

Sob a lua, confidente dos meus ais, 
Revelo em versos, a alma que se esconde. 
Neste limiar da vida, entre sonhos e cais, 
Busco em cada estrofe, o que o coração responde.

Nas sombras da noite, encontro meu refúgio, 
Como os românticos de outrora, na dor me enlaço. 
Em cada estrela, vejo um olhar fugidio, 
Um lampejo de sonho, em meu cansaço.

Ah, a juventude, este mar revolto, 
Onde navegam sonhos e desilusões. 
A cada onda, um sentimento solto, 
Nas páginas da vida, eternas canções.

Nestes 18 anos, a melancolia me beija, 
Como amante sombria, na penumbra do quarto. 
Na lira que toco, a saudade sobeja, 
Canto, com a alma, meu desencanto.

Entre a inocência perdida e a dor que se avizinha, 
Caminho pelos trilhos do tempo, em solidão. 
Como Álvares, nesta idade ainda minh'a, 
Versos sangram a doce amargura do coração.

Aqui me encontro, na encruzilhada da vida, 
Com a lira dos 18 anos, em mãos a tremer. 
Nesta jornada, por vezes perdida, 
Busco nas sombras, meu ser a florescer.

Oh, lira que canta as dores do mundo, 
Ecoa neste espaço, entre o real e o sonhado. 
Neste caminho, profundo e fecundo, 
Vivo os 18 anos, em sonhos embalado.

ultrarromantismoWhere stories live. Discover now