Decepciono papai

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        Pego uma flecha, aponto para o alvo e atiro, mas ao invés de acertar o alvo, acerto uma árvore distante. Todos a minha volta se surpreendem, papai me olha com disgosto. Pego outra flecha e miro com mais precisão, mas ela vai tão longe que não é possível vê-la. Olho ao meu redor, todos cochicham sobre mim, papai me olha com disgosto, e todos os meus professores, de diverssas coisas me olham com o mesmo disgosto de papai, cochichando entre si, sem nem desviar o olhar de mim.
        Começo a chorar litros de água, olhando desesperadamente para papai, meu coração acelerado.
– Papai! Papai! Eu... eu não sei o que há de errado comigo, papai! Me ajude! – Correntes começam a sair do chão aprisionando meus braços e pernas, me debato em vão, e olho novamente para papai, ele se aproxima, e com grande indiferença, fala:
– Você não é, nunca foi, e nunca será minha filha!

       Acordo gritando, ofegante, passo a mão em minha bochecha, isso... isso são lágrimas?!
       Tento seca-las o mais rápido possível, mas imediatamente aparecem dois guardas no meu quarto, junto de papai e Catarine, papai e Catarine estavam de pijamas, mas os guardas deveriam estar fazendo ronda pelo castelo, já que estavam de armadura e tudo. Catarine vestia uma longa camisola rosa, e em sua cabeça havia uma touca de setim azul bebê. Papai vestia uma calça verde musgo e uma camisa azul escura. E diferente de Catarine, estava descalço – Catarine estava com suas lindas pantufas de coelhinhos rosas.
        Eles me olham assustados e Catarine apresadamente se aproxima mais de mim, se sentando ao meu lado para acariciar meus cabelos. 
– O que houve gatinha? 
– Você está bem, Srta Carpenter?
– Querida, estava chorando?
– Não! D- digo... não, Catarine... eu não estava chorando... E eu estou bem, obrigada soldados, podem continuar seu trabalho, peço perdão pelo susto. E papai... eu, eu apenas tive um pesadelo... estou bem... – Os soldados saem como os pedi, papai franze a testa, sei que está preocupado, mas sabe que me precionar a falar não vai levar a nada.
– Tudo bem, meu amor... se você diz, se precisar de mim, não pense duas vezes antes de me chamar... Catarine cuidará de você. – Sorrio para ele, e ele retribui.
Ele se aproxima de mim e beija minha testa, em seguida sai do quarto.
– Quer que eu traga leite com chocolate?
– Agradeço, mas não é nessessário. Vou descer e desenhar.

A Soldada De Ellira - Livro IWhere stories live. Discover now