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As semanas se passaram rápidas, as tentativas de conversas para tentar se resolver do Tom diminuíam dia após dia, até chegar em um total de zero mensagens ou ligações. As noites em que o Bill ia visitar a garota no bar e conversar sobre o seu dia, o irmão preferia ficar do lado do fora, ou quando era obrigado a entrar ele procurava uma mesa afastada do balcão e ficava a maior parte do tempo encarando a janela. As únicas vezes que o seu olhar ia de encontro a Lauren e Bill era quando a risada de um dos dois se tornava alta.

A garota ainda sentia o seu coração pesar, sentia angustia, e repulsa quando via Tom entrar sempre usando a sua jaqueta preta e as suas mãos em seu bolso. Foram inúmeras as vezes em que ela ficou deitada encarando o teto pensando em como um quase relacionamento de algumas semanas poderia deixa-la tão abalada daquela forma. E todas as vezes ela não encontrava uma resposta para isso, apenas o seu estomago revirando quando se lembrava das palavras ditas naquela noite no corredor. Em como ele foi cruel com ela e com os seus sentimentos.

Foram também algumas noites onde ela virava copo atrás de copo de whisky, o mesmo que ele tinha levado e que era para eles beberem juntos. A confusão na sua cabeça a deixava ainda pior, uma mistura de saudade do Luke e culpa por tentar seguir a própria vida, era como se ser a Lauren fosse um desrespeito a tudo o que o Luke tinha sido para ela e feito por ela. Só que ela não podia voltar atrás, não mais.

Quando ela chega ao salão onde será o evento do leilão, rapidamente Lauren é levada ao andar de cima, ela conseguiu reparar em três salas cheias de garotas e pessoas arrumando os seus cabelos e maquiagem.

— Por aqui, docinho. — Luci, uma mulher que beirava mais que quarenta anos de idade guia Lauren até uma das salas. — Peter separou algo especial para você essa noite.

— Especial? — A garota se espanta, mas não tem tempo para mais questionamentos.

Ela é jogada de um lado para outro, banhos mornos tendo que usar um determinado tipo de sabonete que cheirava a rosas frescas, depois secadores sendo apontados para o seu cabelo, alguém a virando e começando a passar o pincel de maquiagem, e por fim uma pessoa sentada colando unhas postiças em sua mão.

Era muita informação, muito barulho, muitas pessoas e poucas respostas. Quando ela tentava falar alguma coisa a única coisa que ouvia era — Fica quietinha, meu bem. Não quero borrar a maquiagem.

Os olhos da garota percorriam o quarto, enquanto seu cabelo era puxado e enrolado em um babyliss e unhas vermelhas e cumpridas eram coladas na ponta de seus dedos. O relógio de ponteiro grudado acima da porta indicava que era 19:40, o leilão seria iniciado as 20h em ponto. Pelas inúmeras conversas que a garota escutou enquanto era moldada da forma que aquele grupo de abutres queriam ela entendeu como funcionaria.

A cada trinta minutos uma garota era anunciada, levada ao palco e leiloada. O "contratante" a retiraria do palco e ela passaria o restante da noite como acompanhante dele ou dela no evento, e depois ele informaria ao Peter uma data para o encontro.

Quando o contratante confirmasse que o encontro aconteceu da forma que planejava a garota leiloada receberia a sua parte direto na sua conta do banco. Para evitar que alguma espertinha pegue o dinheiro e suma. Foram com essas palavras que a manicure fofocava enquanto lixava as unhas de Lauren.

Espertinhas.

Contraditório, a garota não conseguia ver ser vendida a um rico que pode ou não ter gostos exóticos em momentos sexuais como algo esperto, mas para ela era algo como sobrevivência.

Maya recebia do governo por informação, como estava estagnada no mesmo lugar a semanas ela não tinha esse pagamento, e precisava sobreviver com o que ganhava do desirê, que não é tanto quando se leva em consideração tudo o que precisa ser reposto no bar toda semana.

ACORRENTADOS  [+18]Where stories live. Discover now