Capítulo IV

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Depois que comecei a seguir para o norte, parei numa das três grandes cidades ao redor da capital.

Procurei em todos os lugares por alguém com o sobrenome Rodrigues e não encontrei nenhuma pista, então segui para a próxima cidade grande.

O cavaleiro de ouro da corrente dourada disse que o ferreiro é o único capaz de consertar as armas de ouro e as máscaras de prata.

Mas também disse que ele vive mudando de cidade, meu palpite é que ele esteja numa das cidades grandes, é mais fácil esconder sua identidade numa cidade do que numa vila, além disso não cidades tem mais recursos para conseguir os materiais que ele precise.

As três grandes cidades ficam no norte, todas ao redor da cidade capital; as vilas próximas aos poucos se tornaram cidades pequenas - resumindo: o norte é o lugar mais rico.

Assim que chego na próxima cidade grande para continuar minha busca procuro um lugar para me hospedar. Provavelmente vou ficar aqui muitos dias.

Encontro uma hospedagem bem antes do que esperava, a maioria fica no centro. Ainda tenho o dinheiro pela recompensa daquele bandido e vai durar mais tempo.

-Você sabe se tem alguém com o sobrenome Rodrigues por aqui?_ Pergunto a moça que me atende.

Ela tem pele clara, cabelos pretos lisos, olhos castanhos escuros e usa roupas pretas. Além de ser bem bonita, eu não sou acostumada ver rostos de mulheres já que no quartel todas usam máscaras.

-Não, ainda não tive oportunidade de conhecer muitas pessoas por aqui_ Ela se direciona até o balcão.

-E qual é o seu nome?_ Decido perguntar já que vou ficar aqui por uns dias.

-Alessandra_ Confesso combinar muito com ela_ E o seu?

-Rebeca.

-Vem Rebeca, vou te mostrar um quarto_ Ela pega uma chave no balcão e segue para as escadas.

-Você é a dona daqui?

-Não, o dono teve que sair um pouco_ Alessandra usa a chave para abrir a porta do cômodo e entramos.

A primeira coisa que olho são a quantidade de janelas nas paredes: uma; depois o teto, nenhuma abertura; e por fim o chão, normal como de qualquer quarto.

-Fique à vontade_ Ela entrega a chave em minhas mãos_ No restaurante fazemos almoço, café da manhã e da tarde, só não fazemos o jantar.

-Certo_ Depois da minha confirmação ela sai, me deixando sozinha no quarto. Penduro minha bolsa menor e a capa no cabideiro enquanto a bolsa onde guardo a bota de pedra, deixo no chão.

Vou até a janela que dá vista ao restaurante no primeiro andar e a entrada da hospedagem. Fecho-a e confiro se existe uma abertura na mesma, o que não tem. Tranco a porta, pego minha máscara e deito na cama.

-Preciso arrumar isso_ Murmuro ao tocar no trincado na máscara.

Durante minha jornada desde que sai de Missicip tive a impressão que a trinca se alastrou, espero que só seja impressão mesmo. Guardo-a de volta na bolsa e deito de novo para dormir.

Acordo na mesma posição que havia deitado e levanto para voltar a procurar o ferreiro. Saio do quarto já vestida com a capa e tranco a porta. Quando chego nas escadas vi um homem passar rápido para um dos quartos debaixo e a Alessandra o segue apressada.

-Onde você estava?_ Ela pergunta.

Pensei em descer e continuar procurando o ferreiro mas o brilho metálico dentro da mochila do homem chama minha atenção.

Máscaras de Prata Where stories live. Discover now