Capítulo 45

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Melanie

- Vai atrás dele.

Me levanto num impulso da cama, eu não sei porque mas estou com meus olhos enchendo de água, Maicon me disse algumas coisas que eu não queria ver por tinha que ter alguém pra culpar no fim das contas
Meu bebê não pode viver em meio a um ambiente ruim por culpa nossa, não pode. Eu amo ele ainda, amo Nicolas

Maicon me lança um olhar de encorajamento que pegou até na minha alma, saio do quarto batendo porta as pressas voltando atrás no corredor, abro a porta do quarto de Nicolas vendo apenas um lugar vazio, sigo até o escritório batendo na porta rapidamente

- Nicolas?- empurro a mesma, cadê ele??

Desci o lance de escadas inteiro dando na sala vazia, fui na cozinha, na sala de jantar, na área dos fundos, subi novamente para ver todos os quartos, desci de novo e fui até a lavanderia, até na garagem eu fui e nada dele

Ele saiu?

Porque estou tão mal? Me escoro na parede sentindo algo dentro de mim revirar fazendo com que fique enjoada, estou chorando e nem sei exatamente o porque apenas não consigo controlar as lágrimas, estou cansada por rodar essa casa toda e não acha-lo e estou com medo de passar mal aqui agora

Praticamente me arrasto até a porta principal que dá no jardim fazendo força para abrir saindo, desço os únicos três degraus mas êxito em continuar andando que o vejo regando algumas plantas, seus olhos rapidamente se prenderam em mim me olhando confuso,  talvez pelo meu estado físico

Sinto meu coração acelerar e todas a lágrimas que não caíram começarem a caír agora, corro, corro como se não tivesse amanhã até Nicolas

- Melani...- abraço seu corpo afundando meu rosto em seu peito, sinto uma de suas mãos irem até minha cabeça e a outra repousar sobre minhas costas

Em meio aos meus soluços ouço ele perguntar preocupado

- Oque houve? Você está bem? Machucou? Está doendo?- suas mãos foram até meu rosto afim de secar as lágrimas enquanto seus olhos procuravam por algum ferimento, nego com a cabeça- Então porque está assim?

Não respondo, apenas volto a posição que estava antes apertando sua blusa em minhas mãos agarradas a seu tronco

- Espera...- disse suspendendo meu corpo do chão com certo cuidado, observo seu caminho ser traçado até a área de lazer onde ele se senta em um dos sofás me deixando sentada em seu colo, sinto sua respiração próximo ao meu pescoço e sua mão acariciando meu cabelo enquanto a outra repousava em minha barriga, aos poucos percebo as lágrimas quase secas e os soluços sumindo

O cheiro dele acalma e me deixa sonolenta, sempre foi assim...

- Isso me lembra lá no começo quando gritei com você e acabamos aqui comigo te mostrando as mágicas que eu sabia fazer com as orelhas- falou após um longo tempo em silêncio, agarro seu pescoço abaixando minha cabeça- Me desculpa.- rodeou os braços em minha volta fazendo um espécie de abraço

Já perdi as contas de quantas vezes ele já pediu desculpas ou perdão ou tenha dito qualquer outra palavra que signifique basicamente a mesma coisa, tenha feito pedidos de reconciliação, ações de desespero mas eu nunca parei pra dar importância a isso

- Você está com algum ataque de hormônios ou algo do tipo? Por isso estamos aqui?

- Não- sequei o resto das lágrimas que antes estavam no meu rosto- Eu só... só estava cansada de tudo isso, algumas coisas me fizeram pensar um pouco e eu acabei vindo aqui. Sinto muito

- Você não precisa sentir nada

- Eu acho que preciso sim

- Tem certeza que não são os hormônios?

- Tsk...não- deixo escapar um risada

- estava com saudade dessa parte, você sorrindo- me afasto do aperto encontrando seus olhos, aqueles olhos que parecem que sempre andam mudando de cor e eu nunca sei qual é a de verdade

As vezes está azul, vermelho, amarelo e de vez em quando fica totalmente preto por conta das pupilas que dilatam, tipo agora

- Qual a cor do seus olhos?

- Porque isso agora?

- Por que estão sempre mudando

- Meus olhos são azuis, eu não controlo quando mudam é involuntário as vezes nem sinto e quando vi já foi

Fico ali olhando esperando a mágica acontecer e eles mudarem do nada

Nicolas segura meu maxilar depositando um pouco de força para que meu rosto desça, desceu sua mão até meu queixo e assim colou sua boca na minha em um beijo calmo

- Eu te amo. Não se esqueça disso nem por um segundo

Fim.

Obsessão De Um Tigre Where stories live. Discover now