Getaway Car | GIOISIS

Capítulo 04

Ísis Ferraz

– O que ele quis dizer com "se é o que deseja vou ficar longe" ?

– Eu acho que ele vai fazer o que você pediu? – dou um sobressalto de susto com a dona Adriana chegando de repente.

– Você estava aí mãe? – ela caminha em minha direção sentando ao meu lado.

– Cheguei no finalzinho e não quis atrapalhar. – minha mãe coloca a mão em meu joelho e olha fixamente nos meus olhos – Ísis minha filha, você acha que vai conseguir deixar ele ficar longe?

Reviro meus olhos, porque eu iria sentir falta dele?

— Eu passei dois anos sem ficar perto dele, até parece que não consigo viver mais assim.

— Uma coisa é ele morando em outro país, outra coisa bem diferente é ele morando há cinco minutos da sua casa né.

Fico quieta porque preciso pensar, porque será diferente?

— Ouvi que ele adotou um cachorrinho, o Carlinhos, que vai fazer as coisas né?

— Aham — mas se eu fosse só para saber o que ele quis dizer.

— O que está passando na sua cabeça Ísis? – a encaro sem entender – Sua cara me conta que você está pensando em fazer alguma coisa.

— Não é nada não mãe. Já volto.

Vou em direção ao meu quarto, trancando a porta para a minha mãe não escutar minha ligação.

— Atende Carlinhos, atende! – caminho de um lado para o outro – Vamos, vamos.

— Oi Cris.

— Graças a Deus, Carlinhos – eu não acredito no que estou fazendo – Você está fazendo alguma coisa agora?

— Estou terminando de preencher uns papéis e depois tenho que ir no Giovanni ver sobre a adoção, está precisando de algo?

— Isso – sussurro de alegria – Carlinhos, pode deixar que na casa do Giovanni eu vou.

— Tem certeza?

— Sim, não precisa ter pressa para terminar de preencher os papéis.

Caminho apressadamente pelo corredor, com meu olhar concentrado no meu destino.

Me sinto determinada, vou perguntar para o Giovanni o que ele quis dizer com ficar longe.

— Ísis minha fi...

Não dou tempo para que minha mãe me pergunte para onde vou, logo meus dedos agarram a maçaneta, girando-a com urgência.

Meus passos ecoam pelo concreto da entrada enquanto corro em direção ao meu carro, como se ele pudesse curtir.

O sol começa a se por e me sinto mais calma ao olhar para ele.

— Vai dar tudo certo Ísis, você vai chegar lá e.. – jogo minha cabeça no volante – o que você tá fazendo Ísis.

Levanto minha cabeça, ligo o carro dirigindo em direção ao apartamento do Giovanni.

Por que eu estou indo até esse cara? Por que me incomoda tanto ele ter dito que vai ficar longe?

Olho para o lado e já vejo o prédio dele.

— Você consegue, respire... – coloco meus pais no hall de entrada do prédio e caminho em direção ao elevador – você consegue, respira, não pira – balanço minha perna enquanto espero o elevador.

— Até que enfim. – entro no elevador e parece uma eternidade todo o momento em que fico dentro dessa caixa de metal.

Assim que a porta abre, ando até a porta do apartamento dele.

Encaro a maçaneta. Cada segundo parece mais longo que o anterior. Fico alternando meu olhar entre a maçaneta e a porta.

Aperto a campainha e espero alguém aparecer.

Minha respiração fica cada vez mais irregular, sinto suar em minhas mãos. O nervosismo toma conta de mim parecendo que uma corrente elétrica passa por todo meu corpo.

Escuto o som da chave na fechadura, a porta começa a deslizar, tenho um misto de sensação de nervosismo e alívio.

Minha garganta parece seca, minha respiração a cada segundo vai ficando descompassada, sinto que vou desmaiar.

Fixo meu olhar na abertura da porta, aguardando Giovanni aparecer do outro lado e acabar logo com essa angústia, mas quem me recebe é uma mulher com o aranha aconchegado em seu colo.

— Oi Ísis. – Cris me cumprimenta com um de seus sorrisos, encara o aranha o pegando e colocando o rostinho dele em minha direção – fala oi para a mamãe bebê da titia.

Aranha tem sua atenção em mim e late em minha direção.

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Capítulo pequeno mas feito de coração 🥰