National Anthem

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Era dia de festa na Fundação Speedwagon. 

Num salão de festas caro e muito chique, os pesquisadores e alguns de seus respectivos cônjuges saboreavam champagnes e vinhos caros e pratos da culinária italiana preparados pelo melhor chef de cozinha que encontraram. O motivo da comemoração era a nova unidade da Fundação, que se localizava no Brasil, e estava pronta para começar a funcionar e contribuir com o avanço científico no país.

Tinha muito para reparar naquela festa, visto que cada um tentava se aparecer mais à sua própria maneira, mas um certo oceanógrafo tinha olhos apenas em uma direção: um certo ruivo, que na ocasião usava um terno verde musgo com detalhes dourados. Ele segurava uma taça de vinho e conversava sorridente com alguns membros da equipe de engenharia mecânica.

Sentado em uma mesa, exalando toda sua aura imponente, estava o Dr. Jotaro Kujo. O cabelo, que estava um pouco maior que o normal, penteado perfeitamente embora uma mecha rebelde insistisse em cair sobre os olhos, que eram azuis com as profundezas do mar do Caribe. O terno preto e sem grandes detalhes, a calça que marcava muito bem suas coxas grossas e o blazer que acentuava o tamanho dos biceps, as costas largas tal qual o peitoral. Muitos ali naquela noite tinham planos para impressioná-lo, mas já era tarde demais. Aquele ruivo havia tomado toda sua atenção sem fazer nenhum esforço.

— O cara vai desidratar se você continuar encarando ele desse jeito. – Jotaro ouviu uma voz bastante familiar chegar e se sentar ao lado dele.

— Ele é novo na Fundação? — ele perguntou ao francês de cabelo platinado 

— Aqui nessa unidade, sim. — Jean respondeu. — Deve fazer uns dois meses que ele chegou da unidade do Japão.

— Interessante... – ele murmurou e tomou mais um gole do champagne. — Qual o nome dele?

— Kakyoin. Noriaki Kakyoin. Ele é historiador. As pesquisas dele eram mais intelectuais, o que fez ele vir parar aqui foi a tese dele sobre sonhos como fonte de relato e prova de fatos históricos. Sem contar que ele fala tudo com uma confiança tão grande, é encantador. Aqui, ele pretende ir atrás de mais material para essa tese e eu vou tentar convencer ele a deixar a arqueologia fazer parte. – Jean não era fofoqueiro, ele era bem informado como o bom historiador e arqueólogo que era. ㅡ E sim, ele beija homens. – ele completou.

ㅡ E ele tem alguém?

ㅡ Que eu saiba, não.

Jotaro se manteve calado por mais algum tempo, apenas observando como ele parecia ser simpático e a maneira que sorria para o rapaz de longos cabelos brancos que estava vestido como se fosse um vampiro. Algo em Noriaki o deixou curioso, com vontade de tê-lo mais perto, ele só não sabia o que.

O oceanógrafo não disse nada a Jean, apenas se levantou, pegou sua taça e andou confiante até o ruivo. No meio do caminho, alguns até tentaram se aproximar, mas seus passos e pensamentos tinham uma direção certeira.

ㅡ Boa noite, rapazes. ㅡ Jotaro cumprimentou-os. Sua voz grossa e firme, que era sensual até mesmo quando essa não era a intenção, estremeceu o ruivo, mas ele tratou de não deixar isso transparecer.

ㅡ Olá, Dr. Kujo. – quem respondeu foi Leone Abbachio, o cara que parecia um vampiro. ㅡ Noriaki, esse é o Dr. Jotaro Kujo, oceanógrafo aqui na Fundação.

ㅡ É um prazer conhecê-lo, Dr. Kujo. – o ruivo respondeu com um sorriso e Deus, a voz ele era linda.

ㅡ Igualmente.

ㅡ Bem, eu vou pegar mais bebida. ㅡ Leone disse e logo saiu. A taça dele ainda estava praticamente cheia, mas ele não era burro a ponto de não notar as intenções de Jotaro.

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