15 - O Coelho

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Bright saiu de seu quarto, imaginando que ele poderia assistir televisão no andar de baixo até o jantar. Agora que Frankie estava fora da casa por alguns dias, quase parecia como se Ryan e Ben estivessem finalmente relaxando um pouco. Especialmente Ryan. Normalmente tão tenso como uma corda de violão com qualquer tipo de interação, ele agora ficava no sofá com Ben e até mesmo tinha feito um esforço para aprender um pouco da Linguagem dos Sinais.
Ele passou pelo quarto de Ben e o viu ajoelhado na cabeceira, acariciando algo sobre a mesa. Algo... Disforme. Será que ele roubou um gato da vizinhança ou algo assim? Talvez um gato morto, porque aquela pilha de peles, ou seja, lá o que era, parecia desgastado.
Ben era o mais novo na casa, mas ele parecia muito mais jovem do que seus anos. Havia uma certa inocência em seus olhos e uma bondade que Bright não via frequentemente em outros.
Frankie tinha descontado muito de sua ira sobre Ben, constantemente gritando com ele e apontando em sua face. Ben podia não ter sido capaz de ouvir cada grito, mas a forma como seus ombros se curvavam e como ele iria dobrar em si mesmo era um sinal evidente de que ele, sem dúvida, sentia a raiva por trás de cada golpe no ar.
Bright empurrou a porta e acenou com a mão em um grande círculo, na esperança de chamar a atenção de Ben. Por respeito, ele não iria invadir o seu espaço, sabendo muito bem o quanto ele mesmo odiava isso.
Ben se virou para ele e se endireitou, de pé em frente à mesa de cabeceira para bloquear a visão de Bright.

"O que você tem aí?" Bright gesticulou.

"Nada."
Ben abaixou a cabeça, em seguida, espiou-se através de seus cílios.

Bright cruzou os braços e encostou-se ao batente da porta.
Os ombros de Ben caíram. Ele suspirou, em seguida, começou a mover as mãos rapidamente, muito rapidamente.

"Diminua a velocidade um pouco, por favor. Eu não posso segui-lo. Um Coelho?"

Bright focou nas mãos de Ben, parando-o e só gesticulando para ele repetir algo de novo quando perdia a sequência da troca.
O apelido de Ben quando criança era Benny. Então sua irmã mais velha lhe deu um coelho de pelúcia porque a lembrava de como ele iria pular quando ficava animado.
Era a única coisa que ele tinha de sua irmã antes que fossem separados em um orfanato quando eram crianças. Ben e seu coelho de brinquedo realmente esquisito tinham tomado uma surra ao longo dos anos.
Ben fez sinal para Bright entrar em seu quarto. Ele apontou para a orelha rasgada e a cauda distorcida faltando. O rasgo era cortesia do idiota do Frankie na primeira noite de Ben na casa um mês antes.
Aparentemente, ele o manteve na mesa de cabeceira para evitar que a pobre coisa ficasse pior.

"Ele precisa de um enterro."
Bright gesticulou.

Os olhos de Ben se arregalaram e ele sacudiu a cabeça de um lado para o outro.

"Estou brincando. Estou brincando. Ele só precisa de um pouco de remendo."

Ben deu de ombros. Ele estendeu a mão e distraidamente acariciou a orelha boa ainda conectada sobre o coelho.

"Traga essa coisa lá em baixo. Eu acho que nós precisamos levá-lo para a sala de emergência."

Ben franziu a testa e apertou os lábios. "Você é louco."

Bright riu. "Talvez. Um pouco. Vamos lá. Traga essa coisa."

Bright correu descendo as escadas e entrou na cozinha, sem esperar que Ben o seguisse.

"Ei, Gun. Você tem um kit de costura?"

Gun olhou por cima do ombro de seu lugar na frente do fogão.

"Sim, acho que sim."
Ele apontou para o armário pequeno no canto mais distante da área de refeições. "Verifique nas gavetas lá. Nós devemos ter um kit de primeiros socorros. Eu creio que há um kit de costura no saco azul."

Um Homem DignoWhere stories live. Discover now