39

33 2 0
                                    

              Vitória.

Por que será que estou pressentindo que isso não vai dar certo?

- Olha, amor, quem acabou de chegar do seu encontro.

Diz mamãe, entrando na cozinha e me puxando junto com ela.

- Filha, você já chegou, ainda é cedo para acabar um encontro. A Bia ainda nem foi pra cama.

Algo me diz que ele já suspeita que mamãe já sabe o que ele fez hoje.

- Ei, pai, não sou criança para dormir cedo. O que o senhor andou aprontando agora?

- Eu, nada filha. Se alguém aprontou alguma coisa, foi aquele doutor.

Ele se defende da maneira que pode.

- É impossível o doutor fazer alguma coisa com a Vitória.

Diz Bia.

- Também acho, filha. Já o seu pai, por outro lado...

- Ei, amor, o que você quer dizer com isso?

- Você sabe muito bem o que eu quero dizer.

- Não sei não.

- Sabe sim.

- Amor...

- Pode ir parando bem aí, Marcos.

- Ferrou, pai.

- E muito, Bia.

Ele sabe que mamãe está zangada.

- Vitória, você não quer fazer pipoca para nós?

Fala Bia, fazendo com que eu tire minha atenção dos meus pais para ela. Só então percebo que o André e a Lara ainda estão aqui. Por um momento, eu tinha me esquecido deles.

- Por que você quer pipoca?

Pergunto sem entender muito. Não tem pizza na frente dela, por que não come.

- Como assim, pra que? É só olhar o espetáculo à sua frente.

Diz, apontando para nossos pais, que estavam discutindo, como eles gostam de fazer.

- Por que você não come pizza, então?

- Por que não é a mesma coisa. Pipoca combina com filme, é só você olhar à sua frente que você vai ver um. Onde podemos encontrar comédia e drama ao mesmo tempo.

Diz.

- É um bom argumento, mas é dos nossos pais que você está falando.

- Por isso mesmo, fica melhor ainda quando se está em família.

Dando de ombros, como se não fosse nada. Não sei por que ainda fico ouvindo suas besteiras. Resolvo voltar minha atenção para meu pai e mãe novamente.

- Amor, você tem que entender que a Vitória já é maior de idade. Ela pode muito bem tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias escolhas, sem nós dois nos metendo na vida dela.

- Vida, eu sei, mas não aceito isso.

- Olha o drama começou, Vitória. Viu, eu te disse.

Me distraio novamente com minha irmã falando, e acabo não prestando atenção na conversa dos meus pais.

- Só você mesmo, Bia, e não vai ter pipoca nenhuma.

Digo.

- Mas eu quero pipoca.

- Não vai ter pipoca nenhuma, mocinha. Pensa que eu não sei que foi você que botou a ideia na cabeça do seu pai.

Quando ela diz isso, viro minha cabeça na direção dela.

♡Inocente de mais♡(+18) Onde histórias criam vida. Descubra agora