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Já tinham se passado algumas semanas que Maya estava hospedada na mansão Kaulitz. Bill tinha a persuadido a não voltar ainda para o desirê por conta de não saber quem era o invasor da sua casa, mas garantiu que estava atrás dele.

A rotina da garota era acordar por volta das oito e trinta da manhã, descer e tomar café da manhã com o Bill, ele passava a maior parte da manhã após o café em seu escritório resolvendo alguns assuntos enquanto ela ficava sentada em um dos sofás que tinha ali lendo algum livro ou assistindo alguma coisa na televisão aproveitando da sua companhia até dar o horário do almoço.

Eles sempre almoçavam na parte externa da mansão e depois da refeição eles caminhavam alguns minutos pelo jardim, até dar o horário que ele precisa sair para resolver as suas pendencias.

O jantar é sempre uma incógnita, as vezes Bill chegava a tempo, as vezes ela jantava somente com o Tom, as vezes ela jantava sozinha. Mas sempre que ele não podia acompanha-la em uma refeição a primeira coisa que ele fazia quando chegava era subir até o quarto dela, batia na porta de leve três vezes e entrava entregando uma rosa. Era o seu pedido de desculpas por tê-la deixado sozinha por tanto tempo.

Sem perceber, Maya se apegou a essa rotina, quando Bill não chegava a tempo para o jantar ela esperava ansiosamente sentada em sua janela a sua chegada, e não foi raro as vezes que ela desceu as escadas correndo para encontra-lo assim que ouviu o barulho do carro. E ela gostava dessa sensação, desse formigamento em seu corpo quando ele sorria, da sensação de borboletas em seu estomago quando ele ia em seu quarto apenas para dizer boa noite. Ela se sentia bem com ele.

— Acho que já posso voltar ao desirê. — Maya diz enquanto enchia a sua xícara de café.

Bill abaixa o jornal e a encara arqueando uma sobrancelha. — Por quê?

— Já estou aqui a dias. — Ela coloca três colheres de açúcar em seu café e mexe com a colher lentamente. — Você não achou o invasor, e acho que nem vai achar. E eu sinto saudades do meu bar.

Ele dobra o jornal e o coloca na mesa, levando o seu corpo um pouco mais a frente para que pudesse enxerga-la melhor. — Já conversamos sobre isso, ele pode simplesmente aparecer no desirê e te machucar, e não queremos isso, certo?

Ela respira fundo e o encara. — Estou cansada de ficar trancada nessa casa, Bill. Eu quero ver pessoas, e eu voltar a trabalhar no desirê não significa que vou embora daqui também, até porque ainda não achei nenhum lugar para morar.

Os olhos dele se descem até o jornal, o lendo por cima e imediatamente seu rosto se ilumina com alguma ideia que começou a rodear a sua mente. — Está abrindo um shopping novo, podemos ir conhece-lo, jantar fora e depois discutimos sobre isso, pode ser? — Ele dá um meio sorriso enquanto seus olhos sobem de novo para encara-la, como se fosse uma suplica.

E como sempre ela concorda. — Mas quem me garante que você vai conseguir chegar na hora para sairmos?

O seu meio sorriso se torna um sorriso completo. — Confia em mim.

No mesmo momento Tom entra na cozinha, e como em todas as manhãs ele se senta de frente para Maya sem falar nada, pega o seu café e o toma em silêncio, e como em todas as manhãs Bill ignora totalmente a presença do irmão, como se ele fosse apenas um inseto inconveniente nem merece a sua atenção ou a sua disposição para pisa-lo.

— Bom dia, Tom. — Maya fala igual todas as manhãs.

E como todas as manhãs ele levanta o seu olhar, balança a cabeça, pega uma torrada e um pouco de geleia e começa a ler qualquer coisa para não precisar se comunicar nem com ela e nem com Bill.

ACORRENTADOS  [+18]Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz