"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!"
Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela.
Noah Urrea rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Sabina Hidalgo viv...
¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.
Sabina Hidalgo
— É marrom. — Sabina piscou algumas vezes diante do reflexo no espelho. — Por que o vestido é marrom? — Sério que ela havia tirado um dia de licença médica para ir às compras e se sentir gorda e deprimida em um vestido de dama de honra?
— Porque essa é a cor, querida. — Vovó Nadine bebericou o champanhe e inclinou a cabeça. — Mas ficou horroroso. Acha que Any confundiu as cores?
— Nossa, espero que sim! — Sabina estremeceu ao olhar mais uma vez para o reflexo. O vestido era de um marrom-alaranjado estranho, como se as folhas que mudam de cor no outono tivessem se esquecido da tonalidade que deveriam assumir e então se tivessem decidido pela mais feia possível. O modelo era um tomara que caia que descia justo até os quadris e, a partir daí, ficava tão largo, que a fazia parecer uma cópia péssima da Maria Antonieta.
Se era esse o tipo de vestido que a coitada daquela mulher fora obrigada a usar, não era de admirar que tivesse sido decapitada. Sabina suspirou enquanto vovó pegava o celular.
— Any? É a vovó. — Ela gritou tão alto ao celular, que Sabina se sobressaltou. — Any! Não estou ouvindo! Ah, só um segundo. — Vovó se levantou e caminhou até a vitrine. — Sim? Está melhor? — A senhora se voltou para Sabina, ainda com o celular ao ouvido. — Ah, que lindo! Acho que esse vestido ficaria fantástico em você, Sabina! Venha aqui!
Sem muita opção, Sabina se arrastou até o manequim na vitrine.
— É um vestido de noiva.
— Eu sei! — Vovó tapou o bocal do celular. — Ficaria lindo em você! Experimente! Só dessa vez, vamos lá! Só vai levar um minutinho! — Vovó gesticulou e a enxotou de lá, indicando-lhe as araras em que estavam expostos todos os vestidos da loja, — Any! Any! Desculpe, estava falando com sua amiguinha. Aliás, ela é linda e... Ah, entendo!
Sabina se remexeu, desconfortável, enquanto procurava o vestido nas araras. Seus dedos tocaram a seda delicada. Era um vestido lindo. Mas ela não estava se casando. Será que não daria azar experimentar um vestido de casamento antes de ter um noivo?
— Experimente! — gritou vovó, de novo fazendo Sabina pular de susto. — Que ideia maravilhosa, Any! Sim. Sim, entendo. Sim. Não. Não, deixe que a vovó aqui fará sua mágica. Sim. Não. Mas, Any... Certo. Diga a ele que aceito o desafio.
Sabina parou. Se fizesse silêncio, talvez conseguisse ouvir o que tanto Any e vovó conversavam.
— Xô! Vá experimentar! — Vovó fez um gesto, expulsando-a, e se virou de costas para ela. — Diga a Joshua que estou dentro.