O Adeus

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Hoje talvez seja o último dia...
Talvez esta seja a minha carta de despedida.
Eu quero que alguém em algum lugar saiba o que sinto aqui dentro,
Não para chorar, mas sentir e passar a frente as lágrimas de sangue neste momento.

Todos tem suas famílias, com mães, pais, irmãos, tios...
Uma desafortunada como eu, não tem direito de se quer dar um pio.
Sofrer calada enquanto vejo-me indo escorrendo pelo rio,
Oh natureza impróbia, por que fizeste isto comigo?

A beleza é algo que me faz ser dona de muita atenção,
Falo aqui pois sei que ninguém me vê, e sozinha morrerei nesta solidão.
Pergunto-me se alguém algum dia lerá o que eu quis mostrar?
Trabalho, casa, dormir, trabalho, casa... Família? Aonde estás?

Me abandonaram
sem pestanejar...

Viver com angústias e emoções, a epítome de inveja sem restrições,

Já me perguntaram se ao menos eu me acho bonita?
Já sentaram numa mesa e indagaram, como é ser Albina?

Aos olhos das pessoas todos querem algo em troca.
Se alguém te olha, algo a atrai também, e ela se segura enquanto não obtém sua volta.
Eu sei diferenciar linguagem corporal, de linguagem psicológica... Mas calma,
Nesse mundo eu aprendi que o tombo é maior quando eu fico esperançosa.

Eu não sei escrever cartas de despedidas...
Eu não sei o que fazer mais com essa droga de vida.
Procurei sempre manter a completude de tudo que me pareceu ser certo,
Alguém muito especial me ensinou, que não temos ter medo de fazer aquilo que é correto...

E neste momento, desistir da minha existência me parece o mais certo...

Estou deixando a existência em 3...2...1...
Contemplem a queda daquilo que sempre lhes foi incomum.
Eu queria algum porto seguro;
Só tenho alguns instantes... Estou com medo... Já fiz mas... Alguém me ajude....

Pois não sei o que há do outro lado do muro...

Liberte-meWhere stories live. Discover now