Nascimento.

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Após o desaparecimento do caçador noturno misterioso, as criaturas lançaram um ataque único, mas maior do que todos os anteriores, e uma guerra foi travada até o amanhecer, onde eles recuaram. Inúmeras baixas foram registradas na polícia noturna e tudo voltou ao "normal", mas o cemitério ficou tão cheio que tiveram que queimar muitos corpos, e o cheiro de morte residiu na cidade por um bom tempo.

Era o início do ano, o calor diurno e o frio noturno eram aleatórios e não faziam sentido naquela época do ano, mas o frio das manhãs era sempre o mesmo.

O homem de cabelos cinzas já descansado, levanta da cama e põe os pés nos chinelos para evitar pisar no chão frio. A chaleira começa a fazer barulho e ele faz chá para tomar, assim como faz todos os dias. Mas naquele dia, olhando pela janela que apresentava um dia chuvoso e escuro, ele viu algo estranho nos canais, um barco de cor preta, sem nenhuma identificação.

Colocou a boina preta e um sobretudo acompanhado de um colete branco e desceu as escadas do prédio, então chegou na rua e tomou uma pequena ventania com gotículas de água, e baixou o rosto para não se irritar com as constantes gotas caindo na sua face. Chegando na beirada do canal, ele caminhou adjacente a água e tentou observar o barco com cuidado, e viu que tinha algo forrado por uma lona, e nessa lona tem uma cruz apagada, só pela metade. O homem se intriga e usa uma vara de ferro para puxar o barco mais pra perto da beirada, então usa o mesmo instrumento pra puxar a lona pro lado.

Uma expressão de surpresa ocupa o rosto do homem e ele olha pros dois lados do canal vazio, e puxa a lona completamente. É a figura de um outro homem, escuro como a noite, porém sem pele humana, e seu rosto não tem expressão, é como um vulto estático.

Após resgatar o corpo do desconhecido, o homem deita ele na cama do quarto de visitas e começa a preparar um café pra caso ele acorde, pois tinha pulsos e sua respiração era estável.

- Onde eu tô? - Ele ficou assustado, e logo se virou.

O vulto estático estava de pé, segurando um revólver apontado para o homem.

- No meu humilde apartamento, sinta-se em casa.- Ele sorriu com um pano de louça na mão.

- E quem é você? - Perguntou, e era notável a voz jovem, apesar de sua aparência adulta.

- Me chamo Deckard, Willian Deckard. E você? - Ele enxugou as mãos e apontou pro revólver.- Está descarregado.

- Hm. Não lembro.- Ele abre o tambor do revólver, depois abaixa ele, percebendo que Deckard estava certo.

- Gosta de café? - Willian o perguntou, e virou-se para a mesa onde a água estava fervendo.

- Não sei, o que é isso? - Perguntou o jovem, confuso.

- Você não sabe?! - Ele sorriu, surpreso.

- Não...- Mesmo sem expressões, ainda sim conseguiu se demonstrar curioso, e se encostou na bancada ao lado da mesa.

"Então ensinei bastante coisa ao garoto, ele não sabia o significado de uma variedade de coisas, mas surpreendentemente, sabia sobre todas as criaturas existentes de antes de 1936, mas não de depois disso. E além do conhecimento sobre quase todas, ele também sabia de todos os pontos fracos e já tinha um conhecimento amplo sobre a infraestrutura de Birmingham e as cidades ao redor. De onde ele veio? Não sei, um mistério. Como sabe de tudo isso mas não sabe o significado de "amor"? Também não sei. Mas ele é um guerreiro, isso deve estar nas veias dele, ou em algum lugar que não sabe encontrar. Independente disso, decidi alistar ele na polícia noturna e fui o capitão da equipe dele, e óbvio que todos ficaram surpresos pela minha volta, mas agora eu tenho um motivo pra voltar desde que..."- E anotação do seu diário está rasgada pela metade, na diagonal.

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