Capítulo 4

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Foi um voo de 13 horas de Nova York para a Escócia. Depois disso, uma viagem de carro que durou quase cinco horas. Finalmente, uma viagem de balsa de meia hora. Devo admitir que o cenário é lindo. Descobri que os Samuels têm casas para todas as estações. E a casa de verão é a maior. Todo o castelo foi construído no século XIII, muito medieval e rústico, com cabeças de animais penduradas nas paredes.

Uma coisa em que tentei fazer o papel de madrinha perfeita, foi em ajudar a escolher o vestido, mas Cady disse que com isso não precisaria de ajuda, aparentemente a família do Aaron, mas precisamente a sua mãe, seria a única pessoa a ajudar a Cady a escolher como se vestir e qual penteado fazer. Coisa de tradição. Pelo menos foi isso que a Cady me disse.

Nós, todas as damas de honra, estávamos com a Cady na última prova do vestido e do penteado. Era visível no lindo rosto da minha melhor amiga que não era assim que ela escolheria estar no dia do seu casamento se pudesse realmente escolher. Mesmo eu assim como ela odiando o visual, coloquei o melhor sorriso no rosto e a assegurei que ela estava linda.

Depois vieram as fantasias, para que diabos, não sei. Então ouvi dizer que era para os Jogos das Terras Altas da Escócia. É uma tradição de casamento da época em que o noivo tinha que provar que era homem o suficiente para a noiva. Se ele não ganhasse, ele não poderia se casar. O jogo foi disputado num campo enorme, de uma forma bastante medieval. Havia gaitas de foles, homens de kilt e mulheres vestidas de donzelas. Aaron ganhou o jogo é claro e para celebrar sua vitória correu até a Cady, que assistia aos jogos ao meu lado, ele a beijou de um jeito bruto e eu quis o empurrar para longe dela e soca-lo. E o repreender pelo jeito que a tocou, alguém como ela merece ser tocada com a maior delicadeza do mundo.

Durante o jantar, Cady não estava no seu melhor. Tudo o que comemos naquela tarde, todos os animais foram mortos por Aaron. A mãe dele fez questão de mostrar o vídeo que tinham filmado naquela tarde do Aaron matando um servo. Cady ficou tão branca quanto um fantasma assistindo, parecia que iria desmaiar ou vomitar a qualquer momento. Não sei como Aaron não sabia que Cady é um ambientalista que protege os direitos dos animais. E então veio a parte da sobremesa, quando Cady tentou dar uma mordida no bolo de chocolate de Aaron e ele não deixou, ela se sentiu desconfortável. Um hábito que ela agora terá que abandonar. Passei pelos convidados para me aproximar de Cady. Ela estava vestindo saia, top e jaqueta de couro. Estava linda.

—Oh, com licença, posso pegar Cady emprestado por um minuto? — Interrompi a conversa dela com um dos convidados que eu desconheço.

—Sim, claro. — ele respondeu. Cady rapidamente me seguiu até um canto longe de todos.

—Obrigada. — ela disse com alívio.

—Eu vi que você estava morrendo por dentro. — Sorri antes de tomar um gole do meu champanhe. —Ouvi de um passarinho que Aaron decapitou todas aquelas renas. — Apontei para as cabeças das renas nas paredes do castelo.

—Regina. — ela disse em um sussurro me repreendendo.

—Você está certa, o passarinho não me contou porque Aaron o matou também. — Cady apertou os lábios para abafar uma risada. —Sério, podemos conversar em particular?— Eu perguntei segurando seu olhar. —É importante.

—Sim. — ela disse suavemente.

Quando tentamos sair, as luzes se apagaram. Depois houve aquele som irritante de gaita de foles. Aparentemente, é uma tradição Aaron tocar gaita de foles todas as noites desde os três anos de idade. Porra, odeio esse homem. Felizmente Cady também não pareceu feliz com a novidade.

[...]

Cady já estava de pijama quando alguém bateu na porta do quarto. Era a mãe dela, Any. Ela veio com um pequeno presente para Cady, um álbum de fotos.

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