capítulo 14

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— Você não tem nenhum parente? — ele Murmurou enquanto estava com a cabeça no meu colo

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— Você não tem nenhum parente? — ele Murmurou enquanto estava com a cabeça no meu colo.

Como chegamos nessa posição? Ele simplesmente disse que queria deitar no meu colo, neguei? Não!

— Meu pai ta preso — murmuro e ele me encara em silêncio — minha mãe morreu. A pessoa que cuida de mim é o meu tio.

— ele nunca esta em casa? — Manjiro pergunta ao me encarar com aqueles olhos extremamente vazios carregados de escuridão

— Minha relação com ele é diferente, tudo o que eu preciso ou se tiver algo que tenha acontecido, eu só preciso mandar mensagem para o número que ele mandou me entregarem — Vejo Manjiro levantar uma das sobrancelhas.

— Ele cuida de você por um telefone? — Manjiro diz e eu acabei rindo o que deixou ele ainda mais confuso.

— vou te dar um exemplo — sorrio e ele se senta me olhando — Se eu for atacada no meio da noite por um... Homem com um tijolo, e eu mandar mensagem pro meu tio avisando sobre isso, ele vai querer todas as características do Homem do tijolo e rodar Tokyo até achar ele.

Foi um exemplo bem específico aliais, isso realmente aconteceu, mas não contei pro meu tio.

— Você foi atacada? — ele me olhou com desconfiança e eu morro a língua.

— Não?

Aquele olhar vazio e penetrante ainda se fazia presente, mas também havia algo dentro daquele olhar, como uma chama prestes a ser reacendida se fosse necessário. A luz baixa da sala, o sofá de couro e o tapete persa, derrepente era como se tudo tivesse ficado completamente escuro, cada parte da sala, mesmo com a luz da televisão causando um arrepio inimaginável em minha espinha.

— Eu não posso ver violência — Murmuro baixinho e ele me encara — Meu pai era extremamente agressivo, e eu sou a cópia da minha mãe eu até entendo que meu tio não queira me ver pessoalmente, já que eu lembro muito ela. Mesmo pintando o cabelo de vermelho. Quando eu vejo qualquer ação agressiva na minha frente... O desespero vem, a falta de ar, os batimentos acelerando e diminuindo na mesma intensidade, a sensação de estar se afogando num mar repleto de tubarões onde eles estão apenas esperando você morrer.

— Pânico — ouço Manjiro sussurrar — e bem Severo pelo jeito.

— ninguém conseguiu me ajudar — sorrio para ele e vejo seu olhar se perder um pouco — nem psiquiatra nem psicologos. Ninguém.

— e como você sustenta esse sorriso? — Sinto ele Puxar uma mecha do meu cabelo e levar aos lábios — como sustenta essa energia tão Alegre e gentil? Quando você não tem ninguém com você.

Era uma boa pergunta, eu não tinha ninguém, meu único contato era com meu tio e por um celular, mesmo com o acontecimento do Kairo eu ainda não desabei.

— Eu aprendi que há duas coisas que você deve ter em mente — sussurro ao olhar minhas mãos — saber dizer “sinto muito” e “obrigado”. Aquele que está na glória infinita é você; aquele que caiu em desgraça também é você. O que importa é "você" e não o seu estado.

Olho para Manjiro e vejo com uma mistura de confusões em seu rosto.

— eu me permitir viver a dor, quando minha mãe morreu, e meu pai foi preso, meu mundo desabou, mesmo assim eu não quis reprimir essa dor, pois Fica pior com o tempo. Me permitir sentir ela, viver o meu Luto, pois se eu negasse ele, uma escuridão cresceria dentro de mim, uma tristeza que nenhuma luz poderia ascender.  E o mais importante é nunca esquecer sua verdadeira essência, grite, chore, despeje toda sua raiva guardada, ninguém vai te julgar por que aquele é o seu momento de fraqueza e desequilíbrio. ⁠Você sempre foi o mais forte. Mas você não precisa ser forte em todos os momentos do dia, todos os dias

Sorrio para Manjiro e me surpreendo ao ver um olhar tão gentil, ele estava com os lábios levemente curvados de forma mínima, os olhos também sorriam, sua mão se ergueu até mim e ele se jogou em meus braços me deixando completamente surpresa. Manjiro me abraçou soltando um longo suspiro pesado contra meu pescoço.

Ele me lembrou alguém.... Esse olhar perdido, essa sensação, a diferença é que aquela pessoa chorou.

Manjiro se afastou e precionou seus lábios contra minha testa, causando arrepios pelo meu corpo, então derrepente a casa não estava mais escura, parecia quente e aconchegante, o vi descer seus lábios até a ponta do meu nariz e em seguida.

Até meus lábios, em uma permissão silenciosa para os tocar, e eu......eu permitir que ele me beijasse. A respiração dele fica presa na garganta quando eu me aproximo dele. Nossos narizes se tocam em uma carícia, sem mais nem menos, eu preciono os lábios contra os dele. Suas mão me envolvem. Manjiro pressionou meu corpo perto do seu, seus lábios estão quentes. O beijo é lento e sensual. Ele não parece ser do tipo que apressa as coisas. Sinto minha mente ficar em branco enquanto nos dois entramos neste momento intenso.

O loiro desce suas mãos a minha cintura e me puxa para seu colo. Cada toque espressa todo o carinho que ele tinha, além do cuidado como se eu fosse uma peça frágil que pode quebrar em suas mãos.

O beijo pouco a pouco se tornou mais profundo, ao toque de nossas línguas, um choque percorreu todo meu corpo, como um aviso que essa pessoa era extremamente perigosa, mas ao mesmo tempo carregado com uma mistura de prazer e desejo. Sua mão acariciava meu rosto constantemente enquanto ia aprofundando o beijo, a cada mover de nossas cabeças em direções opostas, sinto ele finalizar o contato com selinhos demorados e uma mordida leve em meu lábio inferior, abrindo seus olhos que tinham um brilho.

Aquela escuridão estava com pontilhados de luz, como as estrelas no mais profundo Céu.

— O que fez comigo? Minha doce Bella — Ele sussurrou ainda me mantendo presa a ele — sabe o quão perigoso é isso?

— Não sei, querida Fera — sorrio olhando em seus olhos — não faço a mínima ideia aonde eu me meti.

Ele sorrio e me puxou para deitar em seu peito, seu coração batia forte em seu peito, quase como se quisesse mandar avisos de que estava vivo. Manjiro passou a acariciar os fios do meu cabelo me trazendo uma sensação inexplicável de segurança.

O olhei novamente e percebi que ele já estava me olhando, me inclinei um pouco para ele, e Manjiro sorriu pegando o meu rosto em suas mãos, me dando outro beijo.

My Little Prey - Mikey Kanto ManjiWhere stories live. Discover now