31 de maio de 2022 | Ella

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31 de maio de 2022 | Ella

Ella conhecia Maeve desde o seu nascimento.

A mãe da menina era a sua menina, sua patinha preciosa que dava ovos de ouro, a deu Maeve. Não que Ella desgostasse dos outros meninos, eles apenas não eram como a filha mulher dos Carpinelli. Malcom apenas era um pouco grosseirão, Maicon era meio impulsivo e Mike era mais na dele, mas seguia Malcom como um cachorrinho. E tudo na morena esbanjava aquela necessidade maior de carinho, de atenção, que a mais velha sempre considerou ser responsável. Deus sabia o quanto ficou feliz com sua permanência na cidade.

Maeve estava com vinte e seis anos. Todavia, ainda era a sua garotinha.

A pequena bebezinha que sua mãe trouxe, pedindo para ser benzida, a criança que corria pela floricultura sempre que possível, a menininha de seis anos que ficou assustada no seu primeiro dia de aula e fugiu da escola para pedir uma flor de segurança, doente por ter sido derrubada pelos irmãos na piscina, a petulante de doze anos, mostrando a língua para todos que a chamavam de criança, a de quinze que no meio de sua enorme festa, fugiu para a floricultura e a fez abrir o terraço, pois não conseguia respirar, a de dezoito anos que pulou animada ao receber a carta de aceitação da faculdade, a de vinte anos que iria se casar com um colega de faculdade, a de vinte e três que o namorado deixou pois não era tudo aquilo que imaginava, a de vinte e quatro que voltou apenas porque a mãe estava doente e acabou apenas pegando os dois últimos meses de vida da mãe, a de vinte e cinco, que decidiu ficar porque não queria uma vida de cidade, ela queria uma vida de interior, cuidando da floricultura. E a de vinte e seis, que naquele momento, estava se mostrando mais irresponsável do que Ella achou ser possível ao chegar quase nove horas da manhã no posto e o encontrar fechado.

- Ele ainda está aí.

Tim respondeu de forma simples. O tom de sua voz levemente temerosa. O mais velho conhecia Ella o bastante para saber o drama que viria em cima daquilo. Fora que odiava como Ella acabava ficando depois de qualquer pequena mancada de Maeve.

- Ela sempre os expulsa...

- Pois é.

- Você sabe o que isso significa...

- Que ela dormiu?

Ella não o respondeu, marchando para dentro da loja de conveniência, subindo as escadas para a casa de Tim com bastante hostialidade e, por fim, invadindo o corredor que dava aos quartos.

Ella não costumava se sentir controladora com nada. Porém, com Maeve era diferente. Retornava a dizer que aquela jovem mulher era a sua menininha. E, com isso, justificava quaisquer atitudes vindas para sua proteção, inclusive, entrar no quarto na porta dos pés para ir acorda-lá. E se a mais velha fosse menos carrasca, teria, pelo menos, reparado no modo como Maeve e o heptacampeão estavam abraçados e, não, apenas cutucado a mais nova até acordar.

ʜᴇᴀᴠᴇɴ ● ʟ.ʜOnde histórias criam vida. Descubra agora