o primeiro namorado (a ser apresentado para os pais

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Faz três meses que Fourth e eu estamos saindo, claro que ainda é aquele papo de amigos que se beijam, mas pra mim já é o suficiente. Eu não recusaria se ele me pedisse em namoro e não tenho dúvidas que Fourth é a minha pessoa certa, caso realmente exista. Mas tenho dúvidas, medo também dele não querer algo a mais, não sei o que fazer Fourth Nattawat eu te odeio muito.

Hoje decidimos não ir para o hotel como se tornou nosso costume pois ele veio com um papo de lugar especial, pensei que lá fosse nosso lugar especial mas pelo visto só era pra mim. Disse também que devíamos usar uma roupa combinando, porque não é só um lugar mas também uma data que ficará marcada em nossa vida. Tenho medo do que ele deve estar aprontando agora.

São quase seis da noite, ele disse que traria minha roupa quando viesse me buscar, então já estou banhado e vestido com meu pijama enquanto lhe aguardo ansiosamente. Na verdade estamos eu, e meus amigos deitados um em cima do outro no sofá enquanto falamos sobre nossa semana, costumava ser assim toda sexta a noite (antes do Fourth chegar).

— Ele é fofo, digo, eu tenho vinte e dois anos e nunca tive um relacionamento sério porque queria aproveitar a vida, mas ele me colocou no eixo em apenas dois meses de conversa. Ainda não nos vimos porque ele disse que quer ter certeza se vale a pena com tudo que já ouviu de mim por aí.

— Ele não tá errado. – Ford concordou com Pond que falava de um dos amigos do Fourth, o Phuwin. Depois daquele dia que meu primo achou o twitter do Fourth através da conta do Phuwin, ele stalkeou o garoto e meio que se apaixonou como um amor à primeira vista, porém só lhe chamou um tempinho depois. — Você é o maior galinha que eu conheço, e olha que sou eu quem tô dizendo isso!

— Ah Allan, você nunca ficou com mais de duas pessoas igual a esse virjão ai.

— Ei! Em nenhum momento eu opinei para vocês falarem assim de mim. Concordo com o Ford, e Pomd, você que pensa que garotinho aí é santo.

— Mas por ele eu deixaria de verdade essa vida de bagaceira, até pararia as festas daqui.

— Ei, nunca mais repita isso. – Ford falou alterado. — Nossas festas são mantos sagrados que nossos filhos irão herdar, só vamos parar com isso quando um de nós morrermos.

— Por mim acabaria agora mesmo, eu odeio festas barulhentas.

— Agora porque você tá com o Fourth.

De certa forma não é mentira, quando eu estava bêbado toda festa pra mim era maravilhosa. Acho que vivi muito tempo na escuridão, talvez uns dez a vinte anos? Mas tudo bem, eu estou feliz agora que o Fourth apareceu pra mim.

Continuamos deitados um em cima do outro por um bom tempo em silêncio, acho até que nós três chegamos a tirar um cochilo bem brabo. Eu estava com saudades disso, de ficarmos assim só a gente, nosso sofá espaçoso e a TV grandona do Pond que ninguém assiste já que é só pra ele jogar vídeo-games. Porém contarei um segredo agora, eu e o Ford vivemos assistindo séries esquisitas nela.

— Ford, se você precisa de ajuda, pisque duas vezes.

Eu abri os olhos desesperado mas com um sorriso enorme nos lábios ao ouvir o meu som favorito no mundo todo, a voz de um belo rapaz no qual eu havia começado a gostar de verdade. Esses dias eu entreguei uma das chaves da nossa porta pra ele, da que só abre quando a porta não está trancada por dentro, afinal ainda éramos estranhos para que ele ficasse com todas.

— Cunhado! – Ford e Pond falaram em uníssono, o primeiro citado saiu de cima de mim para que eu pudesse fazer o mesmo com o Pond.

— Ei, já conversamos sobre chamarem o Fot de cunhado.

the very first nightOnde histórias criam vida. Descubra agora