PRÓLOGO❜

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Los Angeles

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Los Angeles.

"Água. Por todos os lados onde a vista alcançava, só se via uma quantidade abundante de água do mar, tão salgada quanto as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. As ondas alcançaram a margem, meu grito de desespero fez com que os pássaros que se acomodavam nas árvores, saíssem assustados pelo céu. Cansada, agarrei o corpo frio de meu irmão, as tentativas de salvamento não deram certo. O que me restou foi o completo desespero, fazendo com que eu perdesse minha voz de tanto gritar o nome de Liam. Não vi mais nada depois que a completa escuridão me dominou."

Lembranças assim, me atormentavam há anos. Mesmo que estivesse totalmente acordada, bastava um momento de quietude para que tudo voltasse, exatamente como naquele dia, o dia em que meu irmão gêmeo foi tirado de mim.

Respirei fundo, meu foco naquele momento eram as luvas de boxe apertando minhas mãos. Meus sentidos voltaram aos poucos, trazendo os sons típicos do ambiente onde eu estava, um lugar amplo, um ringue de luta. No exato momento em que recobrei minha atenção, levei um soco, caindo em cheio no chão.

As vozes se aproximaram aos poucos, através da minha confusão, e os números: 1, 2... eram contados conforme eu permanecia no chão.

Grunhindo, usei a força do meu corpo para levantar rapidamente, a garota em minha frente, minha colega de trabalho, era um pouco maior que eu e tinha os cabelos curtos, quase crescendo na altura da orelha. Com os gritos de alegria da peoquena plateia, que se aglomeravam nas pontas do ringue, alguns se apoiando nas cordas para ver melhor, senti uma onda de energia. Rolei meus ombros e bati as luvas uma na outra, me preparando. Até que nosso Treinador, que fazia o papel de Juiz, finalmente desse a ordem para recomeçarmos.

Senti o sangue fresco escorrendo por meu olho, o soco que recebi havia aberto um corte em minha sombrancelha. O suor fazia a roupa grudar, mas ignorei esses fatos quando minha concorrente começou a andar pelo ringue e se aproximar, para tentar outro soco. Foi fácil naquela hora, as malditas lembranças me deixaram fora de órbita.

Era um milagre não ter parado no hospital, fui ao médico e ele disse que esses episódios poderiam ser causados pelo estresse e que eu deveria cuidar disso, mas era meio difícil, ainda mais trabalhando na SWAT, onde estar em constante perigo era sempre estressante.

Por essa razão, eu não deveria estar no trabalho hoje.

Recebi um "convite" de meu Superior, para me retirar por sete dias; passeava com Morpheus, meu cachorro, fazia minhas sessões com a psicóloga, ao final do dia assistia televisão, e juro que aquilo era mais estressante que trabalhar. Olhava para a parede da minha casa durante horas, a única coisa que me animava era a alegria que meu cachorro demonstrava constantemente. Nunca o vi ficar triste, às vezes ele se cansava de colocar a casa a baixo, mas nunca esteve de fato triste.

A quietude me assustava, me fazia pensar em coisas que queria fazer, mas que não tinha a menor coragem de executar. O silêncio contínuo me fazia enlouquecer, mais até do que a adrenalina de segurar um fuzil e estar pronta para atirar, afinal era a única coisa que eu sabia fazer - e eu gostava de fazê-la.

❪ REDRESS | Simon Riley ❜Onde as histórias ganham vida. Descobre agora